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domingo, 30 de janeiro de 2011

#RIO : Sobe para 847 número de mortos na região serrana

Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
30/01/2011 | 10h02 | Rio de Janeiro



Subiu para 847 o número de mortes em decorrência das chuvas que atingiram a região serrana do Rio de Janeiro, na madrugada de quarta-feira dia 12. O último balanço da Polícia Civil, divulgado na noite de ontem (29), informa aumento no número de mortos em Nova Friburgo, que contabiliza 411.

A cidade de Teresópolis registrou 343 mortes, o distrito de Itaipava, em Petrópolis, 67; Sumidouro 21; São José do Vale do Rio Preto; quatro e Bom Jardim, uma. Neste final de semana, organizações não governamentais que atuam nessas cidades informaram que começaram a segunda fase de ajuda humanitária.

A Cruz Vermelha pede doações em dinheiro e a Viva Rio convoca instituições fluminenses interessadas em receber roupas.

Da Agência Brasil



Pesquisadores constatam que região central de Petrópolis tem áreas de risco densamente povoadas

Vale do Cuiaba, distrito de Petrópolis, uma semana após a enchente do Rio Santo Antonio por causa das fortes chuvas / Foto: Pedro Kirilos / Agencia O Globo
Célia Costa

Especialistas do Coppe sobrevoam Região Serrana e preparam documento para entregar ao Estado. Na foto, Petrópolis com várias áreas de crescimento nas encostas (Foto: Custódio Coimbra / Agência O Globo)

RIO - Poupada pelas enchentes que devastaram localidades de sete cidades da Região Serrana e provocaram a morte, até agora, de 853 pessoas, a parte central da cidade de Petrópolis é considerada uma bomba-relógio. Na sexta-feira, pesquisadores da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe) da UFRJ sobrevoaram os municípios atingidos, constatando que Petrópolis tem áreas de risco densamente ocupadas onde, se tivesse chovido o mesmo volume registrado em outros pontos, a tragédia na serra seria ainda maior. O sobrevoo é parte do levantamento que visa à elaboração de um documento, a ser entregue aos governos federal e estadual, até o fim da próxima semana, com o que pode ser feito em caráter emergencial e também preventivo.

— É uma contribuição da universidade, semelhante ao que já foi feito após as chuvas em Santa Catarina, em 2008, e em Angra dos Reis, em 2010. É uma posição da Coppe sobre prevenção e medidas emergenciais para se evitar um grande número de vítimas — disse o diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa.

( Veja as imagens do sobrevoo )

Para o vice-governador Luiz Fernando Pezão, a avaliação dos pesquisadores da Coppe é corretíssima. Por isso, acrescentou ele, o projeto do governo estadual para a construção de moradias na região tem levado em conta o número de pessoas que precisam ser retiradas das áreas de risco. Um exemplo citado por Pezão é o Vale do Cuiabá, em Itaipava. Lá, são necessários 200 reassentamentos. Mas o estado vai erguer um total de 1.500 casas em Petrópolis para desocupar áreas de risco.

— Estamos fazendo isso em todos os municípios. Ontem (quinta-feira), o governador Sérgio Cabral autorizou a compra assistida de moradias e também indenizações para tirar pessoas de área de risco — disse Pezão.

( MP em Petrópolis quer explicação sobre desativação de estações meteorólogicas )

O professor de engenharia geotécnica Maurício Erlich, que fez o sobrevoo, disse que a mancha de destruição em Friburgo, Teresópolis e Petrópolis é bastante localizada.

— Em alguns locais você vê muita destruição, mas basta olhar para o lado para observar que alguns locais não foram atingidos — explicou.

( Após chuvas, prefeitura anuncia carnaval menor em Petrópolis )

Segundo o professor, na Região Serrana existe uma tendência a ocorrer concentração de chuvas em determinadas áreas, como se fossem vários microclimas. Em Teresópolis, bairros como Caleme e Campo Grande e a área rural foram castigados, enquanto o Centro ficou intacto.

