O governador do Rio Grande do Sul,
Tarso Genro (PT-RS), negou as acusações de que estaria "atacando o
jornalismo investigativo", publicadas em um editorial no jornal Zero Hora, e acusou o Grupo RBS de "querer interditar o debate, fazendo-o através da manipulação da informação", noticia o Jornal do Brasil.
O editorial reage a um discurso
proferido por Genro no Congresso do Ministério Público do Rio Grande do
Sul em que, segundo o Jornal do Brasil, ele teria atacado práticas do
jornalismo investigativo "que denunciam, julgam e condenam, pretendendo
substituir as instituições republicanas que têm essas atribuições". O ZH acusa Genro de "censurar o jornalismo investigativo".
Em resposta ao texto, o governador nega as acusações e reafirma que não acredita no controle estatal da informação, segundo o portal Carta Maior.
"Não proponho, em absoluto, qualquer
controle da informação por parte do Estado. Nem a sonegação de
informações relevantes, para que os processos e as investigações tenham
ampla publicidade pela mídia (...). Nem se trata de alegar a existência
de uma 'conspiração' dos meios de comunicação contra a democracia e o
devido processo legal. Trata-se de compreender que já vivemos um período
da sociedade da informação em que os poderes de fato, no capitalismo
tardio, estão se sobrepondo aceleradamente ao poder das instituições
formais do Estado", explicou o político. Ele diz que o jornal manipulou
sua fala no Congresso, e que "sequer versava sobre alguma empresa de
comunicação em particular ou sobre alguma investigação jornalística".
Sobre a acusação de que estaria
tentando se proteger de futuras denúncias, o governador afirmou que isto
seria "jogo sujo". "O que faz reduzir a corrupção é a punição pelo
Estado e não o justiçamento paralelo da mídia, nem as investigações dos
repórteres, que obviamente podem ser feitos e devem ser feitos. Mas o
produto destas investigações é matéria jornalística e é, portanto,
mercadoria-notícia, não prova de crime".
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