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domingo, 4 de maio de 2008

Cine-PE: a história do petróleo no Brasil no fraco 'Ouro negro'

Danton Mello e Maria Ribeiro em cena de 'Ouro negro', de Isa Albuquerque

RECIFE - A rica história sobre a descoberta e início da exploração de petróleo no país ainda não ganhou seu merecido retrato no cinema. O filme “Ouro negro”, exibido esta sexta-feira no Cine-PE dentro da mostra competitiva, bem que tenta resumir as tragédias, ambições e conquistas de brasileiros e estrangeiros na busca pelo novo negócio, mas roteiro e direção frágeis de Isa Albuquerque não permitem o filme alçar vôos maiores.

A própria diretora gosta de chamar atenção para seu longa - que tem estréia prevista para o segundo semestre com distribuição da Pandora Filmes - comparando-o com o recente e premiado “Sangue negro” (“There will be blood”, de Paul Thomas Anderson com Daniel Day-Lewis). Além do grande abismo estético que separam as duas produções, o viés político de “Ouro negro” distancia-se da película americana, que se prende a questões éticas e morais (e bem mais atrantes para o espectador) do nascente e selvagem capitalismo dos EUA.

O ator Danton Mello, correto em sua interpretação apesar de o texto não colaborar muito, vive o fictício personagem João Martins, que sintetiza a trajetória de seis pioneiros. O filme começa em 1918, seguindo os passos do pioneiro alemão José Bach, morto em circunstâncias misteriosas em Alagoas após desenvolver estudos sobre o potencial petrolífero da Bacia de Carmona. O roteiro de ficção é livremente inspirado em fatos reais e bem recheado – até com certo exagero – em contradições e mortes mal explicadas. Para humanizar os personagens, o clássico recurso de triângulo amoroso (formado pelos personagens de Danton e das atrizes Maria Ribeiro e Luisa Curvo). O elenco conta ainda com os ótimos Odilon Wagner, Mallu Galli e Chico Diaz. Thiago Fragoso e sua inexperiência na tela acabam se destoando dos demais.

Mais uma vez o condescendente público de Recife aplaudiu a produção, mas não perdoou os diálogos novelescos e garantiu as gargalhadas no meio da projeção, como já havia acontecido duas noites antes com “Bodas de papel”, de André Sturm.

O Cine-PE chega à reta final este sábado com a exibição de “Nossa vida não cabe num Opala”, que poderá ajudar o júri a definir os vencedores em meio a uma seleção fraca e sem critérios desta edição do festival.

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