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sábado, 17 de julho de 2010

#CASOBRUNO : Cartão de débito prova que Bruno e amante ajudaram no sequestro

Eduardo Kattah, Eliane Souza - O Estado de S.Paulo

Os delegados que apuram o desaparecimento de Eliza Samudio, de 25 anos, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, confirmaram ontem que no dia 6 de junho o atleta se hospedou em um motel de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, acompanhado da amante Fernanda Gomes de Castro, do amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; do primo J; além de Eliza e do filho.

Apesar das várias versões sobre o assassinato de Eliza, a polícia acredita que já tem elementos para fechar o inquérito e promover indiciamentos. Segundo a delegada Alessandra Wilke, da Delegacia de Homicídios de Contagem, Eliza teria sido sequestrada por Macarrão e pelo primo de Bruno na noite do dia 4 de junho em um hotel do Rio, onde ela e o filho estavam hospedados. Antes de seguir para Minas na Range Rover do goleiro, dirigida por Macarrão e tendo também como ocupante o adolescente, Eliza ficou durante um dia e meio na casa de Bruno no Recreio dos Bandeirantes. O grupo viajou após um jogo entre Flamengo e Goiás, na noite do dia 5. O ex-goleiro do Flamengo e Fernanda viajaram em uma BMW X5 cor preta.

Quando chegaram em Contagem, por volta de 5h40 do dia 6, o grupo parou estrategicamente, segundo o delegado Edson Moreira, no motel em Contagem, onde ficaram cerca de quatro horas. "Conseguimos comprovar a estada por meio de depoimentos e do cartão de débito bancário onde o Bruno pagou as duas suítes. Após a saída, foi identificada a fralda da criança", conclui a delegada. Os delegados informaram ainda que por volta de 11h do dia 6 o grupo seguiu para o sítio, onde Eliza foi mantida em cárcere privado até o dia 9, data em que provavelmente foi assassinada.

Apartamento. No último depoimento prestado à polícia, Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, contou que Fernanda foi para Minas com o goleiro do Flamengo na BMW X5 e cumprimentou Eliza no sítio, "parecendo até que se conheciam".

Segundo Sérgio, na noite do dia 7, a caminho de um bar em Ribeirão das Neves, Fernanda perguntou ao goleiro o que faria com a "menina". "Eu vou dar um apartamento para ela aqui em Minas, em Belo Horizonte de preferência", Bruno teria respondido. Anteontem, Sérgio recuou e negou que o goleiro tenha presenciado ou estivesse com o grupo que supostamente participou da execução de Eliza.

Mas afirmou que todos os suspeitos, à exceção de Dayanne - que passou mal e não falou nada em depoimento ontem -, poderiam ter evitado "que o pior ocorresse". Ele afirmou que chegou a ser ameaçado de morte em duas oportunidades por Macarrão, caso "abrisse o bico". "Eles me deixaram na mão sem advogado. Agora vem querer me oferecer advogado. Não adianta mais não, já abri o bico." / COLABOROU GABRIELA MOREIRA



Obsessão escrita com sangue e intrigas

Suspeito da morte de Eliza, Macarrão afastou Bruno de amigos, empresário e até da esposa oficial

Rio - Tatuada na pele, a obsessão de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, pelo ex-capitão do Flamengo Bruno Souza se explica pela ambição de administrar a carreira do goleiro no exterior. Amigos desde a infância humilde no bairro da Liberdade, em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte, Macarrão literalmente tomava conta da vida de Bruno. Os dois se chamam de irmãos e, desde o bloqueio da conta bancária do jogador por ordem judicial, em março, os rendimentos obtidos pelo atleta eram transferidos para a conta de Macarrão, na mesma agência, em Ipanema. Com cartão e senha, ele tinha livre acesso a todo dinheiro de Bruno e costumava comentar entre os amigos: “Tudo agora é comigo. A decisão do Bruno é a minha decisão”.



Ninguém mais se aproximava de Bruno sem passar por Macarrão. Um a um, ele afastou quem rodeava o goleiro: tinha ciúmes dos amigos; brigou com a mulher do jogador, Dayanne Souza, que o proibiu de entrar na casa dela; fez intrigas com o segurança Marcelo Soares Silva; acusou Sérgio Rosa Sales de desviar dinheiro do primo famoso; quis separá-lo da nova noiva, Ingrid Oliveira; e influenciou no rompimento com Eduardo Uram, empresário que administrava a carreira do jogador desde os 14 anos.

