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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Zelaya diz que sem restituição não há acordo



Manuel Zelaya no domingo 01/11

Zelaya ainda está refugiado na embaixada brasileira em Tegucigalpa

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, afirmou à BBC que o acordo firmado entre ele e o governo interino do país está condicionado ao Congresso aprovar sua volta ao poder.

"Se o Congresso vota contra minha restituição, não há acordo. Isso significaria que fracassaram as negociações", disse ele.

"Moralmente o Congresso tem a obrigação de retornar à ordem democrática que existia antes de 28 de junho", disse, mencionando a data em que foi deposto.

"Assim como foi possível dar um golpe de Estado, é possível reverte-lo. Depende da vontade política", afirmou, quando questionado por que o mesmo Congresso que votou por sua deposição aprovaria agora sua volta.

Verificação

Atualmente o Congresso está em recesso por causa da campanha eleitoral e não anunciou quando se reunirá para discutir o tema.

Segundo o acordo fechado na sexta-feira, deve ser formado até a próxima quinta-feira um governo de unidade nacional.

O documento não especifica quem deve presidir este novo governo interino que administraria o país até janeiro, quando assume o presidente que será eleito nas eleições de 29 de novembro.

Se instalou em Honduras nesta segunda-feira a Comissão de Verificação do Acordo, coordenada pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e integrada pelo ex-presidente chileno Ricardo Lagos e pela secretária de Trabalho americana, Hilda Solís.

O representante do governo interino será Arturo Corrales, e o de Zelaya, o embaixador hondurenho na ONU, Jorge Arturo Reina.

Acordo 'secreto'

Circulam em Honduras rumores de um "pacto secreto" costurado pelo negociador americano, Thomas Shannon, com parlamentares do governo deposto e do governo interino.


O deputado Marvin Ponce, do Partido da Unificação Democrática (UD), que se alinha com o presidente deposto, Manuel Zelaya, disse à BBC Mundo que existe um "acordo tácito" para reconduzi-lo ao cargo.

A decisão cabe ao Congresso, e por isso Ponce reconhece que a volta do presidente deposto à liderança do país não é garantida. Mas seria "altamente provável", segundo ele.

Na correlação de forças entre os 128 parlamentares, pesarão mais os 62 votos do Partido Liberal (o mesmo de Zelaya e de Micheletti) e os 55 do Partido Nacional.

Estima-se que 17 liberais votarão por Zelaya, além dos cinco do UD, de Ponce. Mas o que definirá a balança será o voto do Partido Nacional.

Por isso, todos os olhos estão postos sobre o candidato presidencial desse partido, Porfírio Lobo, que até agora encabeça a corrida eleitoral.

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