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domingo, 28 de junho de 2009

Nova gripe está perto de mudar de estágio no Brasil


Plantão | Publicada em 26/06/2009 às 14h33m

Valor Online

SÃO PAULO - Com mais de 450 casos confirmados de Influenza A (H1N1), a doença está perto de mudar de estágio no Brasil, segundo o infectologista David Uip, que é diretor do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. "Ainda não termos transmissão sustentada interna, mas estamos no limite", afirma o especialista. A boa notícia é que ele vê o novo vírus como causador de uma gripe muito parecida com a comum, sem maiores riscos para a saúde das pessoas.

Até agora, o protocolo do Ministério da Saúde que detalha os procedimentos a serem seguidos para identificação da doença ainda considera que só deve ser classificado como "caso suspeito" aquele em que o paciente apresenta sintomas de gripe - como febre, dor de garganta e dor de cabeça - e que também tenha estado, nos últimos dez dias, em países com casos confirmados de infecção pelo vírus. A outra hipótese é que o paciente tenha tido contato, nos últimos dez dias, com alguma pessoa classificada como caso suspeito ou confirmado. Portanto, somente nesses dois casos os pacientes têm sido tratados como suspeitos e submetidos a testes.

Na visão de Uip, com a gripe espalhada por mais de cem países e em crescimento no Brasil, começa a perder o sentido seguir mapeando a origem de todos os casos da doença, até porque se torna cada vez mais difícil controlar a transmissão dentro do país. "A minha opinião é de que não precisa testar mais ninguém", diz Uip, citando que apenas ontem, quinta-feira (25), cerca de 500 pessoas estiveram no Emílio Ribas com sintomas de resfriado e gripe e com medo de estarem infectados pela nova gripe, chamada também de gripe suína.

"Não tem sentido fazer consulta para todos os casos de espirro e tosse. Se é o vírus H1N1, ou se é o H5N1 (vírus da Influenza sazonal), tanto faz", afirma o médico, considerando, portanto, que não deve haver alarde sobre o novo vírus. "Era importante (fazer o mapeamento dos casos) até agora para saber o que estava acontecendo, mas o dado epidemiológico vai se perder", sentencia.

O infectologista diz, inclusive, que a orientação do Ministério da Saúde deve mudar em breve, com a indicação de que só se recomende o uso de remédios nos casos mais graves.

Segundo o especialista, só deve procurar um médico a pessoa que está com uma gripe prolongada, que não melhora, com sintomas de sinusite, pneumonia e falta de ar. "Um quadro que não caminhe como de uma gripe normal, que seja diferente de ficar um ou dois dias com os sintomas tradicionais", exemplifica.

(Fernando Torres | Valor Online)

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