Para evitar vírus, presos no RS voltam para casa

A Defensoria Pública do Rio Grande do Sul quer que a Justiça conceda prisão domiciliar aos 183 detentos que cumprem em Passo Fundo (315 km de Porto Alegre) penas nos regimes aberto e semiaberto. A solicitação já foi feita e aguarda parecer do Ministério Público. Para o defensor Eduardo Pedroso, a medida poderá evitar um surto da gripe suína --a chamada gripe A (H1N1) entre os encarcerados.

Ele propõe a concessão do benefício por 15 dias. A Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários do Rio Grande do Sul) diz que cumprirá a medida caso ela seja determina judicialmente.

Três pessoas morreram na cidade por causa da doença. Dois presos do regime fechado estão isolados no presídio desde quarta com sintomas da doença, segundo o defensor. A mulher de um deles está internada com problemas respiratórios. Ela visitou o preso.

Com os 183 presos deixando de pernoitar na prisão, a Defensoria quer que a área vaga seja utilizada para isolar detentos do regime fechado que apresentem sintomas de gripe.

O defensor afirma que muitos presos de Passo Fundo são vulneráveis a doenças respiratórias graves. Ele cita o fato de cumprirem pena na cidade usuários de drogas e pessoas com o vírus HIV.

Para o defensor, a superlotação do presídio de Passo Fundo favorece a propagação do vírus A (H1N1), causador da nova gripe. Segundo a Susepe, a unidade tem capacidade para 283 presos, mas abriga 520. No albergue da unidade, onde pernoitam os que cumprem penas nos regimes aberto e semiaberto, a capacidade é de 108.

O temor com a nova gripe fez os presos suspenderem informalmente as visitas que recebem no final de semana, de acordo com o defensor.

Cinema fechado

A UCS (Universidade de Caxias do Sul) cancelou por tempo indeterminado as sessões do cinema que administra. A cidade tem cerca de 20 pessoas internadas com problemas respiratórios graves.

A preocupação com o grande número de pessoas com gripe fez a Secretaria Municipal da Saúde recomendar a ampliação do número de ônibus que cumprem as linhas urbanas. O objetivo é evitar aglomerações em cada veículo.

Os motoristas e cobradores, assim como os funcionários de órgãos públicos, bancos e lojas, foram orientados a utilizar máscaras cirúrgicas.

fonte : UOL

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