A importância de ser adotada uma política de prevenção, uma vez que episódios como o ocorrido na Região Serrana podem acontecer outras vezes, foi destacada por Willy Lacerda, professor de engenharia geotécnica da Coppe, que também participou do sobrevoo. Ele recomenda a criação de abrigos, que devem ser construídos em locais seguros, com capacidade para acomodar de 400 a 500 pessoas. O treinamento da população é outra etapa.

— É preciso melhorar, urgentemente, o sistema de alerta — disse Willy Lacerda. — A prevenção deve ser uma política de estado, e o que aconteceu não pode ser esquecido, mesmo depois de dois ou três verões sem chuva.

( Empresários e prefeitura de Petrópolis unem forças para ter turistas de volta; pontos de visitação estão intactos )

O professor disse ainda que, para elaborar o estudo da Coppe, os técnicos vão utilizar fotos tiradas na sexta-feira e imagens registradas por satélite antes dos danos causados pelas chuvas.

A prefeitura de Petrópolis não quis comentar a avaliação dos técnicos da Coppe. O prefeito Paulo Mustrangi, por meio de sua assessoria, disse que o município vem realizando estudos em parceria com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e a Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop). A prefeitura informou também que, desde 2007, a cidade dispõe do Plano Municipal de Redução de Risco de Escorregamentos e Inundações.

( Secretaria do Ambiente anuncia implantação de cinco parques fluviais em áreas atingidas pelas enxurradas )

Realizado em convênio com o Ministério das Cidades, o plano tem o objetivo de apoiar atividades de gerenciamento de deslizamentos e inundações para o primeiro distrito. Ele contempla diagnóstico de risco, propostas de ações estruturais e não estruturais em áreas de assentamentos precários. O estudo identificou 102 pontos críticos somente no primeiro distrito. Segundo o levantamento, pelo menos 15 mil moradias foram construídas em áreas consideradas de risco ou alto risco. Bairros como Alto da Serra, Quitandinha, Bingen e Independência foram identificados como os mais críticos.

COLABOROU: Jaqueline Ribeiro


Número insuficiente: três mil casas e 8 mil famílias em área de risco em Friburgo

Casas condenadas em Friburgo / Foto: Gustavo Stephan. Agência Globo
Luiz Ernesto Magalhães e Ludmilla de Lima

RIO - A promessa feita pela presidente Dilma Rousseff e pelo governador Sérgio Cabral de construir oito mil casas populares (seis mil com recursos do programa Minha Casa, Minha Vida e duas mil doadas por construtoras) para as vítimas das enchentes não será capaz de acabar com as construções em áreas de risco na Região Serrana. Só em Nova Friburgo, segundo a prefeitura, há cerca de oito mil famílias vivendo em encostas ou à beira de rios. A cidade, no entanto, deverá ser contemplada com três mil imóveis, a serem construídos num terreno na localidade da Fazenda da Laje, já desapropriada pela prefeitura.

— É fácil dizer que a culpa é do poder público, mas, se o pobre não puder morar no morro, vai viver onde? A prefeitura está à procura de novos terrenos para desapropriar e vai buscar áreas entre propriedades de empresários que sofreram com a chuva — disse o prefeito em exercício de Nova Friburgo, Demerval Barboza Moreira Neto, numa reunião ontem com empresários do município.

( Apesar de cem imóveis estarem interditados no Morro do Lazareto, em Friburgo, parte das famílias retornou ao local )

A estimativa do número de famílias vivendo em encostas ou à beira de rios é do secretário de Comunicação Social de Friburgo, David Massena. Ele observou ainda que a cidade tem particularidades que o Minha Casa Minha Vida não contempla: muitas construções em encostas são de padrão superior ao das casas populares construídas pelo programa federal.

( Antes de catástrofe, cidades da Região Serrana já tinham mapeado 42 mil moradores em áreas de risco )

Friburgo e Teresópolis têm 11 casos de leptospirose

Friburgo e Teresópolis já têm 11 casos confirmados de leptospirose, doença transmitida pela urina do rato. Do total, dez foram registrados em Friburgo. A cidade recebeu até sexta-feira 77 notificações sobre moradores com sintomas da doença, sendo que 42 foram descartadas. Vinte e cinco pessoas aguardam o resultado de exames laboratoriais. Em Teresópolis, um menino de 12 anos, morador do bairro Espanhol, localizado na área urbana do município, foi infectado. Ele teve alta na quinta-feira do Hospital das Clínicas.

