1 - Adquira conhecimentos gerais sobre a vida e obra de Eça de Queirós, através de qualquer Literatura Portuguesa, Dicionário de Literatura ou em qualquer dos "sítios" da Internet que lhe indicámos.
2 - A arquitectura do Romance: Repare que além do título «Os Maias», o livro tem um subtítulo «Episódios da Vida Romântica». O autor quis contar, por um lado, a história de uma família, os Maias, através de várias gerações; o subtítulo indica uma segunda intenção, descrever certo estilo de vida - o romântico - através de episódios. Leia os primeiros quatro capítulos e constate que no romance há um começo, que põe em foco um lugar e nos situa num tempo determinado («A casa que os Maias vieram habitar em Lisboa, no Outono de 1875...», a pp. 5 da edição de Livros do Brasil), um recomeço («foi só nas vésperas da sua chegada, nesse lindo Outono de 1875, que Afonso se resolveu enfim a deixar Santa Olávia e vir instalar-se no Ramalhete», p. 10) e um novo recomeço em que o Outono de 1875 volta a ser o tópico-pivot: «E então Carlos Eduardo partiu para a sua longa viagem pela Europa. Um ano passou. Chegara esse Outono de 1875; e o avô, instalado enfim no Ramalhete, esperava por ele ansiosamente» (pp. 95-96). Ora é neste momento que a acção do romance efectivamente se inicia, com a inerente alteração do ritmo narrativo (passagem a tempo mais lento, e, sobretudo, entre as cenas, hiatos muito mais curtos), sendo tudo quanto fica nas oitenta e cinco páginas anteriores simples preparação constituída pela história em retrospectiva (a analepse) da família Maia, centrada em Afonso da Maia. A acção não abrange meio século mas apenas cerca de catorze meses, do Outono de 1875 a fins de 1876; e, enquanto os antecedentes familiares, de cerca de 1820 a 1875, só ocupam oitenta e cinco páginas, os catorze meses da acção, de que são protagonistas Carlos e Maria Eduarda (não falando em Afonso, que figura como vítima e como elemento determinante do desfecho), espraiam-se por mais de quinhentas e noventa páginas. Segue-se um epílogo, situado, na cronologia do narrado, dez anos depois, em 1887; este epílogo, retrospectivo, reflexivo, abrange vinte e sete páginas - quase todo o capítulo XVIII, cujas duas primeiras páginas referem ainda os consequentes imediatos do desfecho, quer dizer, da separação definitiva dos amantes: a segunda viagem de Carlos pelo mundo e a sua instalação em Paris. Em esquema, a arquitectura d’Os Maias poderia, portanto, representar-se assim: Chave: 1 - Introdução (5 pp.): marco inicial da acção; o Ramalhete; Afonso. 2 - Preparação (cerca de 85 pp.):
3 - Acção (cerca de 590 pp.) 3.1 - Intriga principal (história dos amores trágicos de Carlos e Maria Eduarda); relaciona-se com o título do romance.
3.2 - Comédia de costumes (uma outra intriga secundária - pano de fundo onde se desenrola a intriga principal) onde perpassam figuras típicas da sociedade lisboeta; relaciona-se com o sub-título «Episódios da Vida Romântica».
4 - Epílogo (cerca de 27 pp.)
Este epílogo é retrospectivo, reflexivo. Coloque-se na perspectiva de Carlos e Ega, reveja com eles os espaços e as personagens deixadas há dez anos e comente, à margem, os aspectos críticos que achar mais significativos.
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sexta-feira, 9 de maio de 2008
ROTEIRO PARA UMA LEITURA DE «OS MAIAS»
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José Maria Eça de Queiroz,
OS MAIAS
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