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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Fidel teve hemorragia intestinal a bordo de avião devido a diverticulite, revela WikiLeaks

DE SÃO PAULO

Atualizado às 20h56.

A hemorragia intestinal que deixou o ex-ditador cubano Fidel Castro à beira da morte começou dentro de um avião sem médico a bordo e, após um pouso de emergência, o ex-ditador cubano foi diagnosticado com uma diverticulite do cólon, inflamação de pequenas protuberâncias na parede do intestino grosso.

A informação consta de um informe médico considerado confiável pela Seção de Interesses dos EUA em Havana, e transmitido ao Departamento de Estado americano, segundo telegramas revelados pelo WikiLeaks e publicados pelo jornal espanhol "El País".


Em 31 de julho de 2006, Fidel Castro cedeu temporariamente seus poderes ao irmão Raúl Castro para passar por uma cirurgia gastrointestinal. Os detalhes sobre a doença e o estado de saúde do ex-líder sempre foram motivo de mistério em Cuba e no mundo. Em 19 de fevereiro de 2008, Fidel anunciou oficialmente que não voltaria a assumir o comando de Cuba.

Durante meses, correspondentes, diplomatas e serviços de inteligência tentaram reunir informações sobre a doença, que foi tratada como segredo de Estado pelo governo cubano.


Desmond Boylan/Reuters - 28.set.10
Os detalhes sobre a doença e o estado de saúde do ex-líder sempre foram motivo de mistério em Cuba
Os detalhes sobre a doença e o estado de saúde do ex-líder sempre foram motivo de mistério em Cuba

FIdel sofreu uma hemorragia intestinal a bordo de um avião cobria a rota entre Holguín e Havana, distantes 734 quilômetros, sem médico a bordo. Por isso, a aeronave teve que aterrissar para que ele fosse levado com urgência ao hospital, segundo telegramas.

Em 14 de março de 2007, a Seção de Interesse recebeu um informe que descreve a pior da saúde de Fidel com base na documentação dada por uma pessoa que supostamente teve acesso ao conteúdo do histórico clínico, segundo o "El País". "Castro atravessa um estado terminal e sofrerá uma inevitável deterioração de suas faculdades mentais até o momento de sua morte. Mas não vai morrer 'imediatamente'", escreveu Michael Parmly, então chefe da missão diplomática.

DECISÃO ERRADA

Segundo os telegramas, Fidel apresentava uma perfuração no intestino grosso e precisava de uma colostomia, procedimento no qual se faz uma abertura no abdômen para drenar as fezes. Porém, ele "se opôs, dizendo que deviam cortar a parte inflamada e conectar o intestino ao colón". O médico Eugenio Selman, chefe de equipe, concordou com o paciente, mas os outros médicos discordaram, segundo o documento.

"Com o passar do tempo, e porque a inflamação chegou ao cólon, a operação fracassou e a parte conectada se separou. Tiveram que operá-lo de novo, mas se depararam com uma fístula [uma conexão anormal entre dois órgãos], cuja existência desconheciam", informa o "El País".

O informe recebido pela equipe diplomática dos EUA acrescenta que, normalmente, uma fístula impede a digestão da comida, motivo pelo qual Fidel perdeu cerca de 18 kg e teve de ser alimentado com soro. Além disso, foi utilizado "um artefato fabricado na Coreia para tratar a fístula, mas sem muito sucesso".

Nesse momento, foi chamado o médico espanhol José Luis García Sabrido, que descartou a existência de um câncer, "e disse que a equipe cubana tinha feito o que achou conveniente, mas que o correto teria sido uma colostomia", segundo telegrama do chefe da Seção de Interesses. "Nesse momento, houve a retirada do médico Selman da equipe."

Segundo o telegrama, com a idade de Fidel a doença não é curável e não lhe permitirá voltar ao comando ativo de Cuba. "Não morrerá imediatamente, mas progressivamente perderá suas faculdades e se debilitará mais até que venha o falecimento."



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