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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

WALCYR CARRASCO E O ORGULHO HÉTERO


Postado em 02/08/2011 às 22:10 por Walcyr Carrasco |

Deus do céu, pode haver coisa mais ridícula que a votação do Dia do Orgulho Hétero na Câmara Municipal de São Paulo? Atenção: minha posição não é contra a heterossexualidade! Mas a criação de datas específicas costuma corresponder a critérios históricos. Os negros são prestigiados porque foram escravos e sofrem preconceito e discriminação social até agora. Os gays porque até hoje são alvo de violência e discriminação. Há também o Dia da Mulher que reafirma a conquista dos direitos femininos, após uma longa luta. E até hoje, falando francamente, negros têm menos oportunidades profissionais e mulheres costumam ganhar menos do que homens. Também gays sofrem profissionalmente, além de serem agredidos nas ruas.

Seria cômico se não fosse trágico. Surge uma espécie de movimento para defender os heterossexuais de supostos privilégios gays. Juro, eu não vejo héteros sendo alvo de chacota por serem héteros. Nem apanhando nas ruas. Ou sofrendo níveis de discriminação profissional. Ainda estou para conhecer um pai ou uma mãe que expulse o filho de casa por ser hetero. Alguém conhece? O vereador Carlos Apolinário defendeu a “moral e bons costumes”. Já repararam que quando alguém quer arrancar votos fala nisso? Mas não explica o que é moral e bons costumes. O deputado, ligado a igrejas protestantes, talvez não esteja entendendo em profundidade a fé cristã. A grande importância de Cristo, no plano das ideias, da ética e da fé, foi justamente transformar a visão de “olho por olho, dente por dente”, do Velho Testamento, em “amai o próximo como a ti mesmo”, do Novo. A humanidade deu um grande passo do ponto de vista ético, com o Cristianismo, pois Cristo trouxe a religião do perdão em contraposição à do confronto.

Bom costume para mim é, justamente, ter uma visão cristã da vida. Moral é viver de acordo com princípios éticos.

Mas o que o vereador propõe? O confronto. Sua obsessão, aliás, são os gays. Já fez um projeto contra a Parada Gay. Já foi, como deputado, contra a PL122, projeto de lei pelos direitos homossexuais. Agora conseguiu passar esse Dia do Orgulho Hétero.

Tudo bem. Se houver a Parada do Orgulho Hétero, vou com prazer. Como será? Com caminhões de mulatas sambando? Não, não, o vereador é religioso. Será uma passeata de casais bem formais, eles de terno e gravata, elas de vestidinho sem decote? Tudo bem careta? Epa! Mas aí não vai ser a Parada do Orgulho Hétero. Mas o dia da posição “Papai e Mamãe”. Gente, ser hétero não é ser careta! Muito pelo contrário!

No final de contas, cada vez que eu vejo uma coisa dessas, olho para a foto de quem propôs. No caso, o vereador Carlos Apolinário. E penso:

— Por que esse tipo de projeto sempre é inventado por gente feia?

Acho que os bonitos e as bonitas estão se divertindo!

Vamos lá, Kassab, agora só depende da sua sanção!

( Que estranho momento esse! A pessoa não pode ser hétero , pois ofende ! Que visão mais distorcida da realidade , essa do Walcyr! Tenha dó !)









Associação LGBT pede veto de Kassab a Dia do Orgulho Hétero em São Paulo

"Excrescência" criada por vereadores paulistanos "envergonha" cidadãos, segundo associação

Por: Virginia Toledo, Rede Brasil Atual

Publicado em 03/08/2011, 14:55

Última atualização às 15:37

São Paulo – O projeto de projeto de lei aprovado na terça-feira (2) pela Câmara de São Paulo que cria o Dia do Orgulho Heterossexual precisa ser vetado pelo prefeito Gilberto Kassab (ex-DEM, rumo ao PSD). A demanda é defendida pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABLGBT), que divulgou nota na qual afirma que a decisão do Legislativo paulistano é uma "excrescência homofóbica" que "envergonha" os cidadãos.

A Câmara aprovou, em sessão extraordinária, o Projeto de Lei 294, de 2008, do vereador Carlos Apolinário (DEM). Caso seja sancionado pelo prefeito, o Dia do Orgulho Heterossexual na cidade será celebrado no terceiro domingo de dezembro.

Caberá agora ao prefeito Gilberto Kassab definir se veta ou sanciona o texto, que tinha oposição de dos 11 vereadores da bancada do PT, dos dois da bancada do PCdoB, além de Gilberto Natalini, Claudio Fonseca (PPS), Claudio Prado (PTB), Juscelino Gadelha, Tripoli e Eliseu Gabriel (PSB).

"Ao nosso ver, o projeto de lei nº 294/2005 é um acinte propositalmente ofensivo e atentatório à democracia e aos direitos da pessoa humana", afirma a carta. "Para poder avaliar o propósito verdadeiro do projeto de lei, basta ler o conteúdo preconceituoso e discriminatório da justificativa", sustenta a nota.

A comunidade LGBT afirma ainda que os heterossexuais não são discriminados pelo simples fato de serem heterossexuais, ao contrário do que têm sofrido os homossexuais, vítimas de crimes de ódio – a violência homofóbica. A carta afirma que não há registros desse tipo de violência contra os heterossexuais em razão de sua orientação sexual.

"Os 19 vereadores da Câmara Municipal de São Paulo que votaram a favor desse projeto de lei envergonharam a nação brasileira, com sua conivência com o desrespeito à laicidade do Estado, com seu aval ao preconceito, com a mensagem de ridicularização da cidadania da população LGBT que endossaram e divulgaram para o mundo afora", acrescenta o texto.





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