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domingo, 7 de março de 2010

Chuvas deixam 6 pessoas mortas



Paes pede a moradores de áreas de risco que deixem suas casas para evitar novas tragédias

POR MAHOMED SAIGG

Rio - O prefeito Eduardo Paes visitou na manhã deste domingo a comunidade Torre Branca, no Rio Comprido, onde duas pessoas morreram soterradas após o desabamento de quatro casas, na madrugada. Paes chegou por volta das 9h15, lamentou as perdas na tragédia e disse que a prioridade da Prefeitura é dar assistência para as famílias que perderam suas casas e parentes. "Foi uma chuva recorde, que provocaria estragos em qualquer cidade. O que mais nos abala são os deslizamentos, porque são vidas que se perdem", avaliou Paes. Até o momento, o número de mortos por causa da chuva na região metropolitana já chega a seis.

>> FOTOGALERIA: Chuva castiga bairros do Rio

Diante da previsão de chuvas fortes para este domingo, o prefeito pediu também aos moradores que áreas de risco que deixam suas casas e se abriguem em residências de familiares para evitar novas tragédias. "Não podemos deixar que essas pessoas continuem correndo risco. Não estamos querendo jogar a culpa do problemas nos moradores, que mas sabemos que muitos continuam jogando lixo nas encostas, o que impede que a água da chuva escorra", acrescentou. O prefeito afirmou ainda que os desabrigados serão cadastrados no programa Aluguel Social.

Tragédia no Rio Comprido

Na comunidade Torre Branca, duas mulheres morreram e duas crianças ficaram feridas. Foi identificada como Rosane Coelho Monteiro Lima, de 33 anos, empregada doméstica, a moradora que morreu soterrada. Após mais de 15 horas, bombeiros ainda fazem buscas para encontrar o corpo de Valdete Santos da Silva, de 27. Ela, o marido e a filha Iasmim de 10 anos assistiam TV na sala quando houve o desmoronamento.

Iasmim Monteiro, de 10 anos, que quebrou um braço e teve ferimentos nas pernas em três lugares, foi levada para o hospital Souza Aguiar, no Centro, assim como Daniela da Silva, 2 anos, que também teve ferimentos. A menina é filha de Waldete Santos da Silva, cujo corpo ainda continua soterrado. Comerciantes da área doaram frutas e água para os bombeiros que fazem o resgate.

No início da tarde, técnicos da Secretaria de Assistência Social chegaram na comunidade para cadastrar os desabrigados e indicá-los para locais seguros e mantidos pela prefeitura, no entanto, todos decidiram ir para a casa de familiares. No total, 14 moradias foram interditadas. Quatorze famílias (cerca de 40 pessoas) que estão desabrigadas vão receber cestas básicas da Prefeitura e entrar do programa Aluguel Social. O benefício é oferecido pela Secretaria municipal de Habitação e prevê o pagamento de R$ 250 por mês para auxiliar no aluguel de uma casa. No primeiro mês, a prefeitura adianta o total referente a três períodos (R$ 750).

Em Anchieta, duas pessoas morreram em um desabamento na rua Leni Liberato da Silva | Foto: Paulo Araújo / Agência O Dia

Duas pessoas morrem em Anchieta

Duas outras pessoas morreram em consequência do forte temporal que atingiu o estado neste sábado. A chuva forte durou cerca de quatro horas, provocando desabamentos de casas e alagamentos em diversos pontos. Em Anchieta, na Zona Norte, duas casas desabaram e mataram uma mulher e a sua neta. Rosângela Luis da Silva, de 40 anos, e Gabriela de Souza Freitas, 3, morreram soterradas. No mesmo desabamento, outras seis pessoas ficaram feridas.

Outra área muito castigada pelo temporal foi o bairro de Jardim catarina, em São Gonçalo, na Região Metropolitana. Com o transbordamento de dois rios da região, a água invadiu ruas e casas e em alguns pontos chegou a uma altura de aproximadamente dois metros. Muitas pessoas foram salvas em botes e barcos do Corpo de Bombeiros.

Dois mortos em Niterói

A Defesa Civil de Niterói confirmou na manhã deste domingo que duas pessoas morreram após um deslizamento de terra que soterrou uma casa no bairro do Cubango. Na casa havia uma família, onde uma mulher e uma criança morreram. Um homem, que estava em outro cômodo da casa, sobreviveu. Duas pessoas morreram em deslizamentos no Rio Comprido e outras duas em Anchieta, na Zona Norte.

Já a Defesa Civil Municipal do Rio registrou 169 chamados desde as 18h deste sábado até o meio-dia deste domingo. Somente neste domingo, das 7h às 12h, foram 61 ligações. A maior parte das ocorrências foi devido a deslizamentos de encostas.

