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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Ministério ( leia-se voce, eu , nós) paga R$ 600 mil para levar acervo da CBF à África do Sul

Olha o seu dinheiro gasto como se fosse papel higienico

20/05/2010


Milton Júnior
Do Contas Abertas

O governo brasileiro anunciou nesta semana que contará com a colaboração da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para expor, na África do Sul, o acervo de conquistas do esporte preferido da nação. Peças alusivas aos campeonatos de 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, nos quais o Brasil foi o campeão mundial, serão exibidos publicamente. O informe, divulgado no Diário Oficial da União, mostra que o Ministério do Esporte contratou a empresa Memories Produções Ltda para a prestação de serviços de produção, organização e realização da exposição do Acervo CBF durante a realização da Copa do Mundo deste ano. A contratação foi feita com sem licitação e custará R$ 598 mil (veja a nota de empenho).

O acervo sobre a evolução do futebol brasileiro desde 1930 ficará em exposição no período de 14 de junho a 11 de julho de 2010, no espaço Casa Brasil 2014, que será montado com o objetivo de promover a imagem do país e gerar oportunidades de investimentos para as 12 cidades-sede da competição. Segundo o Ministério do Esporte, responsável pela realização da exposição, foi necessária a contratação da empresa Memories para transportar, manipular e cuidar da segurança do acervo da CBF, que ofereceu seu patrimônio gratuitamente, “com a condição de que fosse contratada tal empresa”.

“O acervo cedido gratuitamente ao Ministério do Esporte é de propriedade da CBF, único, insubstituível e de valor inestimável, fatos que por si só já demonstram a necessidade especial de manipulação, transporte, segurança, entre outros”, afirma a assessoria de imprensa do ministério. De acordo com a pasta, a CBF somente disponibiliza o acervo para a empresa contratada, que seria a única detentora de “todos os requisitos necessários à formatação, execução, operacionalização e segurança necessários à realização da exposição”.

O espaço Casa Brasil 2014, de 2.900 metros quadrados, ficará no Centro de Convenções de Joanesburgo. Além da tradição no futebol, o espaço prioriza também atrativos turísticos, culturais, gastronômicos, econômicos e tecnológicos brasileiros. A apresentação visual e conceituação temática está a cargo do cenógrafo e designer Gringo Cardia. Representantes de cada uma das 12 cidades brasileiras que vão sediar os jogos da Copa de 2014 (Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Curitiba, Salvador, Recife, Natal, Fortaleza, Manaus e Cuiabá) também estarão presentes na Casa Brasil, para divulgar os atrativos de suas respectivas regiões.





A Casa Brasil 2014 está sendo organizada em conjunto pelos ministérios do Esporte, Turismo, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Ciência e Tecnologia. Alcino Rocha, assessor especial de Futebol do Ministério do Esporte, destaca a importância dos preparativos brasileiros. “Estamos cientes de que seremos muito cobrados sobre isso já durante a Copa da África do Sul, quando os holofotes mundiais se voltarão para o Brasil como o próximo anfitrião”, afirmou.

Iniciativa é suspeita, diz comentarista

O comentarista de esporte e blogueiro José Cruz vê como “suspeita” a forma como o governo federal se associa à CBF. “O Ministério do Esporte tornou-se um provedor de recursos a quem não precisa. A CBF é riquíssima – fatura cerca R$ 220 milhões anuais, segundo matéria recente do jornal Correio Braziliense –, usa a marca nacional do país para promover o seu principal patrimônio, a Seleção Brasileira, e ainda precisa se socorrer dos cofres públicos para exibir, no exterior, a história de nosso futebol?”, critica.

Para o comentarista, a falta de licitação torna a relação ainda mais suspeita. “O Ministério do Esporte tornou-se um especialista em ignorar a clareza de seus atos. Esses R$ 600 mil deveriam ser aplicados, prioritariamente, em projetos que valorizassem a formação de nossos jovens e não na atividade profissional”, critica. Cruz acredita que falta ao Esporte uma política mais adequada para o setor, o que, segundo ele, acaba por esvaziar o orçamento da pasta em iniciativas que não são de interesse dos brasileiros. “O desperdício é tão grande quanto à desordem orçamentária desse ministério”, lamenta.



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