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sexta-feira, 9 de maio de 2008

Os Maias [Sintra]

Desta vez propomos-lhe uma viagem no tempo e na literatura portuguesa, com um interessante passeio por Sintra, com base na grande obra “Os Maias”, de Eça de Queirós. Para quem não sabe, a referida obra foi publicada em 1888 e uma pequena parte da acção passa-se em Sintra.

Em pleno séc. XIX, esta vila era, entre muitas coisas, ponto de encontro para os casais apaixonados, sobretudo aqueles que, segundo a mesma sociedade, não o deveriam ser. Falamos, claro, dos amores proibidos. Esta escolha por parte das pessoas, ficava a dever-se ao facto de Sintra ser, ao mesmo tempo, afastada e próxima de Lisboa. Ou seja, era suficientemente longe dos olhares críticos e,como a viagem não era muito longa, ficava perto da capital.

Propomos-lhe, então, que se ponha a caminho desta bela vila. Não o fará, certamente, de coche, como em pleno séc. XIX, mas tem de começar, exactamente, no local onde se inicia a passagem por Sintra, na obra “Os Maias”. Para começar, damos-lhe a coordenada do primeiro ponto. A partir daí, fica por sua conta. Ou seja, o melhor é levar um papel e uma caneta, pois vai precisar de fazer algumas contas. Para encontrar a coordenada do segundo ponto, tem de fazer contas com base nas coordenadas do primeiro ponto. Para encontrar as coordenadas do terceiro ponto, tem que fazer contas com base nas coordenadas achadas do segundo ponto e assim sucessivamente, até chegar à cache que está no último ponto.


1º PONTO

Para cá chegar ainda vai precisar de um meio de transporte.

N38º 47.339 W009º 22.488

«E, a passo, o breque foi penetrando sob as árvores do ????. Com a paz das grandes sombras, envolvia-os pouco a pouco uma lenta e embalada susurração de ramagens (...).» “Os Maias”

Repare no curioso monumento funerário que a voz popular designa como Túmulo dos Dois Irmãos. Segundo a lenda, estão aí sepultados dois irmãos, tendo um deles, sem o saber e movido por ciúmes, assassinado o outro, suicidando-se a seguir, depois de conhecer a identidade da vítima. Mas a realidade parece ser bem diferente: a abertura do túmulo, em 1830, a mando de D.Manuel revelou a existência de apenas um corpo que, segundo as teses mais plausíveis, embora ainda incomprovadas, trata-se de D. Luís Coutinho, bispo de Viseu, mais tarde de Lisboa, que teria falecido em Sintra, vítima de lepra, em meados do séc. XV.

É de referir, ainda, que o túmulo se encontrava, inicialmente, no cemitério, local que hoje é ocupado pelo campo de futebol. Optamos por este monumento por mero interesse, pois o mesmo não é referido na obra.

Para chegar ao ponto seguinte, precisa de fazer algumas contas:

Coordenada N - Divida por quatro a data em que o monumento foi restaurado. Ao total some 22. Some o resultado obtido à cordenada N do primeiro ponto.

Coordenada W - Pegue no último algarismo da data e divida-o pelo nº de irmãos. Some 1000. Pegue no total e some à coordenada W do primeiro ponto.

Se chegou até à vila de carro, recomendamos que o estacione, e que faça o percurso a pé.


2º PONTO

Se fez bem as contas, chegou a um hotel que nem sempre teve o nome que tem hoje. Até 1977, aqui funcionava o Hotel Nunes, um dos três hoteis onde os apaixonados se hospedavam. Um era o Hotel Victor, que já não existe, e o outro, que ainda existe, não lhe podemos dizer já o nome, pois vai até lá no 5º ponto

«- Nós não vamos para (...) – disse Carlos, saindo bruscamente do seu silêncio e espertando os cavalos.

- Vamos para o Nunes, estamos lá melhor!» “Os Maias”

Quer continuar? Se respondeu afirmativamente, mais contas terá de fazer. De frente para a porta principal:

Coordenada N - Retire à coordenada N do primeiro ponto, metade das estrelas.

Coordenada W - Multiplique por dois o nº de varandas, ao qual deve somar o nº de lâmpadas que estão por baixo do telheiro e, de seguida, retirar o nº de hastes das bandeiras. Pegue no total e diminua à coordenada W do primeiro ponto.


3º PONTO

Depois de ler o excerto que se segue, certamente, irá perceber se acertou nas contas, pois é fácil perceber a que monumento é que Cruges de refere.

«E foi o que mais lhe (Cruges) agradou – este maciço e silencioso ???, sem florões e sem torres, patriarcalmente assentado entre o casario da vila, com as suas belas janelas manuelinas que lhe fazem um nobre semblante real (...).» “Os Maias”

Se estiver de frente para uma fonte, é bom sinal, pois está no bom caminho.

