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sábado, 20 de março de 2010

Horários divergentes ficaram de fora de relatório do caso Isabella


03/05/08 - 20h33 - Atualizado em 03/05/08 - 21h05


Vizinho ouviu discussão às 23h, quando casal ainda não estava no prédio.
Barulho de festa pode ser usado pela defesa para contestar inquérito policial.

Do G1, com informações do Jornal Nacional


Barulho de festa, horários desencontrados e depoimentos que ficaram de fora do relatório final da polícia. Ainda há muitos pontos a serem esclarecidos sobre a noite da morte da menina Isabella. Entre contradições e divergências que aparecem no inquérito estão os horários.


Caso Isabella: cobertura completa

Segundo o relatório final, o motor do carro de Alexandre Nardoni foi desligado às 23h36m11s e, logo em seguida, ele teria subido para levar Isabella. Para mostrar que a família não subiu ao mesmo tempo, Anna Carolina diz que esperava o marido voltar quando entrou na garagem uma caminhonete preta com som alto.

Mas, de acordo com o dono da caminhonete, ele chegou às 23h30 ouvindo música em volume médio. Não viu ninguém. Deixou o veículo na garagem e levou outro carro para estacionar na rua. Chegou ao apartamento dele por volta das 23h40, horário em que Alexandre diz que estava voltando para a garagem.

Só no segundo depoimento Alexandre citou o automóvel. Disse que o carro havia acabado de entrar na garagem e que a família ficou ali algum tempo aguardando o som cessar.

Em outros depoimentos que narram a suposta briga do casal naquela noite, o vizinho do prédio ao lado diz que ele e a mulher ouviram uma forte discussão vinda do Edifício London por volta das 23h e que durou cerca de 15 minutos. Nesse horário, Alexandre e Anna Carolina ainda não tinham chegado ao prédio.

A mesma testemunha diz que olhou para o relógio às 23h23. Justamente neste momento, ele a mulher ouviram claramente uma mulher dizendo “jogaram Isabella do sexto andar”. Segundo ele, era a voz da mulher que ouviu na discussão. Ou o relógio estava errado ou a discussão que ouviram não era do casal, que só chegou ao prédio às 23h36.

A mulher dessa testemunha lembrou que ela e o marido chegaram a achar que a discussão vinha de uma festa que estava acontecendo no térreo do prédio onde moram. Mas, ao descer, constatou que a festa tinha acabado antes da discussão.

Outra vizinha também contou à polícia que havia uma segunda festa, numa casa na rua de trás do Edifício London. O barulho das festas pode ser usado pela defesa para contestar depoimentos que narram a briga do casal.

O inquérito revela que na noite do crime duas pessoas ouviram uma criança gritar. Uma das testemunhas mora no prédio. A segunda ouviu a criança da casa dela, do outro lado da rua. Logo em seguida, Isabella foi jogada.

Segundo uma dessas testemunhas, apenas depois de cinco a oito minutos após a discussão uma mulher começou a gritar. Essa pessoa também ouviu alguém gritando: “Não toca nela, não toca nela”. Nesse momento, Alexandre já estava perto da filha e teria sido impedido por um dos moradores de tocar em Isabella.

O porteiro conta que Alexandre queria levar a criança ao pronto-socorro, mas que o vizinho que chamou o resgate gritou para que ele não mexesse em Isabella. O morador confirmou a orientação em depoimento.

A delegada Renata Pontes não incluiu essas questões no relatório final do inquérito. Procurada pelo Jornal Nacional, ela não quis fazer comentários. Por meio da assessoria de imprensa, disse que não teve tempo para abrir um capítulo no relatório sobre as contradições que, segundo ela, eram muitas.

Os advogados de defesa disseram que só vão falar sobre o caso depois que tiverem acesso ao inquérito e ao relatório final que foram encaminhados à Justiça. O promotor Francisco Cembranelli informou que vai decidir se denuncia o casal à Justiça até terça-feira (6).





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