Presidente economiza no discurso, após crítica de Gilmar Mendes, que também recuou nesta quarta-feira
Rodrigo Brancatelli, enviado especial
Para lançar, em Ouro Preto, o Programa de Aceleração do Crescimento das Cidades Históricas, foi montado um palanque de quase 100 metros quadrados, em que Lula e Dilma distribuíram sorrisos, mas economizaram nos discursos, não quiseram falar com a imprensa e evitaram entrar em polêmica com Mendes.
"Quero agradecer à ministra Dilma por ter escutado os pedidos das cidades históricas e ter colocado as reivindicações delas no PAC", disse Lula, em discurso breve, preocupado em chegar a tempo de outro evento em Belo Horizonte. "Recuperar o patrimônio histórico é preservar a memória do Brasil."
Ao todo, oito ministros escoltaram o presidente, mas apenas o do Turismo, Juca Ferreira, discursou. Dilma só assistiu ao lançamento. Foram incluídas no passeio por Minas, segundo colégio eleitoral do País, apenas cidades administradas por partidos da base aliada do Planalto.
Da mesma forma que Lula, o presidente do STF também se esquivou de alimentar a polêmica sobre campanha eleitoral fora de época. Para ele, houve um debate salutar que "está encerrado". Ao abrir o 71º Congresso Internacional de Criminologia, em Belém (PA), Mendes disse que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dará "bom encaminhamento à questão". E negou "qualquer polêmica" entre ele e Lula. "O presidente deve ter sido orientado por seus assessores a entender que isso era legal, mas quem vai examinar o caso não sou eu, é a Justiça Eleitoral."
Projeto
O governo afirmou que o PAC das Cidades Históricas começa a ser implementado até dezembro em 32 municípios. As primeiras ações incluem principalmente embutimento de fiação elétrica, restauração de construções históricas e contenção de encostas - a única cidade paulista contemplada até agora é Santos, que pretende reformar o Casarão do Valongo ao custo de R$ 6,1 milhões.
Essa obra já estava aprovada pelo Ministério da Cultura desde 2007. Os outros municípios beneficiados nessa fase do PAC são Marechal Deodoro, Penedo e Piranhas (AL); Cachoeira, Cairu e Salvador (BA); Icó, Sobral e Viçosa (CE); Pirenópolis (GO); São Luís (MA); Belo Horizonte, Diamantina, Ouro Preto e São João Del-Rei (MG); Corumbá (MS); Belém (PA); Areia e João Pessoa (PB); Olinda, Recife e Serinhaém (PE); Parnaíba e Pedro II (PI); Rio de Janeiro (RJ); Natal (RN); Jaguarão e Piratini (RS); Laguna e São Francisco do Sul (SC); e São Cristóvão (SE). "É o maior programa para a preservação do patrimônio nacional já criado", disse Lula, ao lado de Dilma e Aécio.
Colaborou Carlos Mendes
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