A Secretaria de Saúde de Teresópolis informou que recebeu 94 notificações, mas sete não foram confirmadas. Na sexta, 86 pessoas com suspeita da doença esperavam o resultado de análises ou sua vez de fazer o exame. Três estão internadas, e o restante recebe tratamento domiciliar. De acordo com a Secretaria estadual de Saúde, até agora os casos de leptospirose na Região Serrana se limitam a Friburgo e Teresópolis.






Nove meses após tragédia no Bumba, mais de 200 pessoas estão em abrigo

Logo após deslizamentos, abrigo chegou a receber mais de 700 pessoas.
Famílias recebem quatro refeições, têm onde morar e segurança.

Do Globo Comunidade



Mais de 200 moradores que perderam suas casas nos deslizamentos de terra no Morro do Bumba, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, em abril de 2010, ainda estão no abrigo. As famílias continuam à espera de uma definição definitiva das autoridades. Logo depois da tragédia, o abrigo chegou a receber mais de 700 pessoas.

Cerca de 40 famílias vivem num quartel desativado em São Gonçalo, também na Região Metropolitana. Elas recebem quatro refeições, têm onde morar e segurança. Cada uma ganhou um quarto com um número para identificar.

No seu alojamento, Maria das Dores Mota não precisa ter medo das chuvas. Na casa antiga era diferente: “Tenho medo de estar lá. Eu vou lá fazer alguma coisa, quando o pessoal está trabalhando, mas quando o tempo fica cheio de nuvem, querendo chover, a gente sai fora. Eu me sinto segura no abrigo, mas não é aqui que eu quero ficar. Eu quero a minha casa”, disse.

Tenho medo de estar lá"
Maria das Dores

Desempregada, Michele Oliveira também recebe o Aluguel Social, mas diz que não consegue sair do abrigo: “Eu ganho R$ 400 por mês, mas o que eu faço? Eu compro arroz, invisto, às vezes falta uma frauda ou um leite”, explicou.

A adolescente Evelyn, de 14 anos, comemorou o aniversário no alojamento: “Eu pensei que fosse passar bem, com os meus amigos, sabe. Eu não moro aqui, mas eu sei como é difícil morar aqui, todo mundo desabrigado”, disse.

Sem ter onde viver com os dois filhos, Núbia foi para o abrigo e acabou conhecendo o novo companheiro e agora espera mais um bebê. “O abrigo bom ele é, melhor do que morar numa casa numa área de risco, como no caso eu estava morando com as minhas crianças. Então aqui é um lugar bom de ficar é, mas não é como se fosse a nossa casa”, afirmou.

Recuperação

Morro do Bumba já está praticamente recuperadoMorro do Bumba já está praticamente recuperado
(Foto: Reprodução / TV Globo)

O Morro do Bumba já está praticamente recuperado. Com as obras e o sol brilhando, nem parece o local de uma grande tragédia. Mas para lá, ninguém pode voltar. O local ainda é perigoso já que, segundo especialistas, o terreno ainda é muito instável.

Além de manter os abrigos, a prefeitura de Niterói e o governo estadual estão construindo locais para instalar parte dos desabrigados. Numa antiga garagem de ônibus, estão sendo construindo 180 apartamentos. Serão nove blocos, de cinco andares cada um.

Tragédia deixou 47 mortos
A tragédia no Morro do Bumba aconteceu em abril de 2010 e deixou 47 mortos no total. No início do ano, O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) concedeu liminar ao Ministério Público Estadual (MPE-RJ), e negou a transferência de moradores que estão abrigados em uma unidade das Forças Armadas para o quartel desativado em São Gonçalo.

Durante uma visita realizada em julho de 2010, uma equipe do Ministério Público do Rio constatou que os abrigos estão em condições precárias. Na época, a Prefeitura de Niterói chegou a ser condenada a pagar multa diária de R$ 15 mil aos cofres públicos, por falta de assistência aos desabrigados pelas chuvas que atingiram o município.



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