Coordenada N - Multiplique por sete o nº de saídas de água da fonte e retire o valor que obteu, à coordenada N do terceiro ponto.

Coordenada W - Multiplique o nº de arcos pelo nº de candeeiros que estão pendurados no tecto para lá dos arcos. Multiplique o total por dois e some o resultado à coordenada W do terceiro ponto.


4º PONTO

«Na praça, por defronte das lojas vazias e silenciosas, cães vadios dormiam ao sol. Através das grades da cadeia, os presos pediam esmolas (...).» “Os Maias”

Não vai acreditar, mas se fez bem as contas, está de frente para a antiga Cadeia da Comarca. O edifício foi erguido no séc. XIX, para instalar os condenados da região saloia. No entanto, o facto dos presos incomodarem os transeuntes com palavras e gestos desagradáveis, fez com que a população da vila se manifestasse contra a sua localização e pedissem a sua transferência para uma zona mais isolada. E assim aconteceu. Em 1911 inicia-se a adaptação do edifício para o que hoje aí funciona. Não quer desistir, pois não? Então siga as nossas indicações.

De frente para as portas:

Coordenada N - Multiplique por dois o nº da porta impar, ao valor obtido some o nº de arcos mais o nº de círculos em pedra. Retire o valor obtido à cordenada N do quarto ponto.

Coordenada W - Some as duas portas pares e multiplique por dois. Pegue no total e some duas vezes o nº de quadrados em pedra. Some o total à coordenada W do quarto ponto.


5º PONTO

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«- ??? onde é? Na serra? – perguntou ele, (Cruges) com a ideia repentina de ficar ali um mês naquele paraíso.» “Os Maias”

Se tudo estiver a correr bem, está perante o hotel mais antigo da Península Ibérica. Nascido em 1764 com o actual nome, transformou-se em Hospedaria Inglesa em 1850. Foi depois vendido ao Srº Miguel Gallway que aumentou o edifício para, em 1900, alugar uma parte para ser usada como pastelaria, onde se fabricaram os primeiros pastéis de feijão. Em 1935 foi comprado por uma senhora checoslovaca que abriu o hotel em 1949 como Estalagem dos Cavaleiros, que viria a encerrar em 1961. Em 1989 é adquirido pela família holandesa Bos e reerguido até à presente data para mais uma vez se chamar ????.

Para avançar, mais contas tem de fazer:

Coordenada N - O que é que costuma haver em cima dos telhados? Chaminés! Procure uma, com uma data. Pegue no terceiro algarismo e multiplique-o pelo último algarismo. Ao total obtido tire o número formado pelos dois primeiros algarismos. Pegue no total obtido e some à coordenada N do quinto ponto.

Coordenada W - Os três últimos algarismos da data formam um número. Divida-o por três. Ao total, some 58. Ao valor obtido some a coordenada W do quinto ponto.

CURIOSIDADE: Antes de avançar, dê uma vista de olhos para o pequeno quintal que está do outro lado da estrada e que tem o nº 23. Se olhar bem, ainda consegue ver algumas argolas, em ferro, numa das paredes interiores. Era neste espaço que ficavam os burros que antigamente transportavam os turistas até ao castelo.


6º PONTO

«Eram duas horas quando os dois amigos saíam enfim do hotel, a fazer esse passeio a ???? – que desde Lisboa tentava tanto o maestro.» “Os Maias”

Não desista...Está quase a chegar ao fim. Agora, deve estar perante um majestoso edifício, construído no último quartel do séc. XVIII por Daniel Gildemeester, então consul da Holanda em Portugal. Nos finais desse século, foi vendido ao Marquês de Marialva, D. Diogo Vito, que acrescentou, à primitiva construção, o corpo do lado nascente e o majestoso arco triunfal, encimado pelo brasão real e um medalhão que contém as efiges de D. João VI e D. Carlota Joaquina.

Pois é, que pena...estas são as últimas contas que precisa de fazer para chegar à cache:

Coordenada N - Multiplique o nº de estrelas pelo nº de candeeiros que vê na fachada principal. Pegue no total e multiplique-o pelo nº de efíges que estão no medalhão do arco. Ao total obtido some 11. Pegue no valor obtido e diminua da coordenada N do sexto ponto.

Coordenada W - Multiplique o nº de estrelas pelo nº de candeeiros que vê na fachada principal. Pegue no total e some o nº que associamos ao azar. Pegue no total e diminua da coordenada W do sexto ponto.


ÚLTIMO PONTO - CACHE

Agora é só procurar. Damos-lhe uma pista: quando o muro do lado norte deixa de ser liso.

Conseguiu? Parabéns! Esperemos que tenha gostado deste passeio. Agora, recomendamos que regresse à vila e restabeleça a energia perdida, saboreando os deliciosos travesseiros de Sintra.

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