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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Sangue armazenado por 29 dias pode favorecer infecções

da Folha de S.Paulo

Pacientes que recebem transfusão de bolsas de sangue estocadas há mais tempo podem correr mais riscos do que aqueles que recebem sangue novo. É o que sugere um estudo apresentado ontem no American College of Chest Physicians, nos EUA.

Os pesquisadores, do Cooper University Hospital, acompanharam 422 pacientes de 2003 a 2006 e viram que aqueles que receberam sangue estocado há 29 dias ou mais estavam duas vezes mais propensos a contrair infecções.

Segundo eles, as bolsas guardadas há mais tempo podem ser danosas não por carregarem microorganismos causadores de doenças, mas porque poderiam fabricar proteínas capazes de suprimir o sistema imunológico dos receptores, favorecendo infecções como pneumonia ou sepse.

Nos Estados Unidos, o sangue pode ficar armazenado por até 42 dias. No Brasil, em geral usa-se uma solução conservante diferente, que permite menos tempo de estocagem --por até 35 dias.

Para Alfredo Mendrone Júnior, médico da divisão de sorologia da Fundação Pró-Sangue, os dados ainda são preliminares e não devem alarmar. "A legislação permite a estocagem por esse tempo porque todos os testes de qualidade feitos nos EUA, na Europa e no Brasil avaliam que as características das células são mantidas preservadas", diz. Ele afirma que na Fundação Pró-Sangue a estocagem acaba não passando do décimo dia, pois a demanda pelas bolsas é muito grande.

"Acho precoce dizer que o sangue armazenado é capaz de produzir alterações imunológicas. O sangue mantém as características do início do estoque", diz o médico.

Os autores da pesquisa não acreditam que seja o caso de diminuir o tempo de estocagem, alegando que isso pode reduzir o suprimento de sangue.

No Brasil, a lei exige que as bolsas de sangue venham identificadas com as datas de coleta e vencimento.

Com agências internacionais

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