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quinta-feira, 23 de julho de 2009

No Brasil, por exemplo, um lote inteiro de Tamiflu teve de ser recolhido e ... depois de o remédio encalhar nas farmácias e ter a validade vencida. ..

800 bilhões de dólares



De acordo com o Banco Mundial, essa é a estimativa de prejuízos que uma pandemia de gripe aviária pode causar à economia global
Por Roberta Paduan | 01.11.2005

Revista EXAME -

A multiplicação de casos de infecções e mortes causados pela gripe aviária vem gerando enorme apreensão no mundo inteiro. Além de serem provocados pela versão mais letal do vírus já encontrada, os casos estão se espalhando com muita rapidez por diversas fronteiras. Nas últimas semanas também começaram a ficar visíveis os impactos econômicos provocados pela doença. Os prejuízos somam algo entre 10 bilhões e 15 bilhões de dólares e se concentram na Ásia, principal foco do problema. As perdas estão em sua maior parte relacionadas ao sacrifício de 80 milhões de aves e ao impacto da diminuição de vendas e exportações em vários países. Mesmo sem ter nenhum caso de contaminação, Inglaterra, Itália e França apresentaram queda de 10% a 30% no consumo de produtos avícolas nas últimas semanas. Na Romênia, onde foram encontradas aves doentes, a redução foi de 60%. As autoridades sanitárias ainda se dividem sobre o potencial de estrago do vírus num futuro próximo. Na hipótese mais pessimista, a doença sairia do controle, provocando milhões de mortes e uma recessão mundial. Hoje é impossível dizer se a gripe aviária se transformará num problema real de grandes proporções ou se se manterá na condição de ameaça. O fato é que ela gera medo. E medo costuma mexer com a economia mundial.

Embora seja apenas especulação, existe o risco real de que o vírus passe por um processo de mutação e adquira a capacidade de se transmitir de pessoa para pessoa -- hoje a infecção humana só é possível pelo contato com animais doentes. Se confirmada essa hipótese, os efeitos certamente seriam terríveis. Mas a dificuldade é a mensuração dessa tragédia. Há números para todos os gostos. Em caso de uma pandemia, a Organização Mundial de Saúde prevê a morte de 7,4 milhões de pessoas. Cenários mais catastróficos, porém, estimam até 150 milhões de mortes. Os estragos econômicos também geram controvérsia. Uma das estimativas mais confiáveis é a do Banco Mundial. Em recente relatório, intitulado "Impactos econômicos e sociais da gripe aviária", a instituição estimou em 2% a queda do PIB mundial, caso haja realmente uma pandemia. Isso representaria 800 bilhões de dólares a menos cir culando no mundo em um ano. Essa previsão foi baseada nos efeitos econômicos na Ásia provocados pela síndrome aguda respiratória (sars), em 2003, doença que causou menos de 800 mortes.

O potencial de estrago econômico da gripe aviária é enorme, pois a doença se propaga num mundo globalizado. No cenário mais pessimista, uma pandemia desse porte desencadeada em pleno século 21 provocaria pânico entre a população e prejuízos consideráveis em várias áreas. "Todos os setores que trabalham com alto fluxo de pessoas, como transportes, parques de diversão, turismo, varejo, hotelaria, alimentação, entre outros, sofreriam drásticos impactos", disse a EXAME David Braverman, vice-presidente da Standard & Poor's. Casos recentes demonstraram na prática esse potencial de estrago econômico. Durante o surto de sars, que atingiu principalmente Hong Kong, o setor aéreo do país foi praticamente paralisado. O tráfego de passageiros nos aeroportos caiu 70%. Os cinemas perderam 47% do público. Em Toronto, cidade canadense onde a sars fez 44 vítimas, o setor de turismo perdeu 500 milhões de dólares no ano do surto.

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