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sexta-feira, 25 de julho de 2008

Imperador e Galileu

TEATRO: DRAMA


Peça discute liberdade religiosa





Editorial

Cristianismo e paganismo, intolerância religiosa e preconceito, as relações sinuosas da Igreja com o Estado. Essas são algumas das polêmicas debatidas em Imperador e Galileu, peça do norueguês Henrik Ibsen (1828-1906), que ganha montagem inédita no Brasil, pelas mãos do diretor Sérgio Ferrara. A peça estréia em 18 de julho, no Sesc Santana, e tem o ator Caco Ciocler como protagonista, no papel do imperador Juliano.

O texto trata da vida do imperador Juliano (século IV d.C), que se tornou figura polêmica ao tentar destituir a igreja católica como religião oficial do império romano e resgatar os cultos pagãos. A peça, traduzida por Fernando Paz e adaptada por Sérgio Ferrara, cobre um período de 12 anos, de 351 a 363 A.D., numa época de conflito entre o Cristianismo e o Helenismo. Na abertura, Juliano tem 19 anos e com o seu meio-irmão Galo, herdeiro do trono, vive sob o período de terror instaurado pelo imperador cristão Constâncio, que tinha mandado assassinar toda a família de ambos. Juliano fora educado como cristão, mas é perseguido pela dúvida. Sob a influência do seu tutor, o filósofo Libânio, vai para Atenas aprender sobre a religião dos pagãos. Porém, também não consegue alívio na adoração dos antigos deuses, ansiando por uma revelação que lhe mostre que caminho seguir.

Quando assumiu o império romano, a primeira coisa que Juliano fez foi tentar extinguir a igreja católica como igreja oficial do Estado. O escândalo foi enorme. Dentre as polêmicas leis que criou, ele decretou que a igreja católica deveria restituir todos os templos pagãos, estava proibida de receber doações em dinheiro e não poderia mais usar o Estado ou sua infra-estrutura, como o transporte, para poder peregrinar. Teria que pagar por isso, bem como conviver com todos os ritos pagãos que o imperador pretendia resgatar. Juliano foi considerado um Anticristo e assassinado aos 32 anos, no deserto, por um criado e amigo cristão. A peça, que se passa no século IV, discute, dentre outros tópicos, a intolerância religiosa presente ainda nos dias de hoje.

Ficha Técnica:
Texto: Henrik Ibsen
Direção e adaptação: Sérgio Ferrara
Elenco: Caco Ciocler, Sylvio Zilber, Abrahão Farc, Nelson Peres, Julio Machado, Joaz Campos, Ronaldo Oliva, Igor Kovalewski, Liza Scavone, Dan Rosseto
Tradução: Fernando Paz
Cenário: Carlos Pedreanez e Leonardo Ceolin
Figurino: Márcia Orsini
Iluminação: Caetano Vilela
Assistência de direção: Joaz Campos
Sonoplastia: Sérgio Ferrara
Fotos: Marcio Scavone
Preparação vocal: Edi Montechi




Informações

Local:SESC Santana (INFORMAÇÕES)
Preço(s):R$ 20,00.
Data(s):De 18 de julho a 24 de agosto de 2008.
Horário(s):Sextas e sábados, 21h; domingos, às 19h30.

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