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domingo, 29 de março de 2009

DILMA, ABORTO, CHOQUE ELÉTRICO, AVIÃO QUE BALANÇA E CARTILHA QUE MATA


A ministra Dilma Rousseff, que é, no momento ao menos, a futura candidata do PT à Presidência da República, concedeu entrevista à revista Marie Claire. Como informa o Globo Online, ela defende a descriminação do aborto, diz-se distante da Igreja Católica e, parece, só reza quando há turbulência no avião. Entendo...

Dilma também conta os horrores que teria sofrido na prisão: “Tomei choques em várias partes do corpo, inclusive nos bicos dos seios. Tive até hemorragia. Depois de apanhar, era jogada nua em um banheiro, suja de urina e fezes”.

O texto não informa, mas creio que ela não conta que pertencia a um grupo que seguia uma cartilha que defendia ações terroristas e a eliminação física dos adversários. Também não deve ter falado que inocentes morreram em ações de seu grupo. Inocentes mesmo, gente sem qualquer vinculação com a luta política.

Antes que infiram que penso o contrário, é claro que nada disso justifica aquele horror que ela diz ter sofrido. A questão é outra: se é para reavivar e reviver os episódios da ditadura, que a coisa não sirva apenas a um propósito eleitoral, não é? À exposição do martírio com fins eleitoreiros. Que Dilma, então, repudie a violência dos seus algozes, mas também a paixão homicida do grupo a que servia. PAIXÃO HOMICIDA, REITERO, REVELADA NUMA CARTILHA. E eu nunca a vi fazer isso. Ao contrário: ela já disse ter orgulho do passado. Como é que alguém pode sentir orgulho daquilo? Ela nem mesmo pode dizer que era o idealismo de quem queria a democracia. Ela não queria. Queria ditadura.

Quanto ao aborto e à reza utilitária, só quando balança o avião, dizer o quê? A segunda parte, certamente o Altíssimo compreende e perdoa... Já deve ter lidado com oportunismos mais vulgares. Leia texto do Globo Online:
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No Globo Online:
A chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, defendeu a legalização do aborto e deu pistas de como poderá agir se suceder o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir de 2011.
- Tenho um imenso orgulho de fazer parte de um governo que mostrou que é possível crescer e distribuir renda ao mesmo tempo - afirmou a ministra em entrevista à revista feminina "Marie Claire", que será publicada neste fim de semana.
Desde que foi apontada por Lula como a sua preferida para disputar a eleição presidencial de 2010 pelo PT, a ministra tem se esforçado para se aproximar do eleitorado . Pesquisas de opinião, no entanto, mostram Dilma ainda muito atrás do principal pré-candidato da oposição, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB).
Sob crescentes ataques da oposição, Dilma ressaltou que, com o tempo, aprendeu a resistir às turbulências políticas. A ministra revelou que, além de ter o apoio do presidente e de colegas de ministérios, consegue se fortalecer quando tem a sensação de que as acusações são injustas.
- É preciso se lembrar de ter um distanciamento e entender que isso faz parte do jogo político -disse ela, responsável pela gestão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). - Tem um lado disso que é espuma, que vai embora.
A ministra não se esquivou de temas polêmicos.
- Abortar não é fácil para mulher alguma. Duvido que alguém se sinta confortável em fazer um aborto. Agora, isso não pode ser justificativa para que não haja a legalização - argumentou.
- O aborto é uma questão de saúde pública. Há uma quantidade enorme de mulheres brasileiras que morre porque tenta abortar em condições precárias.
Dilma também afirmou que acredita em Deus, outra questão sensível entre os eleitores brasileiros.
- Fui batizada na Igreja Católica, mas não pratico. Mas, olha, balançou o avião, a gente faz uma rezinha - disse, sorrindo.
A ministra relembrou sua atuação no período do regime militar, que durou de 1964 a 1985.
- Foi nesse período que ganhei minha sensibilidade social, a noção de que era impossível o país viver com tanta miséria - comentou.
Ex-militante da luta armada contra a ditadura, Dilma contou detalhes dos duros momentos que passou quando foi presa pelos militares, na década de 1970.
- Tomei choques em várias partes do corpo, inclusive nos bicos dos seios. Tive até hemorragia. Depois de apanhar, era jogada nua em um banheiro, suja de urina e fezes - contou.
Para a chefe da Casa Civil, a esquerda cometeu erros de avaliação sobre a situação política e econômica da época.
- Achamos que a ditadura estava em crise, mas, na verdade, o milagre econômico estava apenas começando. A gente não percebeu o quanto eles ainda iam endurecer - reconheceu.

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