Agência ANSA
ASSUNÇÃO, PARAGUAI - Organizações paraguaias prometem receber com protestos o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desembarca no país nesta semana para participar da reunião do Mercosul, que ocorre entre quinta e sexta-feira em Assunção.
Os manifestantes cobrarão do governo brasileiro uma resposta satisfatória ao pedido paraguaio de renegociar o Tratado de Itaipu, tema que tem levado tensão às relações diplomáticas bilaterais.
A prioridade de Assunção é obter aval para vender sua cota da energia gerada na hidrelétrica diretamente ao mercado do país vizinho.
A ideia dos movimentos é promover um ato no centro da capital paraguaia na quinta-feira. Já o encontro do Mercosul ocorre no Centro de Convenções da Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol), situado a cerca de 10 quilômetros da cidade. Além de Lula, outros sete mandatários sul-americanos deverão estar presentes.
O Tratado de Itaipu estabelece a divisão, em metades iguais, da energia gerada na usina construída sobre o Rio Paraná, cuja capacidade máxima é de 90 milhões de MWh/ano.
Conforme os atuais termos do acordo, assinado em 1973, o Paraguai é obrigado a repassar a energia que não consome (cerca de 40% de sua cota) à estatal Eletrobrás, e por um preço pré-estabelecido.
Agora, o governo do presidente Fernando Lugo pretende comercializar parte de seu excedente diretamente no mercado brasileiro, o que aumentaria o preço da energia e engordaria a arrecadação.
Nos últimos dias, a diplomacia brasileira tem dado sinais de que poderá aceitar uma proposta nestes termos. Os presidentes Lula e Lugo se reunirão à margem da cúpula do Mercosul. Ambos já estiveram juntos em Brasília no último mês de maio, mas naquela ocasião não houve acordo.
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