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terça-feira, 29 de junho de 2010

Polícia encontra indícios de que estudante esteve no sítio de Bruno, goleiro do Flamengo

Publicada em 28/06/2010 às 23h45m

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BOMBEIROS PROCURAM pelo corpo da estudante dentro de uma cisterna / Reprodução

RIO - A Polícia Civil mineira encontrou nesta segunda-feira fortes indícios de que Eliza Samudio, de 25 anos, esteve no sítio do goleiro Bruno, do Flamengo, em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Eliza está desaparecida desde que saiu do Rio, entre 4 e 5 de junho, a caminho de Minas. A polícia suspeita que ela tenha sido morta pelo atleta por causa de uma briga pela paternidade de um filho do casal.

Os responsáveis pelas investigações conseguiram mandado judicial para entrar no sítio, no Condomínio Residencial Turmalina, e, segundo uma fonte que participa da investigação, encontraram uma fralda e uma passagem aérea, entre outros objetos, que foram encaminhados para perícia. Apesar de todas as testemunhas que estavam no sítio entre o início do mês até a madrugada do último sábado, quando o filho de Eliza foi encontrado em Contagem, também na Grande Belo Horizonte, terem negado que Eliza esteve no sítio, a polícia viu fortes indícios de sua presença no local.


A polícia não quis revelar a origem e o destino da passagem, nem em nome de quem ela foi expedida, mas um policial afirma que os objetos encontrados são indícios fortíssimos de que ela esteve no sítio. Na noite desta segunda-feira, peritos do Instituto de Criminalística da Polícia Civil mineira foram ao local para aplicar o produto conhecido como luminol, que pode revelar a presença de sangue. O produto deve ser usado no Land Rover do Bruno, que foi apreendido com um amigo dele em uma blitz, dias antes do desaparecimento vir à tona. Se alguma mancha de sangue for detectada, a polícia fará exame de DNA.

A polícia conseguiu entrar no sítio no fim da tarde, e ao menos 60 pessoas participaram das buscas. Além de policiais civis e militares, no fim da tarde o Corpo de Bombeiros foi chamado ao local por causa da suspeita de que haveria um corpo em uma cisterna, mas nada havia sido encontrado até a noite.
Amigas dizem que Eliza foi a Minas

Amigas de Eliza já haviam afirmado que, na última vez em que conseguiram contato, ela estava em Minas, mas todas as testemunhas que estavam no sítio - funcionários e amigos de Bruno - negaram a presença da mulher no local.

- O Bruno não queria reconhecer paternidade (do bebê). Ao que tudo indica, ele a convidou para vir para cá. Trouxe ela para passear, para conversar. E ela desapareceu. Está desaparecida desde o dia 4 ou 5 de junho. Então, essas vertentes têm que ser investigadas e unidas uma a outra - ressalta o chefe do Departamento de Investigações da Polícia Civil mineira, delegado Edson Moreira.

Ele disse ainda que houve várias contradições nos depoimentos das pessoas ligadas ao goleiro, inclusive no de sua mulher, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, que negou até a existência do bebê. A criança foi encontrada pela polícia enquanto Dayanne ainda prestava depoimento, após a confissão de um amigo do casal, segundo o qual Dayanne tirou a criança do sítio e pediu que ele a escondesse. A mulher chegou a ser presa em flagrante por subtração de menor, mas foi liberada por ordem da Justiça. Depois, ela disse que que Eliza abandonou o filho.

A delegada Alessandra Wilke afirma que também pretende ouvir o depoimento de Bruno em Contagem, mas diz que ainda não tem previsão de quando ele será intimado a depor. Segundo a delegada, ainda é necessário fazer outros levantamentos antes de marcar o interrogatório do atleta.

- O Bruno vai ser ouvido quando for oportuno para as investigações. A gente vai ouvi-lo, mas temos que ter mais elementos. Não é interessante (interrogá-lo) agora para as investigações - declarou.

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