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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Mãe de Joanna compara casa de ex a campo de concentração


Na delegacia, babá disse ter visto a criança amarrada e suja num quarto.
Menina de 5 anos morreu após ser atendida e liberada por falso médico.

Patrícia Kappen Do G1 RJ


A mãe de Joanna Cardoso Marcenal Marins, Cristiane Marcenal, disse ter considerado "horroroso" o depoimento de uma babá que tomou conta da menina por alguns dias antes de ela ser internada e morrer, no mês passado. A babá prestou depoimento na Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV) e afirmou ter visto a criança em condições de maus-tratos.

"Parece concentração de campo nazista", afirmou a mãe, depois de ler o depoimento da babá na delegacia nesta terça-feira (28). " Não sei quanto tempo minha filha ficou assim. Minha filha deve ter entrado em coma ali. Isso está me causando uma revolta insuportável", afirmou Cristiane.

Joanna estava internada em um hospital no Rio de Janeiro em coma desde o dia 19 de julho e morreu no dia 13 de agosto. Antes, ela foi atendida e liberada num hospital na Zona Oeste, por um falso médico, que teve a prisão preventiva decretada no dia 10 e está foragido. A pediatra que o contratou foi presa.

Babá diz ter visto criança amarrada
De acordo com informações passadas pela DCAV, a babá disse em depoimento que encontrou Joanna em um quarto, amarrada com fitas nos pés e nas mãos, suja de fezes e xixi. De acordo com a polícia, a babá afirmou que, questionado sobre a situação da filha, o pai, André Marins, disse que era a recomendação do psiquiatra já que Joanna poderia ter uma crise de convulsão.

Joanna morreu após ficar em comaJoanna morreu após ficar quase um mês em coma
(Foto: Marcelo Carnaval/Agência O Globo)

O G1 tentou entrar em contato com o pai da menina durante toda a manhã, mas ele não foi encontrado. A reportagem também entrou em contato com seu advogado, que também não retornou às ligações.

A delegacia que investiga o caso ainda aguarda a conclusão de exames complementares do IML para saber se Joanna sofreu ou não maus-tratos.

Joanna era alvo da disputa dos pais desde o nascimento. A causa de sua morte ainda é desconhecida para a polícia e os médicos, mas entre as hipóteses, há, além de maus-tratos, a suspeita de meningite. O pai da menina nega as agressões.

Menina dormia no closet
O depoimento da babá foi prestado por volta do dia 17 de setembro. Nele, deacordo com a polícia, a funcionária disse ainda, que a menina dormia no closet do quarto de André e sua mulher, madrasta de Joanna, num colchonete que estaria sujo de fezes. Segundo ela, as outras duas filhas de André dormiam em colchonetes no quarto deles.

De acordo com a delegacia, a babá lembrou também que, certa vez, ouvira a menina reclamar de estar com os olhos ardendo.

Inquérito anterior contra o pai foi arquivado, diz defensor
Agora, a polícia pretende voltar a ouvir o pai da criança para confirmar a versão de orientação médica e, caso seja necessário, ouvir ainda o psiquiatra que teria orientado a família.

Em entrevista coletiva nesta terça, o defensor público que representa a mãe de Joanna, Antônio Carlos de Oliveira, citou um inquérito de 2007, que foi arquivado por uma promotora. Segundo ele, a investigação foi aberta a partir de uma denúncia da mãe de Joanna na delegacia de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, que acusara o ex por lesões na menina. De acordo com Antônio Carlos, na época, o IML atestou as lesões contundentes.

Ainda de acordo com o defensor, esse foi o segundo inquérito da Polícia Civil contra o pai de Joanna que foi arquivado. “Todos os relatos da Cristiane foram minimizados. Nós temos uma série de equívocos nesse processo judicial”, disse ele, que pediu o desarquivamento deste inquérito.

Tanto o defensor quanto Cristiane afirmaram relataram que a polícia estariam com dificuldade de encontrar uma empregada que teria trabalhado na casa do pai de Joanna antes da babá que prestou depoimento no dia 17.

Sobre o processo que deu a guarda de Joanna ao pai, a defensoria estuda entrar com um processo administrativo contra a juíza e as psicólogas que participaram da decisão. Segundo Antônio Carlos, só foram ouvidos parentes do lado paterno da menina.




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