O Haiti, país mais pobre das Américas, ainda se recupera dos efeitos do devastador terremoto de janeiro de 2010, que destruiu a capital Porto Príncipe e paralisou a economia local, elevando o desemprego e a pobreza, fator principal para a saída de haitianos.
"Reiterei que continuaremos cooperando para criar para os haitianos condições de vida melhores no próprio Haiti. Deixei claro, no entanto, que como é da natureza dos brasileiros, estamos abertos a receber cidadãos haitianos que optem por buscar oportunidades no Brasil", disse Dilma em um comunicado após reunião com o presidente haitiano, Michel Martelly.
Entre o final de 2011 e início deste ano, cerca de 4 mil haitianos entraram ilegalmente no norte do Brasil. O governo brasileiro concedeu visto a todos eles.
Para coibir a imigração ilegal, a embaixada brasileira passou a emitir 100 vistos condicionados por mês a haitianos interessados em residir no Brasil.
"Iremos combater as redes criminosas de intermediários, os chamados coiotes, que se aproveitam da vulnerabilidade de trabalhadores e suas famílias, submetendo no trajeto do Haiti ao Brasil a situações degradantes e desumanas, além de explorá-los cobrando taxas escorchantes", disse a presidente.
Dilma disse ainda que a reconstrução do Haiti, após o terremoto que matou cerca de 250 mil pessoas, não pode ser interrompida, e destacou a importância de investimento privado brasileiro no país caribenho.
"Conversamos ainda sobre a importância da participação do Brasil na reconstrução e do desenvolvimento do Haiti. Isso se expressa também... no esforço para presença, para garantir a presença no Haiti de investimentos privados brasileiros", disse.
"Na atual crise econômica mundial, países mais vulneráveis necessitam atenção redobrada sob pena de serem ainda mais injustamente castigados... Não podemos, portanto, permitir que seja interrompida a trajetória de recuperação do Haiti".
O Brasil lidera a força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no país desde 2004, com mais de 2.100 homens. Dilma disse que a participação brasileira será reduzida a 1.900, mas não citou prazos.
O efetivo total da missão, de cerca de 11,6 mil integrantes, começará a ser reduzido neste ano para níveis pré-terremoto, mas um prazo para a retirada total não foi anunciado pela ONU.
A visita ao Haiti encerra uma viagem de três dias de Dilma ao Caribe, que incluiu uma parada em Cuba.
(Por Hugo Bachega, em Brasília
Nenhum comentário:
Postar um comentário