Nada de ternos caros, glamour ou qualquer tipo de extravagância. Francisco Scarpa Filho, mais conhecido como Chiquinho Scarpa, recebeu a equipe de Contigo! Online vestindo um uniforme da arte marcial que pratica e aprendeu a amar, o Aikido. A entrevista descontraída aconteceu entre um golpe e outro nos tatames do conceituado Instituto Maruyama de Aikido, no bairro do Caxingui, em São Paulo.

Com 2.500 pontos na região abdominal, resultado de diversas intervenções cirúrgicas, o playboy falou sobre como vive um milionário, da experiência de ver a morte de perto e de como a arte marcial japonesa o ajudou a conquistar mais mulheres. Morando com os pais, Francisco e Patsy, em uma mansão no Jardim América, bairro sofisticado de São Paulo, e divorciado há menos de um ano da sétima mulher, Rosimari Bosenbecker, ele diz que terá um herdeiro para dar continuidade aos Scarpa. A seguir os melhores trechos da entrevista.

Aikido: A arte de ser uma pessoa melhor
“Aqui (no Instituto Maruyama de Aikido) todos são tratados de maneira igual e eu sou mais um aluno. Há oito anos pratico o Aikido para aprender a viver no mundo lá fora. Meu pai começou a treinar antes de mim e quando saí de casa hoje para esta entrevista ele estava indo para a piscina, isso aos 101 anos. Eu sou playboy, sou bon-vivant e boêmio, sempre fui e sempre serei, mas agora com disciplina. Inclusive, o Aikido me ajudou a conquistar mais mulheres. Uma coisa eu te garanto, aos 55 anos eu faturei muito mais mulheres do que aos 18. Antes era só forma física e dinheiro. Agora é forma física, dinheiro e Aikido, não necessariamente nessa ordem”.

Vida de playboy e bon vivant
“Meu foco na vida é minha família, especificamente nos meus pais que hoje são eles que moram comigo e não eu com eles, nos meus amigos e no meu trabalho. Aos 59 anos, nunca cheguei próximo à falência, nem me envolvi em concordatas. Nunca devi dinheiro para ninguém, não trabalho com o Governo e nasci na casa que moro, na Praça Nicolau Scarpa, no Jardim América. Sou um playboy, que por incrível que pareça, trabalha desde os 15 anos. Levanto todos os dias cedo, minhas empresas e minhas indústrias nunca pararam e sou eu quem comanda tudo agora. Na parte pessoal, me cuido muito bem. Como e bebo do bom e do melhor. Tenho muitas regalias, mas com muita responsabilidade. Em resumo, essa é a vida de um playboy”.

Novos Ricos
“Esses brasileiros que estão entre os mais ricos do mundo na lista da Forbes (entre eles o empresário Eike Batista) têm fortunas que surgem de repente, mas com a mesma rapidez elas desaparecem. Vocês vão notar isso nos próximos noticiários deste mês. Não são como eu que estou a quase 60 anos no mercado”.

Medo da falência
Questionado sobre se tem medo da falência no fim da vida como aconteceu com Jorginho Guinle, outro conhecido playboy, que morreu praticamente sem nada em 2004, Chiquinho Scarpa é categórico: “Veja bem, nenhum playboy faliu. Só o Jorginho Guinle que fez uma conta errada. Ele se planejou para viver até os 75 anos, mas nunca imaginou que iria viver até os 88. Dos playboys, o Jorge era o que menos tinha dinheiro e o que mais viveu. É o único caso que existe. Eu não tenho medo porque eu sou muito organizado com as minhas finanças”, explica.

Princesa Carola
Depois de um casamento de contos de fadas em 1998 com Carola Scarpa, Chiquinho lembra com carinho da ex-mulher, que morreu há pouco mais de dois meses. “Como já havia falado, fiquei chocado com a morte da Carola e com todo o descaso. A família não me informou, quando fiquei sabendo ela já estava enterrada. Apesar da distância de 15 anos, nunca tive raiva dela, afinal quem inventou a história de eu ser homossexual foi o tal apresentador que esta hora deve estar vendendo pipoca por aí. Ela foi induzida e usada para dar audiência ao programa dele. Já vivi de tudo nesta vida, mas existem três coisas que jamais fiz: usar drogas, pular de pára-quedas e ter uma relação homossexual, o que deve ser ótimo, porque jamais vi um homossexual virar homem”.

Gilberto Scarpa e Cibele Dorsa
Apesar do mesmo sobrenome, Chiquinho Scarpa descarta qualquer parentesco com o ator e apresentador Gilberto Scarpa, morto em janeiro deste ano após cometer suicídio, e com sua noiva, Cibele Dorsa, que também cometeu suicídio dois meses após a morte de Gilberto. “Vocês (jornalistas) insistem nessa história, mas vamos esclarecer. Eu não tenho nenhum parentesco com esse Gilberto Scarpa, é apenas uma mera coincidência, nunca nem vi a Cibele e esse rapaz pessoalmente. Conheço a história terrível deles pela mídia. O único breve contato que tive com a família dele foi há muitos anos quando o pai dele jogou tudo o que ele tinha em um cassino em Punta del Este e ganhou US$ 1,5 milhão. Ele comprou uma casa lá e deu uma baita festa, contratou muitas celebridades e convidou muita gente da alta sociedade e por um acaso eu fui nesta festa, mas não éramos amigos. Nessa época o Gilberto devia ser muito pequeno. Essa foi a única vez que tive com alguém da família desse rapaz”, afirma.

Face a face com a morte
Há dois anos, Chiquinho fez uma cirurgia para perder peso, que teve diversas complicações em sua saúde, mas ele garante que o que quase o matou foi uma bactéria e não uma redução de estômago. “Não existiu nenhuma redução de estômago. Eu fiz um processo cirúrgico que faz com que meu estômago não absorva a gordura dos alimentos, mas não reduzi nada. E enquanto estava internado peguei uma bactéria hospitalar, que matou 123 pessoas no Hospital Sírio Libanês e que quase me matou também. Eu tive dois comas e duas extrema-unções. Com a bactéria tive que fazer oito cirurgias e agora em janeiro entupiu a ligação do estômago com o intestino, então tive de operar novamente. Hoje, ao todo, tenho 2.500 pontos. Apesar das complicações que tive eu não me arrependo de nada. Faria tudo de novo. Eu levo o maior vidão por causa disso, como de tudo, bebo de tudo sem engordar absolutamente nada. A única desvantagem é que não absorvo as vitaminas dos alimentos, mas reponho por meio de cápsulas”, conta.

Continuidade à família Scarpa
Divorciado há menos de um ano da sétima esposa, Rosimari Bosenbecker, ele diz que terá um herdeiro para dar continuidade aos Scarpa “Eu já me casei sete vezes e agora pretendo ficar um pouco tranqüilo e lembrando sempre que preciso ter um filho, caso contrário, a família Scarpa morre comigo. Um dos meus primos de primeiro grau não pode ter filhos e o outro fez vasectomia, então preciso ter um herdeiro para dar continuidade aos Scarpa”.