Gravidade da nova doença é semelhante à da gripe comum; novo vírus pode estra substituindo o antigo
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De acordo com o ministério, dos 1.566 casos confirmados para a chamada gripe suína no país entre 25 de abril e 18 de julho deste ano, 14,2% apresentaram dificuldade respiratória moderada ou grave, além de febre e tosse - sintomas compatíveis com a definição de síndrome respiratória aguda grave. No mesmo período, das 528 pessoas com diagnóstico da gripe sazonal, 17% evoluíram para esse mesmo quadro.
"No Brasil, podemos afirmar categoricamente que adoecer pela gripe comum ou pela H1N1 é muito semelhante do ponto de vista da gravidade dos casos. Isso indica que a abordagem clínica para diagnóstico, tratamento e internação deve ser a mesma para ambos os vírus", afirmou o diretor de Vigilância Epidemiológica do MS, Eduardo Hage. Segundo ele, não existem estudos que apontem como o novo vírus vai se comportar daqui para frente.
De abril a julho, foram notificados 8.328 casos suspeitos de algum tipo de gripe no País, com maior concentração nas regiões Sul e Sudeste. Desse total, 1.957 casos foram descartados para qualquer vírus influenza e 4.277 ainda estão em estudo.
Do ponto de vista da manifestação da doença por idade, também há semelhança entre os dois vírus.
A análise epidemiológica realizada até o momento indica que a faixa etária mais acometida tanto pelo vírus H1N1 quanto pelo vírus da influenza sazonal é a de 20 a 49 anos, com mais de 60% dos casos.
Desde abril, dos exames com resultado positivo para algum tipo de vírus respiratório nos três laboratórios de referência do Brasil, 60% foram para H1N1. No Chile e na Argentina, esse porcentual já ultrapassa 90%.
Segundo Hage, ainda é cedo para se confirmar, mas é possível que o novo vírus esteja substituindo a gripe comum.
Antiviral
Eduardo Hage reiterou que o uso indiscriminado do antiviral fosfato de Oseltamivir (conhecido como Tamiflu) para todos os casos de gripe pode tornar o novo vírus A (H1N1) resistente ao medicamento, e diminuir sua eficácia no tratamento da doença. "O número de países que apresenta resistência ao novo vírus em relação ao Oseltamivir tem aumentado. Além de Hong Kong, Japão e Dinamarca, o Canadá, especificamente na província de Quebec, registrou um caso de resistência nesta semana", disse o diretor.
De acordo com o Protocolo de Manejo Clínico e Vigilância Epidemiológica da Influenza do ministério, apenas os pacientes com agravamento do estado de saúde nas primeiras 48 horas, desde o início dos sintomas, e as pessoas com maior risco de apresentar quadro clínico grave serão medicadas com o antiviral. O grupo de risco é composto por idosos, crianças menores de dois anos, gestantes, pessoas com diabetes, doença cardíaca, pulmonar ou renal crônica, deficiência imunológica (como pacientes com câncer, em tratamento, e aids), pessoas com obesidade mórbida e também com doenças provocadas por alterações da hemoglobina, como anemia falciforme.
Cálculo da letalidade
A partir de agora e de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), a letalidade do novo vírus será medida apenas em relação aos casos graves. O porcentual de pessoas que morrem, em relação ao total de pacientes graves é, no momento, de 12,8%.
A taxa de mortalidade do novo vírus A (H1N1), por sua vez, será calculada considerando o número de casos em relação ao número de habitantes. Isso permitirá a comparação da mortalidade pela gripe neste ano em relação aos anos anteriores, o que poderá ser feito depois do fechamento do mês de julho.
Com as 29 mortes confirmadas no Brasil pela doença até o dia 22 de julho, a taxa de mortalidade por influenza A (H1N1) no país é de 0,015 por 100 mil habitantes.
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