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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Lição de casa sobre pedofilia não foi erro, diz advogado




GABRIELA YAMADA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO
A professora de uma escola estadual de São Carlos que pediu para que uma aluna de 12 anos acessasse a internet para conversar com um pedófilo acredita que não errou ao fazer o pedido.
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A informação é de seu advogado, Arlindo Basílio. Segundo ele, a docente teve interesse pedagógico e educacional ao propor o trabalho para a disciplina de português. "[Com a conversa] Ela queria mostrar o problema e os riscos [da pedofilia]."
A professora, que dá aulas há dez anos, não teve o nome divulgado nem pelo defensor nem pela Secretaria de Estado da Educação. "Ela está abalada" afirmou Basílio.

Editoria de Arte/Folhapress
No início do mês, a professora foi denunciada à Secretaria de Estado da Educação, ao Conselho Tutelar e à Promotoria da Infância e Juventude pelos pais da aluna.
Segundo eles, a docente enviou um bilhete, pelo caderno da aluna, orientando-a a entrar "numa sala de bate-papo com nome fictício, mas com idade real", com o objetivo de atrair um pedófilo para conversa on-line.
"É uma questão de interpretação de texto. Ela não fez nada mais que mandar um bilhete para os pais, explicando a proposta", disse Basílio.
Ainda segundo o advogado, a docente não propôs que a aluna se encontrasse com o pedófilo em frente à catedral, como disseram os pais.
"Ela dá aula para outras turmas. Não teria tempo para acompanhar um encontro porque o trabalho deveria ser entregue no dia 18. E ela não é investigadora, e sim professora", afirmou.
EM CHOQUE
Segundo Basílio, a mulher ficou abalada psicologicamente com as acusações feitas pela família da aluna e a repercussão do caso. "Ela chora muito, todos os dias. Agora, afastada pela secretaria, irá se retirar de cena."
Respondendo processo administrativo, a professora ficará fora das salas por 180 dias.
O promotor da Infância e Adolescência de São Carlos, Marcelo Mizuno, disse que não irá requisitar à Polícia Civil a instauração de inquérito pois não houve crime.
"Li o bilhete que ela enviou aos pais e percebo que houve a intenção de propor um trabalho didático", disse.
Mizuno afirmou, no entanto, que a execução do trabalho escolar foi uma "decisão infeliz" da professora.
A Folha tentou, mas não conseguiu falar ontem com os pais da menina.
O caso ainda pode ser investigado pela Polícia Federal, já que a aluna nasceu nos Estados Unidos.
ESTADO
A Secretaria de Estado da Educação informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não irá se manifestar sobre o caso enquanto não for concluída a apuração preliminar.
No início da tarde, o advogado Arlindo Basílio afirmou que a professora estava proibida de falar com a imprensa por uma decisão da Diretoria Regional de Ensino.
Questionada, a pasta negou. "(A secretaria) nem tem amparo legal para isso", informou a assessoria, em nota.
Depois, Basílio afirmou à reportagem que, como a professora é contratada pelo Estado, compreendeu que o não pronunciamento se estende a ela.
De acordo com a secretaria, o prazo para a conclusão da apuração preliminar é de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30 dias se necessário.
A secretaria informou que ela foi afastada em caráter preventivo para preservar a integridade da apuração e o direito de ampla defesa da professora.


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