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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

#LULA #DILMA Reunião fechada vaza no sistema de som do Planalto



Renato Araújo/ABr

Reuniu-se nesta quarta (17), a porta fechadas, o conselho político do governo. Participaram líderes partidários, ministros e Lula.

Um pedaço da reunião vazou pelo sistema de som do Planalto. O descuido só foi percebido pouco depois que Lula entrou na sala.

Antes que a transmissão involuntária fosse interrompida, ouviram-se do lado de fora diálogos entre reveladores e esdrúxulos.

A certa altura, líderes de partidos que integram o consórcio governista pressionaram o Planalto a apoiar projeto de legalização dos bingos.

Líder do PR, o deputado Sandro Mabel (GO) disse que parte do dinheiro auferido com a jogatina poderia ser usada para tonificar as arcas da saúde.

Com isso, disse o deputado, o governo não precisaria criar um novo tributo para custear as despesas do SUS.

O líder do PDT, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, afirmou que as verbas do bingo poderiam ter outra serventia.

Financiariam um reajuste maior do salário mínimo que vai vigorar a partir de 2011.

Presente ao encontro, o relator do Orçamento da União, senador Gim Argello (PTB-DF) disse que há “margem” para conceder ao mínimo um reajuste mais expressivo.

Mas, sem saber que sua voz era ouvida fora da sala, Argello fez uma inconfidência.

Disse que o ministro Carlos Gabas (Previdência) lhe pediu que “segurasse em R$ 540” o valor do novo mínimo.

Por quê? Segundo Argello, o ministro está preocupado com a incapacidade financeira das prefeituras.

Argello disse que, se o salário mínimo for fixado agora numa cifra entre R$ 560 e R$ 600, vai a R$ 700 no ano que vem.

Preocupados, os prefeitos teriam produzido um abaixo assinado com as assinaturas de 600 executivos municipais.

Nesse ponto, o empresário Sandro Mabel dirigiu ao sindicalista Paulinho um gracejo infeliz:

“Paulinho, nesta questão do aumento do salário, precisa tomar cuidado. O povo quando fica rico, fica mais exigente”.

Numa intervenção feita minutos antes, Paulinho levara à mesa uma ameaça ao futuro governo de Dilma Rousseff.

Disse que haverá uma greve nacional de policiais militares se não for aprovado no Congresso um projeto que institui o piso salarial para PMs e bombeiros.

A ameaça de Paulinho soou depois que o líder de Lula na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP) sugeriu que a análise do projeto fosse adiada para 2011.

“É preciso continuar firme e não permitir que se crie dificuldades para o novo governo”, disse Vaccarezza.

Ecoando o deputado, o ministro Paulo Bernardo (Planejamento) também encareceu aos congressistas que não aprovassem projetos que criem novas despesas.

Referia-se a duas propostas: a que interessa a policiais e bombeiros e a que eleva os contracheques dos servidores da Justiça Federal.

Bernardo orçou o primeiro em R$ 43,5 bilhões. Quanto ao segundo, estimou que sorverá R$ 7 bilhões das arcas do Tesouro.

O ministro insinuou que há no Judiciário funcionários que recebem salários acima do teto: “Como vai dar reajuste se o cara ganha mais que o teto?"

Súbito, Lula entrou na sala de reuniões. E o som que borrifava as vozes para além das paredes foi cortado. Uma pena.




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