Foi ao ar na noite passada o programa institucional do PT na televisão. Dez minutos, em horário nobre. ($$$$$$$$$$$$$)
Na peça, o partido reforçou sua tática para a sucessão presidencial de 2010. Está escorada em três estacas:
1. Grudou-se a imagem de Dilma Rousseff à de Lula.
2. Vendeu-se a ministra como coordenadora de todo o ministério, responsável pelos principais programas do governo.
3. Carregou-se na comparação da era Lula –voltada para os “mais pobres”— com o ciclo FHC –“elistista”.
O petismo adotou integralmente a tática plebistária idealizada por Lula –O “nosso governo” versus o “governo deles”.
O programa foi permeado por uma espécie de ping-pong entre Lula e Dilma. O presidente dizia algo e a ministra o segundava.
"Presidente, eu penso igual ao senhor”, diz Dilma num trecho. “Tem governo que fez pouco e acha que fez muito. Nós não. A gente fez muito, mas sabe que é preciso fazer muito mais."
Na comparação, fez-se questão de associar o PSDB a FHC, citado nominalmente. Um expectador desavisado poderia supor que Dilma vai às urnas contra o ex-presidente.
Na comparação com o programa do PSDB, exibido na semana passada (assista aqui), o PT levou nítida vantagem.
Fechado com Dilma, o partido de Lula levou à prateleira a única “mercadoria” de que dispõe,
Ainda às voltas com uma disputa interna, o PSDB viu-se compelido a dividir o seu tempo igualitariamente entre José Serra e Aécio Neves.
Pouco antes de o PT levar o rosto de Dilma à telinha, saiu do forno a última pesquisa do Vox Populi.
Serra ainda em primeiro, com 39%. Dilma em segundo, com 17%. Ciro Gomes na terceira posição, com 13%.
O PT acha que, depois do programa desta quinta, sua candidata vai subir o elevador. O tempo se encarrerá de demonstrar se o desejo vai virar fato.
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