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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Governo confunde tudo para defender Palocci


O Ministério da Fazenda e a Polícia Federal divulgaram notas oficiais sobre a reportagem de O Estado de S. Paulo intitulada “Coaf informa PF de negócio suspeito feito por empresa do ministro Palocci

Pois, bem. Vamos lá:

1. O jornal escreveu: “O Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), vinculado ao Ministério da Fazenda, enviou relatório à Polícia Federal comunicando que a empresa Projeto, do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, fez uma operação financeira suspeita na compra de um imóvel de uma empresa que estava sob investigação policial. (...) Funciona da seguinte maneira: os bancos informam ao Coaf sobre transações financeiras fora do padrão. Em cima dessas informações, o órgão da Fazenda repassa à PF e ao Ministério Público relatórios quando uma empresa ou uma pessoa sob investigação aparece nos comunicados dos bancos. No caso de Palocci, o nome da Projeto surge nas transações atípicas envolvendo uma empresa que está sob investigação pela Polícia Federal"

Em nota, o Ministério da Fazenda disse: “Ao contrário do que afirma o jornal "O Estado de São Paulo", em matéria publicada no dia 19 de maio, o COAF não enviou relatório à Polícia Federal comunicando que a empresa Projeto fez uma operação financeira suspeita e também não afirmou, como menciona a manchete da matéria, que 'o negócio feito por empresa de Palocci é suspeito”.

(Comentário meu: O Ministério usa quatro linhas para não explicar o que o jornal informa. A nota do ministério diz apenas que não há relatório sobre “operação suspeita”, esquecendo-se do resto da informação dada pelo jornal de que o relatório trata de uma operação financeira entre a empresa de Palocci e uma empresa que estava sob investigação policial - isso, a nota não desmente).

2. Em nota a Polícia Federal disse: “No tocante à matéria "Negócio feito por empresa de Palocci é suspeito, diz Coaf", publicada no dia 19 de maio no jornal O Estado de S. Paulo, a Polícia Federal esclarece que: a)Não há inquérito policial ou investigação criminal sobre a empresa Projeto; b) Não há inquérito policial ou investigação criminal sobre o Ministro Antonio Palocci; 3) A Polícia Federal não solicitou ao Coaf qualquer informação sobre a empresa Projeto ou sobre o Ministro Antonio Palocci.”

(Comentário meu: O jornal jamais disse que o ministro ou sua empresa é alvo de inquérito ou de qualquer investigação da Polícia Federal. Aliás, a palavra inquérito nem é mencionada na reportagem. O jornal também não disse que a PF solicitou informação ao Coaf sobre a empresa de Palocci. O Estadão publica que a o Coaf repassou à PF transações de uma empresa (não a do ministro) investigada pela polícia e que, entre essas transações, está a da Projeto, empresa de Palocci.)

Portanto, por enquanto, não há desmentidos, apenas uma tentativa de confundir as coisas. E hoje o Estadão publica que sustenta o teor da reportagem com base em investigação própria, confirmada por conversa gravada com uma fonte do primeiro escalão da equipe econômica do governo.

Noblat





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