William Maia - 14/10/2009 - 16h01
O TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) retirou a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), da ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal por suposta par
Os desembargadores atenderam a recurso de Yeda em que ela alegou que não poderia ser processada na 1ª instância por crime de improbidade, devido à prerrogativa de foro. O entendimento unânime da turma foi de que a governadora, como agente política, não pode responder por improbidade administrativa, mas apenas em caso de crime de responsabilidade.
A governadora e mais oito pessoas, dentre elas o deputado federal José Otávio Germano (PP) e o presidente do Tribunal de Contas do Estado, João Luiz Vargas, foram denunciados após a operação Rodin, que apontou prejuízo de mais de R$ 44 milhões aos cofres públicos entre 2003 e 2007.
A Procuradoria chegou a solicitar o afastamento da governadora do cargo, mas o pedido foi negado pela juíza Simone Barbisan Fortes, da Justiça Federal
Além de excluir Yeda do processo, o TRF também determinou o desbloqueio dos bens de José Otávio Germano, de João Luiz Vargas e do deputado estadual Luiz Fernando Záchia (PMDB), que seguem como réus na ação.
A 4ª Turma do Tribunal considerou que são tênues os indícios de que eles teriam participação na fraude descoberta durante a Operação Rodin, não se justificando a indisponibilidade dos bens. No entanto, o órgão julgador ressaltou que, a liberação não impede o reexame da questão, na hipótese de alteração das circunstâncias até o presente momento demonstradas na ação.
Bureau do crime
Na ação, que vazou à imprensa no início de agosto, o MPF relata que lobistas e empresas subcontratadas pelo Detran "entregavam parte dos recursos financeiros escoados do erário aos gestores públicos responsáveis pela contratação e outras personalidades políticas com forte domínio e influência na continuidade do esquema fraudulento”, citando especificamente a governadora Yeda Crusius. Segundo a Procuradoria, eles teriam formado um verdadeiro “Bureau do crime”
Além deles, são réus por improbidade os deputados estaduais Frederico Antunes (PP-RS), Delson Martini, ex-secretário-geral do Governo do Estado, Rubens Bordini, vice-presidente do Banrisul, Walna Vilarins Meneses, assessora da governadora e Carlos Crusius, ex-marido da governadora. A OAB-RS apelou também para que os próprios réus liberem o conteúdo da ação que os envolva.
Yeda nega as acusações e acusa o MPF de criar um “circo político” na divulgação da ação. Em entrevista a um canal de TV, a governadora disse que os procuradores abusaram do direito de propor ações e fizeram pré-julgamento do caso, ao referir-se a ela como ré durante uma entrevista coletiva.
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