Em Cuiabá
Indicado para coordenar o Plano Amazônia Sustentável (PAS), considerado o estopim da saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente, Mangabeira Unger propôs cinco iniciativas para reduzir os danos à floresta e para ocupar a região de cerca de 5 milhões de quilômetros quadrados de modo ordenado.
Mangabeira destacou como iniciativa do PAS uma rede de indústrias em toda a Amazônia, ao lado de grandes cidades, "que transforme produtos florestais, madeireiros e não madeireiros; que fabrique tecnologia apropriada ao manejo sustentável de uma floresta tropical, e também transforme produtos minerais e agropecuários", disse.
"Estamos conscientes da necessidade de incentivos para a instalação de empresas florestais e para a agregação de valor nas indústrias agropecuárias e minerais", acrescentou.
As outras iniciativas são a regularização fundiária, o zoneamento ecológico e econômico da Amazônia, a construção de uma agricultura moderna e democratizada e a formação de recursos humanos para um novo modelo do ensino médio, hoje "fraco", que combine capacitação técnica e profissionalizante.
"Sem projetos econômicos não haverá estruturas produtivas e sociais organizadas. E uma vasta região sem essas estruturas, é difícil de se defender", afirmou a jornalistas em Cuiabá, após reunir-se com o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi para tratar de ações do PAS no Estado.
FORÇA AMBIENTAL
O ministro acha que colocar o Exército na defesa de reservas não resolve as questões ambientais e econômicas.
"Jamais podemos imaginar que resolveremos problemas militarizando a Amazônia", disse sobre o trabalho do Exército.
O novo ministro indicado para assumir o Meio Ambiente, Carlos Minc, havia sugerido o uso da Forças Armadas em parques e reservas na Amazônia, mas em encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na segunda-feira, apresentou uma nova proposta. O ex-secretário do Ambiente do Rio sugeriu a formação de uma Guarda Nacional Ambiental.
Segundo Mangabeira, o Brasil necessita da reafirmar sua soberania sobre a Amazônia de forma inequívoca".
"Há sempre um risco enquanto o espaço econômico e social da Amazônia permanecer relativamente vazio", disse. "Quem cuida da Amazônia é o Brasil", afirmou.
O governador de Mato Grosso, grande produtor de soja, endossa a idéia de fiscalização da região por meio de maior presença do Estado.
Maggi comentou ser favorável à uma Guarda Nacional Ambiental, como propôs Minc, mas descartou ceder contingente para compor a nova força de fiscalização.
"Pode criar, mas não conte com a polícia de Mato Grosso. Eu não vou ceder policiais. Não temos polícia para cuidar da floresta".
A força proposta por Minc seria nos moldes da Força Nacional de Segurança (FNS), que reúne policiais de diversos Estados. Sphere: Related Content
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