Macarrão, estava sempre ao lado de Bruno e gostava de vestir o uniforme dele no Fla. A veneração pelo goleiro rendeu até uma tatuagem nas costas, onde declarou seu amor pelo atleta | Foto: Reproduções da Internet

“Bruno se cercava de pessoas que só diziam ‘sim’ para ele. É uma pessoa de coração bom, mas se perdia por ser bom demais para todo mundo. O sucesso mexeu muito com ele”, lamenta o empresário Uram. Para ele, Bruno ainda não estava preparado para jogar na Europa.


Outro motivo para o rompimento da dupla foi o processo da fornecedora de luvas do goleiro. “Questionei algumas condutas. Bruno ignorou a notificação e ofendeu uma advogada. Tentei colocar limite, mas ele queria a turma do oba-oba”, enfatiza Uram.

Conferente na Ceasa até dois anos atrás, Macarrão emprestava dinheiro seu para o goleiro ir aos treinos nas categorias de base. Já famoso, Bruno chamou o amigo para cuidar do sítio em Esmeraldas. Certa vez, Macarrão vendeu o carro velho, batido, para ajudar nas despesas do sítio do jogador, que estava com salário atrasado no Flamengo. “Ele fazia questão de agradar o Bruno e precisava dele solteiro na noite. Quem era Macarrão sem a fama e o dinheiro do Bruno? Ele queria ser o Bruno”, afirma Ingrid, que acha Macarrão ‘insuportável’.

'Macarrão queria tirar todo mundo da jogada'

A ideia de Macarrão de gerir a vida de Bruno e uma possível carreira internacional ganhou reforço numa concessionária de veículos na Barra, onde Bruno pegou emprestado a BMW X5 que usou para ir a Minas. Filho do dono, Victor Fernando Vidal, o Vitinho, frequentava festas na casa do atleta e começou a atuar como agente, quando o goleiro se afastou de Eduardo Uram. Foi ele quem contatou o advogado Diogo Souza para tratar da suspensão do contrato com o Fla.


Um outro amigo do grupo, que também foi vendedor de veículos, tinha contatos no circuito do futebol. O homem identificado como Serginho foi assessor do agente Carlos Leite, que cuida dos interesses de jogadores do Vasco. Bruno, então, contratou novo advogado, a quem passou procuração: José Maria Campêlo também era cliente da concessionária. “Os primeiros contatos foram com Macarrão, que era o imediato do Bruno”, conta Campêlo.

Macarrão é acusado de ter sequestrado Eliza na saída de hotel na Barra | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia

“Macarrão era ganancioso e queria tirar todo mundo da jogada. Ele queria estar por trás de tudo”, lembra uma pessoa próxima. Acostumado a administrar carreiras, Uram passou a gerenciar crises sucessivas com o goleiro. “Tem que ser um relacionamento de cima para baixo, para poder dizer não. Tinha que ter planejamento e isso eu não conseguia fazer. Ele tinha capacidade para conseguir mais”, completa Uram, que negou assinatura de pré-contrato com o Milan, como Bruno comentou com policiais. “Foi para valorizar o Bruno e lucrar”, conta um amigo do goleiro.

No dia do sequestro, 73 ligações

Segundo a polícia, Macarrão articulou todas as etapas do crime macabro. No dia em que sequestrou Eliza Samudio, ele falou com ela 73 vezes pelo celular. A última ligação foi às 21h11 de 4 de junho, quando chegou na porta do Hotel Transamérica. De acordo com as investigações, foi Macarrão quem ligou para Dayanne, mandando que ela tirasse o bebê Bruninho do sítio. Segundo a polícia, ele deu chutes em Eliza, depois que ela foi estrangulada. Ano passado, Macarrão também participou das ameaças para que Eliza fizesse aborto.

Foto: Reprodução da Internet
Fernanda terá de explicar à polícia se esteve com Eliza Samudio | Foto: Reprodução da Internet

Goleiro frustrado, Macarrão chegou a ser treinado por Bruno em 2007, mas acabou virando apenas ‘presidente’ do time 100% Futebol Clube, de Ribeirão das Neves. Há um mês, ele procurou tatuador amigo da amante loura de Bruno, Fernanda Gomes de Castro, e fez homenagem ao goleiro, que havia presenteado com espessos cordões de ouro três amigos que ‘fechavam’ com ele. No último Natal, Macarrão ganhou um New Beetle, que tinha sido comprado para Dayanne.

