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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Professores da rede estadual em greve passam a madrugada acampados em frente à Secretaria estadual de Educação


RIO - Os professores em greve da rede estadual do Rio passaram a madrugada acampados em frente à sede da Secretaria estadual de Educação, na Rua da Ajuda, no Centro. De acordo com os manifestantes, o acampamento permanecerá montado até a próxima quinta-feira, quando os líderes do movimento se reunirão com secretários do governo para tentaram achar uma solução para o impasse.

Segundo a coordenadora geral do Sindicato Estadual dos Profissionais e Educação do Rio de Janeiro (Sepe), Vera Nepomuceno, os professores esperam ter o mesmo apoio da população que os bombeiros tiveram. Os grevistas reivindicam um aumento de 26% para professores e funcionários, incorporação imediata da gratificação da nova escola, descongelamento do plano de carreira dos funcionários e o direito de realizar eleições para diretores nas escolas.

- Os professores recebem R$ 765,66 e são descontados em 11%. E o salário dos funcionários com os descontos é de R$ 434. De janeiro até junho deste ano 3 mil professores já largaram a rede estadual. Temos que trabalhar todos os dias em três turnos para termos um salário razoável - disse Vera.

Para esta quarta-feira, os manifestantes programam diversas atividades em frente à sede da Secretaria estadual de Educação. Logo pela manhã haverá um café da manhã, depois os professores darão aulas ao ar livre sobre o coronelismo, que segundo Vera Nepomuceno, ainda acontece no Rio de Janeiro. Também haverá um "arraiá" satírico com uma fogueira onde os professores pretendem queimar todas as irregularidades do governo.

Na próximo sexta-feira a classe se reunirá em uma assembleia para discutirem a proposta apresentada pelo governo, na quinta-feira. O objetivo será saber se irão persistir na greve, que nesta quarta-feira completa 36 dias, ou se vão interrompê-la.

Na tarde de terça-feira, um grupo de cerca de 50 professores em greve invadiu, por volta das 13h, o prédio onde funciona a Secretaria estadual de Educação. Durante a invasão, houve confusão entre docentes e seguranças, e uma porta de vidro foi quebrada. Policiais do Batalhão de Choque e do 5º Batalhão (Praça da Harmonia) entraram no prédio e jogaram spray de pimenta no grupo, segundo os próprios manifestantes. Com a ajuda de um carro de som, pelo menos mais 200 educadores permaneceram junto ao prédio durante a tarde.

A invasão durou cerca de dez minutos, e os professores chegaram ao 5º andar, onde 40 professores montaram um acampamento. O secretário de Estado de Educação, Wilson Risolia, e o secretário de Estado de Planejamento, Sérgio Ruy, receberam seis representantes do Sepe.

Durante o encontro, Risolia lamentou episódios como a invasão do prédio da secretaria e o boicote às provas do Saerjinho (avaliação interna das escolas).

" Desde o início da greve, esta é a quarta vez que recebemos o sindicato. Estamos abertos à negociação e ao entendimento", disse o secretário de Educação, segundo a nota.

VÍDEO: Professores ocupam Secretaria de Educação

No último dia 5, o secretário anunciou que o Governo do Estado antecipará, para os professores da rede, mais uma parcela do programa Nova Escola, a de 2012 para 2011; e para o funcionários técnico-administrativos, todas as parcelas restantes do Nova Escola. O impacto estimado no valor do vencimento-base, de junho para julho, será de aproximadamente 9,2%. O salário base do docente de 16 horas semanais, por exemplo, passará de R$ 765,66 (junho/11) para R$ 836,10 (julho/11). "Essas medidas beneficiarão cerca de 167 mil servidores da Educação, entre ativos, inativos e pensionistas; e representarão um esforço orçamentário de R$ 711 milhões em 2011", diz a nota da secretaria.

"Em 2011, mais de R$ 1,2 bilhão serão investidos no setor. São benefícios que vão desde a melhoria salarial dos professores e servidores, passando pela concessão do auxílio-transporte, pagamento de processos pendentes há mais de uma década, qualificação e formação para os docentes e obras em unidades escolares. Houve melhorias e isso não quer dizer que vamos parar por aí. Vamos avançar mais, mas há um impacto orçamentário e temos que ser responsáveis", explicou o secretário, na nota.

Recentemente, a Justiça determinou que os professores grevistas terão que repor as aulas perdidas durante a greve de acordo com calendário estipulado pela Secretaria de Estado de Educação. O aluno deve ter seu direito à escola assegurado. Dessa forma, cumprindo ainda decisão judicial, a Seeduc não descontará os dias parados. A adesão ao movimento tem, desde o seu início, estado em torno de 2% dos 51 mil professores regentes de turma.

Também participaram da reunião o subsecretário de Gestão do Ensino, Antônio Neto; o subsecretário de Gestão de Pessoas, Luiz Carlos Becker; o subsecretário Executivo, Amaury Perlingeiro; e deputados Marcelo Freixo, Janira Rocha e Robson Leite.

Os professores reivindicam reajuste emergencial de 26%, incorporação imediata da gratificação do Nova Escola (prevista para terminar somente em 2015), e descongelamento do Plano de Carreira dos funcionários administrativos.

A greve dos professores completa nesta quarta-feira 36 dias de duração. A categoria reivindica também a incorporação imediata de toda a gratificação do programa Nova Escola, prevista para terminar apenas em 2015; entre outras medidas. No último dia 5, o governo aceitou incorporar as gratificações do Nova Escola, até 2012, já na folha de julho, o que teria aumentado os vencimentos em 9,6%, segundo a Secretaria. Os deputados estaduais Janira Rocha e Marcelo Freixo (do PSOL) estão no local.

O protesto na sede da secretaria lembra a ocupação do Quartel Central do Corpo de Bombeiros, em 3 de junho. Os militares, que reivindicavam aumento de salário, foram expulsos do local por policiais do Bope, e mais de 400 manifestantes foram presos, dando início a mais uma série de protestos pela anistia administrativa e criminal dos bombeiros, que foi publicada no diário oficial no dia 30 de junho, quando também foi oficializado o reajuste salarial de 5,58%, além da utilização do Fundo Especial do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro para o pagamento de remuneração por mérito, capacitação, exercício de encargos extraordinários, lotação e desempenho.







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