15/01/2011 01h23 - Atualizado em 15/01/2011 01h23
Em entrevista à Globo News, ex-presidente falou das lembranças do cargo.
Para ele, um dos momentos mais difíceis foi ter de 'demitir' companheiros.
Primeiro presidente reeleito do Brasil, Fernando Henrique Cardoso afirmou à Globo News, na quarta e última entrevista da série "Profissão:ex-presidente", exibida na noite desta quinta-feira (13), que um dos momentos mais importantes do período que esteve no cargo foi a aprovação do Fundo Nacional de Educação Básica (Fundeb) pelo Congresso.
"A melhor lembrança que a gente tem como governante mesmo, quando está governando, é quando você consegue, depois de muita luta, fazer alguma coisa que você acha que é importante. Por exemplo, fazer a modificação na Constituição para criar o Fundeb, da educação. Aquilo foi uma luta porque o PT sempre foi contra tudo. Quando você consegue e pensa que isso vai mudar as coisas, eu acho que você sente satisfação, se sente realizado", disse Fernando Henrique ao jornalista Carlos Monforte.
VEJA PROGRAMAÇÃO DA SÉRIE | |
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Data | Entrevistado |
10/01 | José Sarney |
11/01 | Fernando Collor |
12/01 | Itamar Franco |
13/01 | Fernando Henrique Cardoso |
Desde que deixou a Presidência da República, em janeiro de 2003, Fernando Henrique não concorreu mais a nehum cargo público. Segundo ele, a decisão foi tomada antes mesmo de deixar a Presidência. Sua missão, segundo ele, é construir o cargo de ex-presidente.
" Eu fui presidente duas vezes, fui senador por 12 anos, eu achei que, para mim - não quero julgar ninguém - não tinha sentido eu voltar a disputar com meus colegas de partido, disputar eleição, o voto, dando cotoveladas para cá, para lá. Eu achei que era melhor eu tentar desenvolver um outro tipo de atividade, e, quem sabe, criar a figura do ex-presidente. Não é outra coisa. Apenas ex-presidente", disse Fernando Henrique.
Segundo FHC, alguns dos momentos mais difíceis que ele enfrentou durante os oito anos de mandato foi quando precisou demitir companheiros de trabalho.
"O que é mais duro? É quando você é obrigado a demitir um companheiro, que é leal, que é trabalhador, mas que por uma razão política, que independe da vontade dele e sua, ele tem de ir embora. E você tem de chamá-lo e dizer a ele que não dá mais", disse.
O ex-presidente citou duas situações de demissões consideradas por ele como mais complicadas: a demissão do ex-chefe da Casa Civil Clóvis Barros Carvalho e a ministra de Indústria e Comércio Dorotéia Werneck .
"Mulher admirável e, por circunstância política, contra a minha, eu tive de tirar a Dorotéia. Você sabe que eu fui à casa dela depois e nós dois choramos? Pode parecer ridículo, mas é verdade. Porque é duro você dizer que não dá", afirmou.
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