ELISANGELA ROXO
DE SÃO PAULO
Aproximadamente 20 pessoas se reuniram por cerca de duas horas em frente
à TV Globo nesta sexta (20), ao meio-dia, para protestar contra o
"descaso" da emissora em relação ao suposto estupro ocorrido na semana
passada no reality show "Big Brother Brasil".
DE SÃO PAULO
"Não só a [participante do programa] Monique, mas todas as mulheres que ela representa foram agredidas com este caso", explicou a jornalista da Rede Mulher e Mídia, Bia Barbosa, uma das organizadoras. "A violência contra a mulher é tão banalizada hoje em dia que as pessoas acham normal o que aconteceu", diz.
Segundo ela, a manifestação, apesar do tamanho reduzido, é importante para mostrar que a mobilização para o caso também está fora da internet. "Não importa quantas pessoas vieram, mas estar neste lugar [a portaria da Globo em São Paulo] é simbólico."
Para o coordenador da Coletivo Intervozes, João Brant, uma das entidades que organizou o protesto, não importa se houve ou não um estupro no programa da Globo. "Há indícios que houve abuso e a questão é a postura da emissora, que tratou como 'amor' e disse que 'o show tem de continuar'."
Luiz Carlos Murauskas/Folhapress | ||
Protesto contra o "BBB", em São Paulo |
O protesto, apesar de reduzido, teve a participação curiosa do funcionário da Globo Arnaldo Marcolino, técnico em manutenção eletrônica da emissora, que também faz parte do Sindicato dos Radialistas de São Paulo. Com microfone na mão, ele criticou a postura da emissora. "Estamos aqui discutindo a forma como a concessão está sendo usada", disse e afirmou não ver contradição em protestar contra um ato da empresa da qual é funcionário.
A manifestação terminou por volta das 14h, sob aplausos, com a leitura do poema "Big Brother Brasil, Um Programa Imbecil", do cordelista baiano Antonio Barreto.
Procurada, a Globo informou que "já se manifestou em comunicado enviado 'a imprensa, vale reiterar que a participante esclareceu em depoimento à polícia que estava consciente e consentiu".
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