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Todo mundo já sabia que seria essa a decisão do BC. Conforme se apontou aqui quando o BC decidiu restringir o crédito, tratava-se de um aviso de que não se elevaria a Selic. O BC, nesse caso, foi, sem dúvida, independente para fazer política — só que não a monetária. O pensamento foi mais ou menos este: “Elevar a taxa na primeira reunião depois da eleição e último da era Lula produz certo cheiro de estelionato; deixemos para a próxima rodada, o primeiro Copom da era Dilma. E todos dirão — PORQUE DIRÃO — que se trata de um governo corajoso, que não tem medo de parecer e de ser responsável”. Um BC realmente independente, como se vê.
Os juros foram mantidos, sim. Como estão, já são os mais altos do mundo, e isso explica, em parte, a enxurrada de dólares que entra no Brasil, jogando ainda mais para baixo a moeda, o que é ruim para as exportações e para a indústria. Ocorre que a inflação está bem acima da meta, o consumo continua aquecido, e tudo isso pediria uma elevação da taxa. O momento está conjugando dólar desvalorizado com inflação em alta: uma péssima combinação. Que tal baixar os juros para frear a entrada de dólares e desvalorizar o real? Aí a inflação tende a subir mais. Que tal elevar os juros para dar uma porrada na inflação? A tendência é entrar mais dólares, fortalecendo o real. Como diria o poeta, que tal dançar um tango? Aí pode ser…
Alguma saída? Cortar gastos do governo. Creio que será a opção de Dilma, junto com a elevação dos juros. E já ouço com a antecedência o alarido: “Que mulher responsável! Vejam como ela tem coragem de fazer o contrário do que prometeu durante a campanha!”
Afinal, gente, petistas são assim mesmo: tanto mais elogiáveis quanto mais fazem o contrário do que prometem!
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