Plantão | Publicada em 14/10/2009 às 21h45m
Reuters/Brasil OnlinePor Luis Rojas Mena e Gustavo Palencia
TEGUCIGALPA (Reuters) - O líder de facto de Honduras, Roberto Micheletti, deu a entender nesta quarta-feira que rejeitava um acordo para resolver a crise política detonada no país quando o Exército derrubou o presidente Manuel Zelaya no golpe de 28 de junho.
O principal negociador de Zelaya, Victor Meza, disse mais cedo que os dois lados chegaram a um acordo, e o chefe do Exército de Honduras confirmou que uma solução para a crise estava próxima.
Mas os negociadores que depois se encontraram com Micheletti no palácio presidencial em Tegucigalpa disseram que nenhum acordo foi fechado sobre a questão central de reinstalar Zelaya na Presidência.
"O diálogo nesse ponto foi cordial e ambos os lados fizeram avanços importantes. No entanto, neste momento, não há um acordo final", disseram os negociadores do governo de facto em comunicado.
O golpe militar em Honduras detonou a pior crise na América Central em anos e foi visto como o primeiro grande problema para o presidente dos EUA, Barack Obama, na América Latina, depois que ele prometeu melhores relações com os governos da região.
A questão central nas negociações desta semana era o retorno de Zelaya ao poder, mas Micheletti, um político veterano que assumiu a Presidência depois do golpe, disse na quarta-feira que a Suprema Corte teria que decidir o futuro de seu rival.
"Conforme entendi, Zelaya está pedindo que o Congresso determine se ele pode ou não voltar", disse Micheletti. "Mas isso quem vai decidir é a Suprema Corte".
ABRIGADO NA EMBAIXADA
Zelaya foi derrubado e obrigado por soldados a se exilar, mas voltou às escondidas para Honduras no mês passado e buscou abrigo na embaixada brasileira na capital do país para evitar a prisão.
Na quarta-feira ele se encontrou com negociadores a portas fechadas na embaixada para rever o acordo proposto.
Fazendeiro rico que usa um chapéu de caubói, Zelaya enfureceu conservadores poderosos quando estava no poder ao se aproximar do presidente venezuelano socialista Hugo Chávez e flertar com a reforma da Constituição, provavelmente de olho na reeleição.
Os Estados Unidos e outros governos estrangeiros condenaram o golpe contra Zelaya e ameaçaram não reconhecer as eleições marcadas para 29 de novembro se a democracia não for restaurada no país antes dessa data.
(Reportagem adicional de Magdalena Morales e Frank Jack Daniel)
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