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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Tragédias - a maior calamidade é a indiferença



Por: Israel Belo, em

Quando as notícias de uma tragédia nos atingem em cheio, nossa primeira e legítima reação é buscar informações sobre pessoas (parentes ou amigos) presentes nas áreas atingidas. Fazemos bem. Não temos como abraçar o mundo.


Melhor faremos, aliviados, se nos interessarmos efetivamente pelas dores dos outros, mesmo que desconhecidos. Somos todos irmãos uns dos outros e todas as mortes devem doer também em nós. Somos parte(s) do mundo.


Mais que apenas uma reportagem, portanto, a visão da tragédia deve nos levar a pensar no que podemos fazer, para minorar o sofrimento das vítimas.
Se a calamidade se deveu, mesmo que parcialmente, à irresponsabilidade humana, devemos também pensar se, no quinhão que nos cabe, estamos realmente cuidando da terra que nos foi legada para cultivar.


Israel Belo de Azevedo


Cabral culpa ocupação irregular e chuva em excesso por 'tragédia anunciada'

Governador do Estado disse que prefeituras precisavam de 'decisão firme' para impedir construções

13 de janeiro de 2011 | 11h 31

O Estado de S.Paulo

RIO - O governador do Rio, Sérgio Cabral, falou nesta quinta-feira, 13, que a "tragédia anunciada" nos municípios de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, na Região Serrana, se deveu a uma combinação da intensidade inesperada dos temporais com a ocupação irregular das encostas. "É como a gente viu ano passado em Angra dos Reis: a ocupação residencial nas últimas décadas, independente do nível social, numa área imprópria, combinada ao fator do deslizamento", disse em entrevista à Rádio CBN, no fim da manhã.

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"Houve danosamente uma ocupação nos últimos 25 anos, de maneira absolutamente irresponsável. Nós, do governo do Estado, estamos protagonizando o apoio à população, mas é evidente que desde 1988 a Constituição Brasileira diz que solo urbano é responsabilidade da municipalidade. Não pode só autorizar e proibir a construção do shopping center, do prédio formal. Tem sempre um político demagogo para fazer uma graça, dizer que é falta de respeito com o pobre, mas a gente tem que tomar uma decisão firme", afirmou, sem apontar nominalmente culpados.

"Não quero culpar prefeito A, B ou C, mas há um conceito, que vem de décadas, de permissividade na ocupação de encostas. Caso nós tivéssemos um padrão rígido de ocupação de encostas, teríamos vítimas, sim, mas não tantas. Veja o caso da Austrália: há mais de 20 mortos, mas não chega a quase 500 mortos. Não quero eximir de responsabilidade os governos federal nem estadual. Mas Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo quadruplicaram suas populações nos últimos 40 anos. A tomada das encostas nessas cidades levou a essa tragédia."

Cabral contou que falou ao telefone com a presidente Dilma, com quem fará um sobrevoo em breve, e com o ex-presidente Lula, que prestou solidariedade por conta das perdas no Estado.




Temporada de chuvas (#temporadadechuvas)

290 comentários

cwsalomao
seguir

Cadê o PAC? . Onde estão as obras do PAC no RIo? Se investiu tanto dinheiro reformando barracos em favelas ao invés de retirar as famílias das areas de riscos. Parte da culpa é dos cidadãos que compram terreno em area de risco, sem preocupação alguma se um dia possa acontecer uma tragédia. Quando acontece culpa os governantes, sendo que suas atitudes que contribuiram para isso. . E culpa dos governates que deixão areas de riscos serem invadidas, e além disse tornam legal o que é ilegal, urbanizando, colocando escolas, asfaltos, condução, ao invés de fiscalizar e não deixar que se apossem dessas areas. . Mas isso não dá voto, reformar barraco em favela, como aconteceu com o dinheiro do PAC no Rio, isso sim dá voto.

apichek
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Sr. Carlos Frederico, você é uma pessoa insana culpar Governador, Prefeito, etc. pela calamidade que está acontecendo no Rio de Janeiro/Teresópolis e outras "ópolis", somente uma pessoa ignorante e maldosa poderia fazer. A questão é muito mais profunda, ela passa pela preservação ambiental, não ocupação das encostas, limpeza pública (lixo jogado irresponsavelmente nas ruas, terrenos baldios pelo próprio povo que hoje está pagando pelo seu descaso com a natureza.

cwsalomao
seguir

Cadê o PAC? . Onde estão as obras do PAC no RIo se investuiu tanto dinheiro reformando barracos em favelas ao invés de retirar as famílias das areas de riscos. Parte da culpa é dos cidadãos que compram terreno em area de risco, sem preocupação alguma se um dia possa acontecer uma tragédia. Quando acontece culpa os governantes, sendo que suas atitudes que contribuiram para isso. . E culpa dos governates que deixão areas de riscos serem invadidas, e além disse tornam legal o que é ilegal, urbanizando, colocando escolas, asfaltos, condução, ao invés de fiscalizar e não deixar que se apossem dessas areas. . Mas isso não dá voto, reformar barraco em favela, como aconteceu com o dinheiro do PAC no Rio, isso sim dá voto.



IML de Teresópolis entra em colapso com tragédia das chuvas

Município diminuiu burocracia para facilitar a liberação de corpos; prefeitura assumiu despesas de enterros

13 de janeiro de 2011 | 10h 41
Marcelo Auler - O Estado de S.Paulo

TERESÓPOLIS - O Instituto Médico Legal de Teresópolis, que funciona na 110ª Delegacia de Polícia, entrou em colapso por causa da tragédia das chuvas que atingiram a cidade, onde, até o fim da manhã, mais de 160 corpos tinham sido encontrados. Dos 146 corpos necropsiados até 10h, apenas 30 foram liberados.

O juiz da 1ª Vara da Família, José Ricardo Ferreira, pediu uma câmara frigorífica para facilitar o trabalho, mas reclama que seu pedido não foi atendido. O magistrado requisitou um galpão em frente à delegacia onde está sendo montado um depósito para os cadáveres. A preocupação da Polícia é conseguir que as famílias venham buscar os corpos dos parentes com rapidez devido à falta de condições técnicas para conservá-los.

Para facilitar o reconhecimento dos cadáveres, o juiz José Ricardo modificou o termo de reconhecimento utilizado pelo IML, eliminando exigências burocráticas que tomam muito tempo. "Juntamos Polícia e Judiciário para facilitar o processo", declarou. O juiz está concedendo alvarás para permitir os sepultamentos apenas com o reconhecimento das famílias, ainda que não apresentem nenhum tipo de documentação.

Segundo o delegado Hebert Cardoso, a Prefeitura está assumindo as despesas dos enterros. De manhã, 50 urnas mortuárias chegaram à delegacia. A primeira família a reconhecer os corpos no galpão foi a de Andréia Ferreira de Campos e seu cunhado. Juntos eles perderam oito familiares, entre eles os filhos dela. "Eu fiquei atolada debaixo da terra e ouvia meu filho gritar 'mãe, cadê você?", contou.


LAST

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