Autor(es): Maria Lima |
O Globo - 20/12/2011 |
O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, viaja hoje ao Uruguai ao lado da presidente Dilma Rousseff, sua mais forte defensora desde que O GLOBO revelou suspeitas de prática de tráfico de influência em suas atividades de consultoria, que lhe renderam R$2 milhões em 2009 e 2010. Seguindo à risca a determinação da presidente, que declarou mais de uma vez que as atividades de Pimentel - suspeitas ou não - não têm relação com seu governo, o ministro segue sua rotina e já trata de sua agenda para janeiro. Hoje, na Reunião de Cúpula do Mercosul, um dos compromissos de Pimentel, ao lado de Dilma, é declarar 2012 como o Ano da Erradicação da Pobreza Extrema e da Fome no Mercosul. Além de Pimentel, fazem parte da restrita comitiva presidencial a Montevidéu os ministros Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) e Marco Aurélio Garcia, assessor especial de Assuntos Internacionais. O ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, já está no Uruguai. Ontem, Pimentel despachou no seu gabinete e, segundo assessores, não passa por sua cabeça deixar a pasta. No meio da tarde, Pimentel divulgou nota curta, na qual dizia que eram improcedentes informações publicadas ontem pelo jornalista Ricardo Noblat, no GLOBO, dando conta de que, em um encontro com a presidente, ele teria ponderado que seria melhor sair do governo. Segundo a coluna de Noblat, a presidente teria rejeitado a proposta, alegando que não seria pautada pela imprensa. Mais tarde Pimentel divulgou uma nova nota, desta vez mais detalhada: "O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior esclarece: Jamais houve o aludido diálogo entre a Presidenta da República, Dilma Rousseff, e o ministro Fernando Pimentel, no qual, segundo o jornalista, o ministro teria cogitado sua demissão. O ministro Fernando Pimentel refuta qualquer ilação e segue trabalhando normalmente". Congresso entra em recesso nesta sexta-feira No Planalto, a viagem de Pimentel é dada como natural e rotineira, apesar das denúncias que o fragilizam. No Congresso, a oposição continuará com o discurso de cobrança e o envio de pedido de informações ao próprio ministro com detalhes sobre as consultorias prestadas por ele. Mas não há possibilidade de votação de novos requerimentos de convocação do ministro. O Congresso entra em recesso nesta sexta-feira e só retorna em fevereiro. Além da pauta da erradicação da miséria, na reunião do Mercosul os representantes do governo brasileiro devem assinar um acordo de livre comércio com a Palestina. |
19/12/2011 12h32
- Atualizado em
19/12/2011 12h32
Cardozo (PT) diz não ver 'cabimento' em apurar denúncias sobre Pimentel (PT)
Reportagens mostram que Pimentel recebeu R$ 2 milhões em consultorias.
Ministro da Justiça disse que Fernando Pimentel tem 'trajetória impecável'.
1 comentário
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta
segunda-feira (19) não ver "cabimento" em apurar as denúncias feitas
sobre o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
Fernando Pimentel, apontado por suposta irregularidade em atividades de
consultoria entre 2009 e 2010, antes de virar ministro.
"Essa é uma questão que é muito clara. [Isso] aconteceu em um período anterior a ele ser ministro. Portanto, eu não vejo cabimento que se coloque isso para frente. Eu não vi efetivamente nada que pudesse macular a imagem do Pimentel, uma pessoa que eu considero, além de amigo, uma pessoa que tem trajetória politica impecável. Portanto, nada mais tem que ser comentado a respeito", afirmou Cardozo após a posse da ministra Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF).
Cardozo foi à posse de Rosa Weber representando a presidente Dilma
Rousseff, que participava, no Palácio do Planalto, da última reunião de
coordenação do ano.
"A presidenta me pediu que viesse representá-la e dar um abraço pessoal na ministra que foi empossada. A presidente da República, como todos nós, ministros, acha que a ministra será uma grande ministra e, portanto, com ela empossada, ganham o Brasil e a Justiça."
O ministro da Justiça comentou ainda a atuação da oposição durante a sabatina de Rosa Weber no Senado, que questionou o fato de a ministra não ter experiência em direito penal, a principal área de atuação do Supremo. Weber era ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
"Ela é uma profunda conhecedora do direito e é claro e natural que alguns parlamentares tenham feito uma ou outra crítica ou pegadinha. Isso é da vida política. A ministra se saiu muito bem na sabatina e acho que ela mostrou sua competência jurídica que marcou sua vida."
