O presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, cujas recentes declarações de que encontrou a cura da Aids foram recebidas com incredulidade pela comunidade internacional, voltou-se agora contra os homossexuais, assegurando que "os matará" se não deixarem o país.
"Gâmbia é um país de crentes, as práticas pecaminosas e imorais como a homossexualidade não serão toleradas neste país", disse em um comício em 15 de maio, relataram jornalistas locais à France Presse, nesta quinta-feira.
Jammeh afirmou que vai "cortar a cabeça" de qualquer homossexual apanhado em Gâmbia. A campanha contra o homossexualismo continuou nos veículos de comunicação próximos ao governo, inclusive com um virulento editorial do jornal "Daily Observer".
"Dissemos antes e vamos dizer outra vez. Esse é um país muçulmano e cristão. Tanto o Corão como a Bíblia condenam a homossexualidade, pura e simplesmente", dizia o artigo publicado em 19 de maio.
Hoje, um representante do grupo britânico de defesa dos homossexuais Outrage disse que as declarações do líder gambiano não o surpreendem.
"Jammeh tem um longo histórico homofóbico", comentou o porta-voz Peter Tatchell.
"Se levar essas ameaças adiante, os doadores internacionais retirariam seu apoio, e os turistas deixariam de ir ao país, prejudicando a economia gambiana."
O turismo é essencial para a economia desse país do oeste da África, que carece de recursos naturais.
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