“Bruno gostava de chamar os amigos em casa, para beber cerveja. Macarrão ficava com ciúmes, numa de proteção”, conta Fábio Lima, outro amigo do goleiro. Apenas Fernanda se deu bem com Macarrão, porque lhe apresentou a uma amiga de nome Luana. A noiva atual, Ingrid, dava conselhos sobre as amizades. “Eu falava com ele: ‘Acorda, olha as pessoas que estão a sua volta’. Era nítido que os amigos se aproveitavam da fama e do dinheiro dele. Macarrão não gastou R$ 1 do bolso dele. Só usava o dinheiro do Bruno”, contou ela.

Amante loura deve depor esta semana

Apontada como a mulher que cuidou do bebê de Eliza nos 3 primeiros dias do sequestro, Fernanda Gomes Castro, 32, desembarcou ontem no Aeroporto de Contagem (MG). Ela deve prestar depoimento nos próximos dias, atendendo à intimação enviada à Polícia Civil do Rio, quinta-feira, quando a jovem passou mal e foi a hospital. O delegado Edson Moreira afirmou que vai ouvi-la esta semana, quando todos os laudos periciais devem ser entregues à polícia.

Em novo depoimento à polícia, Sérgio Rosa Sales, primo do atleta, voltou atrás e disse que Bruno não estava na casa em que Eliza foi executada, mas com ele no sítio. Ele alega que se confundiu quando depôs pela primeira vez e disse que o goleiro esteve lá.

O DIA noticia o caso com exclusividade

Eliza está desaparecida desde o dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a teria agredido para que ela tomasse remédios abortivos para interromper a gravidez. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para provar a suposta paternidade de Bruno.

Investigações indicam que Bruno esteve no Motel Palace, dia 6, onde pagou aluguel de duas suítes | Foto: Felipe O'Neill / Agência O Dia

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza teria sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Durante a investigação, testemunhas confirmaram à polícia que viram Eliza, o filho e Bruno na propriedade. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estaria lá. No dia seguinte, O DIA noticiou, com exclusividade, o caso. Com equipes de reportagem no local, O DIA ONLINE acompanhou a investigação da história, minuto a minuto, a partir do dia 26 de junho.

A atual mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante o depoimento dos funcionários do sítio, um dos amigos de Bruno afirmou que ela havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado. Por ter mentido à polícia, Dayanne Souza foi presa, mas logo conseguiu a liberdade. O goleiro e a mulher negam as acusações de que estariam envolvidos no desaparecimento de Eliza e alegam que ela abandonou a criança.

Na quarta-feira 7 de julho, a Justiça decretou prisão preventiva do goleiro Bruno, o amigo Macarrão, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos - conhecido como "Neném", "Bola" ou "Paulista", sua mulher Dayanne e mais quatro envolvidos no crime. A polícia apreendeu ainda um menor, de 17 anos, primo de Bruno, que teria participado da trama. No dia seguinte, 8 de julho, a mãe de Eliza Samudio ganhou a guarda provisório do bebê, agora com 5 meses. No dia seguinte, Bruno, Macarrão e Neném foram convocados a prestar depoimento mas se negaram. Segundo seus advogados, os acusados só falarão em juízo.



Reportagem: Diogo Dantas e Paula Sarapu




Prisões deixam time bancado por Bruno à beira da falência

Formado em Ribeirão das Neves, 100% FC tenta sobreviver graças à ‘vaquinha’ de jogadores

POR VANIA CUNHA

Ribeirão das Neves (Minas Gerais) - Enquanto a suspeita de participação no sumiço de Eliza Samudio fez o goleiro Bruno ficar sem R$ 250 mil mensais (média que incluía salários, prêmios e patrocínios) como atleta do Flamengo, a acusação também trouxe prejuízos financeiros para um grupo de jogadores sem qualquer renome: os integrantes do 100% FC, time de Ribeirão das Neves que era bancado pelo ex-capitão rubro-negro.


Sem a ajuda de custo de Bruno, e com a diretoria atrás das grades — Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e Wemerson Souza, o Coxinha, são, respectivamente, o presidente e o vice do clube —, os jogadores se viram como podem e até fazem ‘vaquinha’ para não permitir que o time acabe.

