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domingo, 4 de maio de 2008

E OS RÉUS CONTINUAM QUERENDO GANHAR MAIS TEMPO.

Como tenho dito aqui em posts anteriores, o processo de Flavia está a caminho de Brasília. Esta decisão é oficial e publicada no Diário Oficial de São Paulo. Estou em contagem regressiva, aguardando que meu advogado diga: - Odele, o processo de Flavia, finalmente chegou ao Superior Tribunal de Justiça em Brasília. Tão logo esta notícia me seja dada, o que espero aconteça em aproximadamente 30 dias, vou pedir a colaboração de vocês para uma nova blogagem coletiva. No momento adequado estarei passando mais informações.

O que me deixa perplexa, é que apesar da gravidade do acidente e mesmo tendo se passado todo esse tempo, – NOVE ANOS!!! – em que luto na justiça paulista por uma indenização adequada para os cuidados com Flavia, os réus do processo de minha filha continuam querendo ganhar mais tempo, mais do que já ganharam. Jacuzzi do Brasil e Condomínio Jardim da Juriti continuam se esquivando às suas responsabilidades e apresentando agravos aos recursos de Flavia, com a nítida intenção de ganharem tempo, de protelar ainda mais uma decisão final, mesmo sabendo que o processo dela vai mesmo, ser julgado em Brasília. Mas ainda assim, os réus tentam com seus agravos, ganharem mais tempo, embora saibam que o tempo que eles já ganharam, Flavia perdeu.
Mesmo com as evidências da responsabilidade dos réus, mostradas na perícia técnica feita na piscina, chegam os réus Jacuzzi e Condomínio, ao absurdo de com suas manobras protelatórias alegarem em seus agravos que sou culpada pelo acidente com minha filha, por não estar com ela na piscina, no momento em que o ralo lhe sugou os cabelos e a prendeu embaixo dágua. Ora, Flavia, tinha 10 nos, altura de 1,50m e a piscina onde nadava, tinha 95 cm de profundidade. Além disso, Flavia sabia nadar com desenvoltura e não estava sozinha na piscina, mas acompanhada de 3 adolescentes, o irmão de 14 anos, e dois amigos dele, ambos de 15 anos. Mas basta nos virarmos de costas por alguns minutos para que um sistema de sucção, funcionando de forma irregular, com um motor super potente e totalmente desproporcional ao tamanho da piscina, como aquele existente na piscina do condomínio onde Flavia nadava, cause uma tragédia da proporção desta que a deixou em coma vigil irreversível.

É lamentável, a postura do Condomínio Jardim da Juriti, que insiste ao longo dos anos em isentar-se de sua responsabilidade no acidente que vitimou Flavia. E lamentável que empresas do porte da Jacuzzi do Brasil se preocupe apenas em auferir lucros na venda de seus produtos, não se importando com as vítimas de acidentes causados por seus sistemas de sucção, vendidos sem a devida orientação técnica e alertas sobre os riscos que um equipamento fora dos padrões técnicos adequados, possa causar aos usuários da piscina onde esse equipamento for instalado.

Por uma melhor qualidade de vida para Flavia, esperemos que em Brasília, a Justiça mesmo que tardia, se faça. Mas não vamos esperar de braços cruzados. Conto com vocês para mostrarmos aos juízes de Brasília, que Flavia já não conta só com a mãe dela nesta luta, mas conta também com muitos amigos que solidários conosco, não pactuam com a negligência, tampouco com a impunidade.

Muito obrigada e até o próximo post.

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