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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Acionista do Carrefour opõe-se a negócio


Autor(es): Andrew Roberts | Bloomberg, de Paris
Valor Econômico - 01/06/2011

A Knight Vinke Asset Management, acionista do Carrefour, é contrária à venda isolada de ativos fora da Europa pela segunda maior rede varejista do mundo e defende que a diretoria se concentre em aperfeiçoar as operações no continente.

"A venda de atividades não europeias do Carrefour, uma por uma, de maneira isolada, não nos pareceria ser uma boa solução", escreveu o acionista em carta ao Carrefour, datada de 25 de maio, mas que divulgou apenas ontem. A varejista francesa, cuja sede fica em Bolougne-Billancourt, deveria "permanecer focada em aperfeiçoar o desempenho de suas operações principais na Europa, que são essenciais para o restabelecimento da avaliação do grupo."

A Knight Vinke, dona de cerca de 1,5% do Carrefour, enviou a carta ao conselho de administração da empresa, após a imprensa noticiar que a varejista negociava fusão com o Pão de Açúcar no Brasil. O Carrefour não quis comentar o assunto e o Pão de Açúcar negou que houve contatos. Florence Baranes-Cohen, porta-voz da Carrefour, não quis comentar a carta da Knight Vinke.

"Os termos do projeto de fusão do Carrefour Brasil com o Pão de Açúcar ainda não são conhecidos pelo mercado, mas essa transação já levanta certo número de questões que são de preocupação dos acionistas", escreveu a Knight Vinke, na carta. O acionista acrescentou que deseja manter um "diálogo construtivo" com o conselho de administração do Carrefour.

O Carrefour contratou o Lazard para estudar a fusão entre sua unidade brasileira e o Pão de Açúcar, segundo noticiou o "Journal du Dimanche" neste mês.

O Carrefour adiou neste mês o plano para desmembrar 25% de sua unidade de propriedades imobiliárias na França, Itália e Espanha, depois de enfrentar a oposição de acionistas encabeçados pela Knight Vinke. Desmembrar essa unidade dificultaria adotar estratégias alternativas, caso o plano de remodelar as operações francesas da varejista não tenha sucesso, escreveu a Knight Vinke, em carta de 11 de abril enviada ao conselho do Carrefour.

A rede varejista informou que continuará os preparativos para desmembrar e listar ações da unidade imobiliária. O Carrefour também prossegue com o plano para ofertar 100% de sua rede de descontos Dia, em operação prevista para julho, em Madri. A Knight Vinke apoia o desmembramento do Dia, afirmou o executivo-chefe da acionista, Eric Knight, ontem.

O executivo-chefe do Carrefour, Lars Olofsson, perdeu credibilidade no mercado, após emitir dois alertas sobre os lucros em 2010 e ver a saída de dois altos executivos neste ano, segundo Eric Knight.

A Knight Vinke quer certificar-se de que "as tensões não destruam a companhia", disse Knight.

Olofsson, de 59 anos, chegou ao Carrefour em 2009, após a rede francesa ter passado dez anos em que as vendas mal cresceram na França, seu maior mercado. Ele aposta a recuperação em um plano de 1,5 bilhão para remodelar 500 hipermercados na Europa Ocidental, na expectativa de que o novo formato, chamado de Carrefour Planet, com preços mais baixos e mais produtos de marca própria, impulsione as vendas e lucros até 2015. Neste mês, ele tirou o chefe das operações na França e assumiu o controle direto no país, depois de um primeiro trimestre apagado.

"A prioridade deveria ser fazer o Carrefour Planet funcionar", disse Knight. "Qualquer outra coisa é distração." Caso o Carrefour queira vender seus ativos internacionais, deveria estudar agrupá-los em uma unidade separada e listar suas ações, diz Knight. Ainda assim, Olofsson e sua equipe deveriam concentrar-se em recuperar as operações da varejista na Europa, afirmou.







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