O motoboy Tom, da comissão técnica do 100%, ganhou chuteira do Ronaldinho e jogou com Vagner Love: ele quase perdeu emprego ao ser confundido com um dos acusados | Foto: Felipe O'Neill / Agência O Dia

“Está todo mundo para baixo, triste mesmo com tudo isso. Sempre fomos amigos, todo mundo sempre teve uma vida simples, nada disso que estão pintando por aí. Nosso time tem tradição. Vamos conseguir voltar, tenho certeza”, afirmou, esperançoso, o motoboy Walington Dias da Silva, o Tom, integrante da comissão técnica. Os atletas só pensam na disputa da segunda divisão do Campeonato Mineiro, a partir de agosto.

Coxinha fez blusa para homenagear Bruno e Macarrão | Foto: Felipe O'Neill / Agência O Dia


O 100% nasceu há 17 anos, em peladas disputadas por fanáticos por futebol nas ruas ainda sem calçamento e no campo de terra batida do bairro da Liberdade. Reuniram-se, batizaram o time e começaram a participar — e vencer — disputas pelos bairros vizinhos. Mas foi com a eleição do presidente Macarrão que os peladeiros realizaram o sonho de se profissionalizar: o time ganhou registro e um padrinho famoso.

Sempre que estava pela região, Bruno aparecia para bater uma bolinha e prestigiar os companheiros de profissão. Além de fazer uma participação especial nos jogos, o astro do Flamengo presenteava o time com bolas oficiais do Campeonato Brasileiro e chuteiras de primeira linha, cedidas pelos amigos craques. “Nossa, quase morri do coração quando soube que ganhei a chuteira usada pelo Ronaldinho, sô! Já pensou se pego o talento dele?”, lembra Tom, que se orgulha de ter contado com Vagner Love em um jogo.

Foto: André Mourão / Agência O Dia
Bruno, de uniforme da penitenciária de Minas. Ele se negou a fazer exame de DNA | Foto: André Mourão / Agência O Dia

Muitos churrascos de comemoração das vitórias eram bancados por Bruno, que também se encarregava de providenciar as passagens para os atletas jogarem nas cidades vizinhas. Também já levou o time inteiro para um fim de semana na Angra dos Reis. “Muitos nunca tinham visto o mar. Nunca imaginei ver coisa tão bonita. Muita comida, bebida, festa regada!”, vibrou um dos jogadores do 100%.

Sem uniformes, chuteiras e treinos

Com as prisões de Bruno, Macarrão e Coxinha, os jogadores ficaram sem rumo. Os treinos foram suspensos e o time discute a possível escolha de um presidente interino. Além disso, uniformes e chuteiras ficaram no sítio de Bruno. “Vamos ter que juntar dinheiro do nosso bolso para pagar os R$ 1 mil das roupas e as passagens de todos. Mas não perco a fé que vamos nos reerguer. A família 100% sempre estará reunida”, garante Tom.


A paixão pelo futebol e pelo 100% uniu ainda mais Bruno e Macarrão, que atuava como goleiro em peladas. Ano passado, Coxinha mandou estampar a amizade dos dois em 22 camisas distribuídas ao time. Na frente, a foto dos amigos dentro do símbolo do clube, com a frase ‘amizade verdadeira, família 100%’. Nas costas, letra de um pagode. Mas o sumiço de Eliza não trouxe só problemas financeiros. Uma TV identificou Tom como se ele fosse Coxinha e o motoboy perdeu o emprego.

O DIA noticia o caso com exclusividade

Eliza está desaparecida desde o dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a teria agredido para que ela tomasse remédios abortivos para interromper a gravidez. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para provar a suposta paternidade de Bruno.

Foto: Reprodução da Internet
Goleiro bancou viagem para um grupo grande de pessoas à Angra dos Reis, com direito a lancha e uísque | Foto: Reprodução da Internet

No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza teria sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Durante a investigação, testemunhas confirmaram à polícia que viram Eliza, o filho e Bruno na propriedade. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estaria lá. No dia seguinte, O DIA noticiou, com exclusividade, o caso. Com equipes de reportagem no local, O DIA ONLINE acompanhou a investigação da história, minuto a minuto, a partir do dia 26 de junho.

A atual mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante o depoimento dos funcionários do sítio, um dos amigos de Bruno afirmou que ela havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado. Por ter mentido à polícia, Dayanne Souza foi presa, mas logo conseguiu a liberdade. O goleiro e a mulher negam as acusações de que estariam envolvidos no desaparecimento de Eliza e alegam que ela abandonou a criança.