Denúncias sobre Pimentel
Reportagens do jornal "O Globo" publicadas no início do mês mostraram que Pimentel recebeu R$ 2 milhões com sua empresa de consultoria depois de deixar a prefeitura de Belo Horizonte e antes de assumir o ministério.
Em nota, o ministério afirmou que Fernando Pimentel deixou a empresa no fim do ano passado e afirma que todas as informações sobre a consultoria foram repassadas à Comissão de Ética Pública da Presidência.
Denúncias
No começo de dezembro, reportagem do jornal "O Globo" apontou que Pimentel recebeu R$ 2 milhões com sua empresa P-21 Consultoria e Projetos Ltda., entre 2009 e 2010, após deixar o cargo de prefeito de Belo Horizonte e antes de assumir vaga no ministério de Dilma.
Segundo o jornal, um dos clientes foi a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) para o trabalho de "consultoria econômica e em sustentabilidade". Dirigentes da federação, que, segundo “O Globo”, pagou R$ 1 milhão pelo trabalho, disseram ao jornal desconhecer o trabalho realizado por Pimentel. Outro cliente, a construtora mineira Convap, teria pago R$ 514 mil pela consultoria.
Em outra reportagem publicada dias depois, "O Globo" cita outro contrato em que o ministro teria recebido R$ 400 mil de empresa pertencente ao filho de um sócio de Pimentel em sua consultoria. Depois, o jornal "Folha de S.Paulo" informou que esta empresa manteve contrato com a Prefeitura de Belo Horizonte quando Pimentel era prefeito.
"Essa é uma questão que é muito clara. [Isso] aconteceu em um período anterior a ele ser ministro. Portanto, eu não vejo cabimento que se coloque isso para frente. Eu não vi efetivamente nada que pudesse macular a imagem do Pimentel, uma pessoa que eu considero, além de amigo, uma pessoa que tem trajetória politica impecável. Portanto, nada mais tem que ser comentado a respeito", afirmou Cardozo após a posse da ministra Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF).
"A presidenta me pediu que viesse representá-la e dar um abraço pessoal na ministra que foi empossada. A presidente da República, como todos nós, ministros, acha que a ministra será uma grande ministra e, portanto, com ela empossada, ganham o Brasil e a Justiça."
O ministro da Justiça comentou ainda a atuação da oposição durante a sabatina de Rosa Weber no Senado, que questionou o fato de a ministra não ter experiência em direito penal, a principal área de atuação do Supremo. Weber era ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
"Ela é uma profunda conhecedora do direito e é claro e natural que alguns parlamentares tenham feito uma ou outra crítica ou pegadinha. Isso é da vida política. A ministra se saiu muito bem na sabatina e acho que ela mostrou sua competência jurídica que marcou sua vida."
Denúncias sobre Pimentel
Reportagens do jornal "O Globo" publicadas no início do mês mostraram que Pimentel recebeu R$ 2 milhões com sua empresa de consultoria depois de deixar a prefeitura de Belo Horizonte e antes de assumir o ministério.
Em nota, o ministério afirmou que Fernando Pimentel deixou a empresa no fim do ano passado e afirma que todas as informações sobre a consultoria foram repassadas à Comissão de Ética Pública da Presidência.
Denúncias
No começo de dezembro, reportagem do jornal "O Globo" apontou que Pimentel recebeu R$ 2 milhões com sua empresa P-21 Consultoria e Projetos Ltda., entre 2009 e 2010, após deixar o cargo de prefeito de Belo Horizonte e antes de assumir vaga no ministério de Dilma.
Segundo o jornal, um dos clientes foi a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) para o trabalho de "consultoria econômica e em sustentabilidade". Dirigentes da federação, que, segundo “O Globo”, pagou R$ 1 milhão pelo trabalho, disseram ao jornal desconhecer o trabalho realizado por Pimentel. Outro cliente, a construtora mineira Convap, teria pago R$ 514 mil pela consultoria.
Em outra reportagem publicada dias depois, "O Globo" cita outro contrato em que o ministro teria recebido R$ 400 mil de empresa pertencente ao filho de um sócio de Pimentel em sua consultoria. Depois, o jornal "Folha de S.Paulo" informou que esta empresa manteve contrato com a Prefeitura de Belo Horizonte quando Pimentel era prefeito.
