Adão Oliveira | adaooliveira@hotmail.com Conexão Política |
Notícia da edição impressa de 17/11/2010
Outro dia, o advogado Carlos Araújo, ex-marido da presidente eleita Dilma Rousseff (PT) profetizou: “Vai cair do cavalo aquele que pensar que Dilma será comandada por alguém”.
Ele tinha razão! Tão logo foi eleita, Dilma Rousseff recebeu uma pressão de seus companheiros de partido, ávidos pelo poder. Eles diziam, numa tentativa de tornar a presidente eleita refém do Partido dos Trabalhadores, que no seu governo o PT mandaria mais do que mandava na administração “Lula da Silva”.
Justificam essa afirmação na teoria de José Dirceu (PT), que falou para estudantes de uma universidade baiana que “Lula é maior do que o PT, mas o PT é maior do que Dilma”.
Na simples retórica de Zé Dirceu, entende-se que Lula podia “fazer o que quisesse”, mas que Dilma vai precisar combinar com o partido às decisões mais importantes. Já nos primeiros dias, após a eleição Dilma se viu “embretada” por tutores políticos: José Eduardo Dutra, o presidente do PT, Antonio Palocci, representante de Lula na campanha eleitoral, e pelo deputado José Eduardo Cardoso, o ex-muso de Manuela D’Ávila (PCdoB).
Os três tentaram dar as cartas e se insinuaram todo poderosos. Percebendo que estavam sendo criados feudos à sua volta, dona Dilma envolveu Michel Temer (PMDB), o vice-presidente da República que, num primeiro momento, estava alijado do processo e o ministro Alexandre Padilha, da Articulação.
Padilha saiu do encontro com dona Dilma mandando um recado para a “gurizada” deslumbrada com o poder. Disse claramente que nenhum ministério tem dono e que a presidente é que consagrará o ungido. Portanto, nada de pressão.
A advertência não foi levada à sério. Na última segunda-feira, ao voltar de Porto Alegre para Brasília, dona Dilma inaugurou a sua nova morada, na Granja do Torto, com uma “reunião fechadíssima” com o presidente do PT, José Eduardo Dutra. A conversa foi direta e muito dura.
A presidente eleita, com a legitimidade de mais de 50 milhões de votos, fez saber ao seu chefe partidário que não terá interlocutores no processo de montagem de seu ministério. E mais: que é ela a protagonista e que ninguém está autorizado a “negociar cargos” na nova administração.
O encontro durou três horas e teve o silêncio como testemunha. E, mais não disse. E, nada mais lhe foi perguntado!
Sucessão no PMDB
O PMDB realiza hoje, às 9h, mais uma reunião dentro do processo sucessório do comando estadual da legenda. No encontro, conduzido pelo presidente interino, deputado estadual Márcio Biolchi, será elaborado um documento síntese das propostas apresentadas na reunião da quinta-feira passada. O conteúdo será levado para análise em quórum ampliado amanhã, às 19h30min, no Grande Hotel, em Porto Alegre. Biolchi destaca que, mais importante do que discutir nomes de prováveis presidentes do PMDB, é necessário debater um projeto que traduza o partido.
O retornoA presidente eleita Dilma Rousseff voltou ontem ao Twitter negando que tenha abandonado a página. Dilma justificou que ficou 15 dias sem escrever uma mensagem para seus 336 mil seguidores porque, segundo ela, tem trabalhado muito. A petista não atualizava o Twitter desde o segundo turno.
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