Na quarta-feira 7 de julho, a Justiça decretou prisão preventiva do goleiro Bruno, o amigo Macarrão, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos - conhecido como "Neném", "Bola" ou "Paulista", sua mulher Dayanne e mais quatro envolvidos no crime. A polícia apreendeu ainda um menor, de 17 anos, primo de Bruno, que teria participado da trama. No dia seguinte, 8 de julho, a mãe de Eliza Samudio ganhou a guarda provisório do bebê, agora com 5 meses. No dia seguinte, Bruno, Macarrão e Neném foram convocados a prestar depoimento mas se negaram. Segundo seus advogados, os acusados só falarão em juízo.



Na Justiça, advogado de Bola pede que cliente não faça reconstituição

Ex-policial está preso por suspeita de envolvimento no sumiço de Eliza.
Defesa diz que cliente vai ficar calado até polícia concluir inquérito.

Flávia Cristini Da Globominas.com


Marcos Aparecido dos Santos, com o uniforme da penitenciária  mineira Marcos Aparecido dos Santos, com o uniforme da
penitenciária mineira (Foto: Reprodução/TV Globo)

O advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que defende Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, impetrou um mandado de segurança, nesta sexta-feira (16), contra Edson Moreira, delegado-chefe do Departamento de Homicídios de Belo Horizonte. No documento, o defensor quer garantias legais para seu cliente não prestar depoimento e não participar de reconstituição no caso do desaparecimento de Eliza Samudio.

O mandado de segurança, com pedido de concessão de liminar, ainda não foi julgado, de acordo com o site do Tribunal de Justiça (TJ) de Minas Gerais. De acordo com Júnior, Bola só vai falar após a conclusão do inquérito, assim que a defesa tiver acesso formal às acusações da polícia.

O mandado, segundo o advogado, pede também que Bola não participe de nenhuma diligência ou acareação. O documento pede ainda que Bola não forneça material genético para perícia, com base no direito constitucional de não fornecer provas contra si.

A defesa do ex-policial afirma que a polícia tem agido, durante a investigação, "como se o preso estive sob a custódia da polícia e não da Justiça", o que causa constrangimentos e poderia ser considerado abuso. "Meu cliente está exausto, abalado psicologicamente. Se Edson Moreira insistir nisso, pode responder por abuso de autoridade", disse. De acordo com o delegado Edson Moreira, ele ainda não foi comunicado sobre o mandado de segurança.

A liberdade de Bola, que está preso no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem (MG), ainda não foi pedida por motivo de conveniência, segundo o advogado. "A intenção era pedir uma extensão de concessão de habeas corpus assim que o desembargador Doorgal Andrada analisasse o pedido dos outros presos. Diante da negativa, acredito que ele vai ser coerente e negar", disse Zanone. Ainda segundo ele, se houvesse o precedente, seria mais fácil conseguir.

Nesta quinta-feira (15), o TJ negou, liminarmente, o pedido de liberdade para o goleiro Bruno, suspeito de envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio. Segundo a assessoria de imprensa do tribunal, outros seis suspeitos presos são citados no pedido de habeas corpus e também tiveram a liberdade negada. São eles: a ex-mulher de Bruno, Dayanne de Souza; o amigo do casal, Luiz Henrique Ferreira Romão, conhecido como Macarrão; Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques, Elenilson Vitor da Silva e o primo do goleiro, Sérgio Rosa Sales.

Perfil indisciplinado

Marcos Aparecido dos Santos também é conhecido como Bola, Neném ou Paulista e entrou na Polícia Civil em março de 1991, sendo exonerado em 22 de julho de 1999, após ser enquadrado pela Lei Orgânica da Polícia Civil, de número 5406, artigo 99, alíneas A e D. Ainda segundo a corregedoria, as alíneas correspondem a falta de idoneidade moral e falta de disciplina, respectivamente.

O suspeito já respondeu a processos por furto, formação de quadrilha e porte ilegal de arma. Em todos os casos ele foi absolvido. Marcos Aparecido respondeu a processo por furto em 1992, ano em que foi exonerado. Entre 1994 e 1996, foi acusado de furto, extorsão e formação de quadrilha. Em novembro de 2004, o ex-policial foi preso em flagrante por porte ilegal de arma.

Bola é apontado pela polícia como executor de Eliza. Orientada por um adolescente suspeito de envolvimento no caso, a Polícia Civil fez buscas na casa em que o ex-policial morava, em Vespasiano (MG), e em um sítio alugado por ele, em Esmeraldas (MG).






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