25/11/2010 - 13h53
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COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Polícia Militar do Rio de Janeiro confirmou que vai implantar uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na Vila Cruzeiro, onde o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais, da PM) realiza uma operação nesta quinta-feira, com o objetivo de coibir os ataques e incêndios de veículos registrados em diferentes pontos do Estado desde o último domingo (21).
Leia a cobertura completa sobre os ataques no Rio
Entenda a onda de ataques no Rio
A UPP deve ser implantada assim que a ocupação da favela estiver completa. A informação foi confirmada pelo coronel da Polícia Militar Lima Castro. Segundo ele, a notícia veio do governo do Estado.
A Vila Cruzeiro é considerada o principal reduto de traficantes na cidade. Das 19 mortes registradas somente na quarta (24) durante operações policiais, quatro ocorreram durante ação do Bope no local.
A entrada dos policiais na favela é realizada com seis tanques blindados da Marinha, modelo M113, usados para furar bloqueios criados por traficantes. Às 13h, havia tiroteio no local.
Mais cedo, os criminosos usavam seis caminhões roubados, um guincho e um caminhão de tijolos para bloquear os acessos e ameaçavam queimar os veículos.
Durante a noite desta quinta-feira (25), a PM fará 50 rotas diferentes em locais considerados de risco no Rio de Janeiro. O objetivo é garantir a segurança da população, segundo a PM.
Marcelo Sayao/Efe | ||
Blindados da Marinha auxiliam operações da Polícia Militar do Rio; veja mais imagens |
ENTENDA OS ATAQUES
Desde o fim de semana o Rio vem sofrendo uma série de ataques criminosos. O balanço geral até agora é de 27 mortos e 46 veículos incendiados, contando com um ônibus queimado na manhã desta quinta. Nove incêndios aconteceram entre as 20h da noite de quarta-feira (24) e o início da madrugada de hoje.
Na segunda-feira (22), o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, ligaram a série de ataques à política de ocupação de favelas por UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) e à transferência de presos para presídios federais.
Beltrame não descartou novos ataques de 'traficantes emburrados' e afirmou que o Rio não mudará a política de segurança pública.
Para o comandante-geral da Polícia Militar do Rio, a onda de arrastões e de veículos incendiados na cidade é uma ação orquestrada por uma única facção criminosa com objetivo de causar medo na população e de desacreditar a política de segurança pública do Estado. Ele não citou o nome, mas se referia ao Comando Vermelho.
Para tentar conter a articulação de líderes de facções criminosas, Beltrame pediu na terça-feira ao Tribunal de Justiça a transferência de pelo menos oito presos para presídios federais.
Uma investigação da polícia do Rio aponta também para uma articulação entre traficantes de duas facções criminosas para uma eventual mega-ação de confronto para o próximo sábado, dia 27.
Nas conversas entre traficantes interceptadas pela polícia aparecem sugestões de atirar contra as sedes dos governos estadual e municipal e lançar explosivos em áreas de grande aglomeração, como shopping centers na zona sul e pontos de ônibus.
O policiamento nas ruas foi reforçado, com os agentes colocados em estado de alerta, e operações foram deflagradas para impedir que o confronto se materialize.
Foi ventilado por integrantes das facções criminosas o planejamento de ações para atingir diretamente familiares do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB).
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