Dilma: caso Pimentel nada tem a ver com meu governo
Presidente negou reforma ministerial em 2012 e mandou recado a base aliada: “Nenhum partido interfere nos critérios do governo”
Luciana Marques
A presidente Dilma Rousseff em café da manhã com jornalistas, em Brasília
(Roberto Stuckert Filho/PR)
A presidente Dilma Rousseff deixou claro nesta sexta-feira que quer dar como encerrado o escândalo envolvendo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel,
petista e amigo de Dilma há quarenta anos. “O caso de Pimentel não tem
nada a ver com meu governo, tem a ver com ele”, afirmou a presidente ao
ser questionada sobre as consultorias milionárias e suspeitas prestadas
pelo ministro antes de assumir o cargo.
Dilma indicou o desfecho do caso Pimentel ao ser indagada sobre a
semelhança dessa situação com a de Antonio Palocci, ex-ministro da Casa
Civil que deixou o governo em situação semelhante ao titular do
Desenvolvimento. “Eu não demiti o Palocci, ele quis deixar o governo”,
disse a presidente. “Muitos dos que saíram eu considerava com muita
capacidade.” Desde o início do mandato, Dilma demitiu seis ministros
envolvidos com corrupção.
A presidente evitou a palavra “desgaste” ao se referir à queda de seis
ministros após escândalos de corrupção. Preferiu usar os termos
“dificuldades” e “problemas específicos”. Ela disse que não pode prever
demissões de novos ministros, mas fará o possível para que isso não
volte a pautar a agenda presidencial. “Vou tomar todos os cuidados, mas é
algo de que eu tenho controle relativo.” Ela reafirmou a promessa de
ter tolerância zero com a corrupção.
Dilma fez as declarações no seu primeiro café da manhã com os
jornalistas que acompanham as atividades do Palácio do Planalto, nesta
sexta-feira. Também foi a primeira vez que a presidente deixou bem claro
que quem manda no governo é ela – e não os partidos da base aliada - e
que não haverá reforma ministerial em 2012. O recado foi dado
diretamente às legendas da base, sedentas por cargos na Esplanada dos
Ministérios.
“Os partidos participam da escolha de ministro, mas, a partir do
momento em que foi indicado, não presta contas a mais ninguém senão ao
governo”, disse a presidente. “Nenhum partido interfere nos critérios
internos do governo.”
Depois, a presidente tentou aliviar o discurso sobre os aliados
dizendo que não é o caso de “ingerência” dos partidos, mas que ela
precisa preservar o governo de irregularidades. Disse ainda que algumas
pessoas tem a “tentação” de condenar os outros. “Também não posso sair
por aí apedrejando e fazendo julgamentos sem direito de defesa, não é um
caça às bruxas.”
Reforma - Assim como alguns assessores do Planalto já
vinham fazendo, a presidente negou que haverá reforma ministerial em
2012. “Não, não me venham com essa, não é isso que faz diferença no meu
governo.” Dilma defendeu a manutenção das secretarias da Igualdade
Racial e de Políticas para as Mulheres. Nos bastidores falava-se na
extinção dessas pastas.
Durante a conversa com os jornalistas, a presidente demonstrou que não
perdeu velhas manias. Entre elas, a de usar um vocativo típico ao ser
questionada sobre assuntos incômodos: “Minha querida” ou “meu querido”. E
até no plural: “Minhas queridas e meus queridos”. A presidente,
contudo, inovou ao ser indagada pelo site de VEJA se ela gostava do
apelido de “faxineira” de ministros corruptos: abriu os braços, fez uma e
careta e deixou a sala sem responder à pergunta.
(Leia no site de VEJA).
Pimentel, amigo de Dilma há mais de 40 anos — fizeram juntos política estudantil — parece-me que é, segundo todas as informações disponíveis até o momento em que escrevo este post, Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do governo Dilma.
Podem confirmar aqui, no site do Ministério.
Em sendo assim, o “caso Pimentel” tem a ver com que governo? O Obama? De Cristina Kirchner? De Sarkozy?
Dilma diz que caso Pimentel nada tem a ver com seu governo. Ué, com o governo de quem, então? De Obama?
Num café da manhã com jornalistas, hoje, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff disse, entre outras coisas, que as revelações sobre atividades de consultoria de Fernando Pimentel nada têm a ver com seu governo.(Leia no site de VEJA).
Pimentel, amigo de Dilma há mais de 40 anos — fizeram juntos política estudantil — parece-me que é, segundo todas as informações disponíveis até o momento em que escrevo este post, Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do governo Dilma.
Podem confirmar aqui, no site do Ministério.
Em sendo assim, o “caso Pimentel” tem a ver com que governo? O Obama? De Cristina Kirchner? De Sarkozy?
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