A Defesa Civil do Município permanece em estado de atenção devido à previsão de chuva moderada em toda a cidade durante a tarde deste domingo. O Sistema de Gestão de Risco de Crises (Sigeric) está mobilizado. A orientação é para que as pessoas que moram em áreas de risco se abriguem em locais seguros. Em caso de emergência, a população deve ligar para a Defesa Civil no telefone 199, que funciona 24 horas.

Avenida Brasil congestionada

Na Avenida Brasil, o trânsito ficou completamente congestionado por causa de bolsões de água, principalmente na altura do Caju, na Zona Portuária. Na Rodovia Amaral peixoto, que liga o Rio à Região dos Lagos e com o litoral Norte, o trânsito também ficou muito prejudicado, já que os dois sentidos da rodovia ficaram fechados por causa da ameaça de desabamento de uma passarela de pedestres na altura do bairro de Maria Paula, que entre Niterói e de São Gonçalo. O congestionamento chegou a mais de cinco quilômetros e o fluxo teve que ser desviado para vias secundária.

Durante a madrugada, engenheiros do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), constataram que a estrutura da passarela foi muito comprometida e que, provavelmente, ela terá que ser demolida. Até o final da noite deste sábado alguns trechos de bairros das zonas Norte Sul ainda enfrentavam problema de falta de energia. O temporal deu um nó em diversos pontos do Rio. Na Avenida Niemeyer, na altura do Hotel Sheraton, um deslizamento e um burcaco na pista sentido São Conrado, interrompeu o trânsito por mais de três horas.

Defesa Civil diz que cidade encontra-se em estado de atenção

A Defesa Civil do município informou que a cidade encontra-se em estado de atenção devido à previsão de rajadas de vento e muita chuva prevista também para hoje. O Sistema de Gestão de Risco de Crises (Sigeric) da Defesa Civil foi mobilizado para atender às ocorrências mais graves. Há informações que nas principais vias como Avenida Brasil e Linha Vermelha, bandidos teriam feito arrastões, aproveitando os congestionamentos.

Os bairros mais atingidos, segundo a Defesa Civil, foram Caju, Copacabana, Laranjeiras, Santa Tereza, Rio Comprido e Jacarepaguá Estragos também ocorreram em Volta Redonda, no Sul Fluminense, onde moradores do bairro Água Limpa voltaram a fazer manifestações. O motivo foi novamente a cheia provocada por uma obra inacabada que está sendo feita na BR-393, sobre um córrego que corta o bairro.

A responsável pela obra é concessionária que administra a rodovia. Pelo menos 100 manifestantes atearam fogo em pneus e em cavaletes interrompendo o tráfego no local por aproximadamente uma hora e meia. Com a chegada da Polícia Militar, a movimentação foi dispersa. O trânsito que no local já estava lento piorou por volta das 20h já que parte do asfalto sobre a obra voltou a ceder.

Os pontos mais atingidos na cidade com alagamentos foram o trevo do Barreira Cravo, a entrada do Jardim Amália e ruas da Vila Santa Cecília, Dom Bosco e Santa Cruz. Vários bairros também sofreram com a falta de energia , entre eles, Água Limpa, Santa Cruz, Volta Grande. Segundo moradores do bairro Recanto do Sol, também em Volta Redonda, um poste caiu sobre parte de uma casa na antiga Rua N. No Santa Cruz, houve pontos com deslizamento de terra. Vários sinais de trânsito não funcionavam ontem à noite na Vila Santa Cecília, no Centro, o que dificultou o tráfego no local e em pontos da Rodovia dos Trabalhadores.

Interior do Estado também foi atingido

Em Barra do Piraí, o bairro Califórnia teve vários bairros alagados pela cheia do Ribeirão da Amizade. Diversas ruas tiveram retorno do esgoto que começou a subir pelo encanamento. Além disso, moradores do Morada do Vale alegaram que a água chegou a alcançar quase um metro dentro de casa e as ruas o nível da água ainda era mais alto. No bairro São Sebastião o muro de uma casa que fica as margens do Paraíba cedeu com a força da correnteza. Em toda a região houve falta de energia. Em alguns bairros a falta de luz foi de mais de quatros horas.

Já em Barra Mansa, houve alagamentos em alguns pontos dos bairros Nova Esperança e São Luiz. Os córregos do Açude e do Laranja transbordaram o que provou alagamentos no Vista Alegre. Na via Sérgio Braga houve uma queda de barreira que derrubou árvores e chegou até o acostamento. Não se tem notícia de vítimas na região.


Colaborou: Francisco Edson Alves






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