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domingo, 15 de agosto de 2010

A PLAYBOY DE CLÉO PIRES E A VULGAROMETRIA

"Achei" no Twitter do ator e cantor Alexandre Nero :


http://www.alexandrenero.com.br/?act=3





Cléo Pires, só para mulheres. Ótimo texto
:



por: Marvio dos Anjos


Há algum desequilíbrio na Força. A quantidade de mulheres que comenta a Playboy deste mês, que estampa a atriz Cléo Pires, está fora do normal. Muitas receberam as fotos pela internet antes mesmo de mim que, confesso, não sou lá um grande consumidor de pornografia.

(Explico: completei 32 anos neste mês, então já tenho uma vaga ideia de como qualquer mulher fica quando nua. Raramente surgem novidades. Ainda assim, a Playboy é uma ótima revista, num mundo em que as publicações andam cada vez mais desinteressantes para o macho cristão ocidental. Já assinei Playboy, juro!, por causa das entrevistas. São as melhores do país, quando o entrevistado é bem escolhido, mas quase nenhuma namorada se convence dessa minha versão.)

Mas eu pensava antes e reafirmo: o que faz tantas mulheres se ligarem, com tanta curiosidade, devoção e posterior admiração, à Playboy de Cléo Pires? O que torna a Playboy de Cléo Pires um item de consumo feminino, sério candidato a repousar lânguida sobre os sofás dos melhores cabeleireiros e manicures da cidade?

Mulheres têm critérios para julgar mulheres extremamente diferentes dos dos homens. Não é apenas a beleza e gostosura – o que por si só já tornaria qualquer dançarina do Faustão interessantíssima, como diz o filósofo contemporâneo e bróder do DF Ricardo Henrique; elas processam todas as informações colhidas a respeito da tal mulher, numa equação complicada.

São ponderados bom comportamento, escândalos, declarações, modos de atingir a fama, influência sobre os homens, plásticas, currículo de namorados. Cogitam se pegaria mal ser vista conversando animadamente com a examinanda e por fim se perguntam inconscientemente: “Será que eu gostaria de ser igual a ela?”. Poderíamos chamar essa ciência feminina de “vulgarometria”.

Sob esses critérios, Cléo Pires passa quase com louvor. É filha de um casal digno: um cantor romântico importante com uma atriz de tarimba – se em vez de Fábio Júnior fosse Orlando Moraes, talvez sua ótima nota caísse um pouco. Estudou balé clássico em vez de dança da garrafa, o que derruba Sheila Mello; deu seus primeiros passos rumo à fama em filmes menos constrangedores que o normal, que talvez seja um dos crimes de Giovanna Antonelli; nunca pôs silicone, como Daniele Winits; nunca saiu na mão em público, o que virou pecha para Luana Piovani; por fim, as fotos de sua Playboy são elegantes, mais insinuantes que ginecológicas, mais poéticas que provocadoras, o que já ceifou Adriane Galisteu, Juliana Paes e Karina Bacchi. No índice vulgarométrico, Cléo Pires é o extremo oposto de Larissa Riquelme, que vai ser a próxima estrela da revista porque, ávida por novos trabalhos, metia celulares no meio dos peitos espremidos em tops nas arquibancadas da Copa. Na África. E, ainda por cima, é paraguaia. A única coisa que faz da vida é ser gostosa.

Bom, estive diante das duas, na festa de lançamento da Playboy. Quando Cléo Pires chegou, linda, apresentável em qualquer festa de Natal em família, passeável em qualquer shopping, sua mãe a esperava na área VIP. É belíssima, mas é uma nudez-família, de exagerado bom gosto, uma nudez que quase não é nudez, porque relaxa em vez de provocar como Cléo Pires poderia. Tem poemas escritos pelo corpo, sua depilação é conservadoramente bela, e a sensação que temos ao folhear a revista é que Cléo Pires posou para a Boa Forma. As mulheres vão se lembrar desta Playboy por décadas a fio quando precisarem de um parâmetro para posarem nuas. Os homens vão se lembrar que Larissa Riquelme viria um mês depois.

Ela também estava lá na festa. De vermelho, num vestido que disse ser criação sua, com nacos de carne vigorosamente expostos, além de uma marca de biquíni canina. Vejam as fotos aqui.

Quando ela surgiu, bem antes de Cléo, o índice vulgarométrico apitava alto: as repórteres e os repórteres gays de celebridades comentavam toda a falta de virtude da paraguaia, à espera da nudez redentora, feminista e feminina, de Cléo. Quando vi Larissa, tive certeza de que ela sabe latir. E não consegui pensar em shopping, cinema, Natal, nada disso. Larissa representa o que há de mais urgente no sexo oposto, uma mulher para consumo masculino, uma mulher que não entrará para a História nem para as histórias de ninguém. Mas ela se torna a mulher mais imprescindível do mundo no justo momento em que você a vê. É salivação pura. Eu ainda pretendo me casar, ter filhos e me tornar um homem respeitável ao lado de Cléo Pires, mas, caso pegasse Larissa, contaria para cada bróder que jogasse bola comigo.

A Playboy de Larissa vai vender menos que a de Cléo Pires. Mas a ideia de “revista masculina” será, inegavelmente, retomada
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LAST

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