FERNANDO GALLO
DE SÃO PAULO
O Legislativo paulista retoma seus trabalhos na semana que vem depois de ter vivido sete meses de baixa produtividade, período em que o foco dos deputados esteve voltado para as eleições. Na prática, a Assembleia Legislativa funcionou em apenas dois meses desde julho.
Neste período, em que estão incluídos cerca 70 dias de recesso, os deputados estaduais custaram aos paulistas R$ 78,7 milhões.
O levantamento feito pela Folha considera salários dos parlamentares e seus assessores, auxílio-moradia e verba de gabinete.
Do início do segundo semestre até 19 de outubro, a Casa não votou nenhum projeto. Nesse período, o Legislativo funcionou à base de sessões com discursos de raros parlamentares.
Até dezembro, a aprovação de projetos se deu por acordo, sem debate. As nove votações nominais em plenário foram concentradas entre 8 e 22 de dezembro. No segundo semestre de 2009, houve 29 votações, informa reportagem de Fernando Gallo para a Folha.
A reportagem está disponível para assinantes da Folha e do UOL.
Anastasia cria 1.314 cargos comissionados no governo de Minas
RAPHAEL VELEDA
DE BELO HORIZONTE
O governo de Minas Gerais vai criar 1.314 cargos comissionados (de preenchimento sem concurso) nos próximos quatro anos.
O número representa um acréscimo de 7% no total de comissionados do Estado, mas a administração de Antonio Anastasia (PSDB) defende que a ampliação da estrutura é necessária e terá um impacto baixo no orçamento.
Dos cargos a serem criados, 580 estão destinados ao sistema prisional e devem demorar mais para serem preenchidos, de acordo com a secretária do Planejamento do Estado, Renata Vilhena.
"Estamos construindo 144 novos presídios, mas só vamos convocar o pessoal quando eles estiverem prontos", disse.
"Já do restante dos cargos, a expectativa é preencher 60% já este ano", completou.
A Saúde e a Integração do interior do Estado são as áreas mais atingidas. Também foram criadas secretarias especiais para o planejamento da Copa do Mundo de 2014 e para cuidar da região metropolitana da capital mineira.
Segundo o governo, se todos os cargos fossem ocupados imediatamente, o impacto na folha salarial do Estado seria de R$ 54 milhões por ano, ou 0,25% do orçamento gasto com pessoal.
Em outros Estados, governadores que assumiram no começo do mês tomaram como primeiras medidas o corte de comissionados para poupar gastos.
Em Rondônia, Confúcio Moura (PMDB) anunciou que iria reduzir o número de comissionados de 7.960 para no máximo 4.000.
Lei sancionada em Minas há 9 dias proíbe divulgar nomes de pensionistas
DE BELÉM
DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA
Minas Gerais e outros cinco Estados que pagam pensões vitalícias a ex-governadores não repassam informações detalhadas sobre os benefícios pagos.
O governo mineiro foi o único que se recusou a dar dados. O Estado, comandado por Antonio Anastasia (PSDB), argumenta que leis de 2004 e deste ano impedem que sejam divulgados os salários de pensionistas sem a autorização expressa deles.
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A lei deste ano usada como justificativa foi assinada pelo governador no último dia 13. Trata de consignação em folha em pagamento de servidores inativos ou na ativa.
O governo mineiro afirma que, apesar de serem agentes políticos, ex-governadores se transformam em "servidores públicos inativos" quando passam a ser beneficiários da pensão. Portanto, disse, se enquadram na legislação.
"Nós cumprimos a norma", disse Anastasia, após encontro com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto.
O benefício em Minas foi criado em 1957 e ainda está em vigor. A aposentadoria é do mesmo valor do salário do governador: R$ 10,5 mil. Viúvas têm o direito de ganhar metade disso.
Segundo Anastasia, se houver solicitação do próprio ex-governador que desfruta de aposentadoria vitalícia, a informação será divulgada.
"Sou professor de direito e, como tal, tenho que cumprir as leis. Enquanto a lei tiver essa determinação, ficamos numa situação muito delicada quando os governantes começarem a descumpri-las", disse o governador tucano.
Os senadores eleitos Aécio Neves (PSDB) e Itamar Franco (PPS) afirmaram, por meio da assessoria, que não recebem o dinheiro. O governo mineiro também diz que os dois não são remunerados.
OUTROS CASOS
Os demais Estados não se negaram a passar informações, mas não responderam aos pedidos da reportagem, feitos por telefone e e-mail.
No Pará, a Folha contatou pela primeira vez a assessoria do governo na segunda-feira. Durante a semana, ela disse que responderia as questões enviadas por e-mail, o que nunca aconteceu.
No Maranhão, a assessoria da governadora Roseana Sarney (PMDB) disse que tinha a lista pronta dos nomes, mas que só poderia enviar depois da chancela do secretário da Administração.
Até a conclusão desta edição, nada foi enviado.
Roseana, que já foi governadora anteriormente, recebe cerca de R$ 24 mil.
Em Alagoas, governado por Teotonio Vilela (PSDB), a assessoria afirmou que apenas um funcionário tinha as informações precisas e que ele estava em viagem.
No Piauí, comandado por Wilson Martins (PSB), o governo disse não saber quem são os beneficiários de R$ 12,3 mil mensais.
No Acre, a assessoria do petista Tião Viana disse que passaria os dados, que nunca chegaram.
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