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quarta-feira, 9 de abril de 2008

REVISTA TPM , Selton Mello

“o recomendo começar criança. O que meus pais fizeram comigo foi lindo, mas tem muita criança que pira”

Tpm. Você veio de Minas para São Paulo quando era bem pequeno, não é?
Selton Mello.
É. Os meus pais são de Passos e, no meu nascimento, eles voltaram para sua cidade natal. Aquela coisa de ficar perto da família e tal. Eu nasci lá, passei um mês e voltei para SP, onde vivi minha infância. Mas sempre passei grandes temporadas em Minas, que foram fundamentais na minha formação. Eu tive uma relação muito forte com a natureza, com os bichos, com a terra. Imagino, se um dia eu tiver um filho – o que acho uma viagem muito bacana –, vou fazer de tudo para estar bastante no mato. Acho que é legal para a criança, sabe?

Tpm. Você iniciou sua carreira cantando em shows de calouros?
Selton Mello.
É, meu início é hilário. Sempre toquei violão e guitarra, já tive banda e tudo. Um dia disse para minha mãe que queria cantar no programa do Raul Gil. Tinha uns 7, 8 anos. Cantei no Bozo também. É engraçado.

Tpm. Você cantava Roberto Carlos?
Selton Mello.
Cantava. Gostava muito de Roberto Carlos e minha mãe fez um terninho para eu cantar. Nessa onda, pintou um olheiro de agência que me chamou para fazer comerciais e, nessa de comercial, comecei a fazer novela. Fiz Dona Santa, que foi a primeira, e Braço de Ferro, a segunda. As duas na Bandeirantes.

Tpm. Você colocaria um filho para trabalhar tão cedo, como foi com você?
Selton Mello.
Não e não recomendo começar criança. O que meus pais fizeram comigo foi lindo, mas eu vi muitos atores da minha época de criança dançarem por causa dos pais. Lembro de muito pai enchendo o saco de diretor, mas meus pais, supermineirinhos, sempre me deram ferramentas para fazer o que eu queria fazer. Nunca me impuseram nada. Quando eu terminei Corpo a Corpo e não apareceu nenhuma outra novela, tinha sempre a dúvida: “Será que a gente vai falar lá com o diretor que te trouxe?”. A gente sempre acabava optando por não ir. Então isso foi muito bacana. Eles sempre conversaram muito comigo, para eu não pirar. Mas tem muita criança que pira.

Tpm. Você continua tão metódico como o menino de 11 anos que decorava o texto de todo o elenco da novela?
Selton Mello
. Isso eu não perco. E acho que ficou mais forte depois de ter recebido um prêmio fora do meu país, lá em Cuba, que foi o mais importante da minha carreira [Selton recebeu o prêmio de melhor ator no 23º Festival Internacional Del Nuevo Cine Latinoamericano, no ano passado]. A emoção e o orgulho que senti defendendo o Brasil foi muito grande. Me senti meio “os caras do vôlei”. Isso me estimula a ficar cada vez melhor.

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