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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Fábio Assunção volta a gravar para a TV




Após 10 meses de afastamento, Fábio Assunção começa a gravar as primeiras cenas da microssérie "Dalva e Herivelto", sobre a vida, os escândalos e o amor de dois grandes astros da era do rádio, Dalva de Oliveira e Herivelto Martins nesta segunda-feira (14). “Estou me reencontrando com a musica através do Herivelto Martins. Estou me preparando, fazendo aulas de canto”, conta o ator.

O papel marca a volta de um dos artistas mais queridos e talentosos da TV brasileira. Em 18 anos de profissão, foram 12 novelas, oito filmes e várias minisséries de sucesso.

Em novembro do ano passado, Fábio teve que deixar a novela "Negócio da China", na qual era protagonista, alegando problemas de saúde. Hoje, depois de 10 meses de afastamento, o ator de 38 anos se considera pronto para falar de peito aberto sobre o que aconteceu.

Fantástico - Vamos falar um pouco sobre os motivos que levaram você a se afastar da TV nos últimos meses? Por que você se afastou?

Fábio Assunção - Olha, me afastei porque... Acho bom falar sobre isso. Nunca falei sobre isso. Não porque tenha nada para esconder, mas é que isso foi uma coisa tão íntima. Eu me tornei dependente químico. É muito difícil você administrar dependência química com qualquer coisa que você faça na vida.

Patrícia Poeta - Conte o que aconteceu, para entendermos melhor.

Fábio Assunção - Nos últimos três, quatro anos, foi que a coisa começou a ficar mais difícil, mais complicada.

Fantástico - Você tinha dificuldade de trabalhar?

Fábio Assunção - Acho que o problema maior era respeitar meus compromissos, horários. Chegou uma hora que fiquei perdido, não sabia mais se era terça-feira, se era quinta-feira, se era sábado. Tinha medo de marcar um jantar. Sei lá, se eu tinha uma gravação de manhã, eu falava: "de manhã, será que vai acontecer? Será que..." porque esse processo de droga é uma coisa, é muito duro você dizer que não vai fazer mais uma coisa e fazer. "Chega, agora não faço mais! Agora acabou, não sei o quê..." e dois dias depois você está fazendo de novo!

Fantástico - Quantas vezes você tinha tentado começar um tratamento ou fez um tratamento e acabou não funcionando?

Fábio Assunção - Quando acabou o “Paraíso Tropical”, eu fui para uma clinica que tem fora do Brasil. Fui uma vez.

Fantástico - Em Miami?

Fábio Assunção - Não, no Arizona, perto de Phoenix. E fiquei lá 40 dias, aí voltei, as coisas não deram certo. Aí voltei para lá de novo, para a mesma clínica, e fiquei dois meses mais ou menos.


Fantástico - Melhorou?

Fábio Assunção - Melhorou. Mas eu voltei, aí fiquei um tempo bem, e depois as coisas começaram a não ir bem de novo.

(Em janeiro de 2008, um homem foi preso num flat em São Paulo quando oferecia cocaína a Fábio Assunção)


Fantástico - Logo depois do incidente, Fábio desistiu de ser Dódi na novela “A Favorita” e o papel foi para Murilo Benicio. Meses depois, aceitou ser Heitor de “Negocio da China”.

Fábio Assunção - Fiquei a fim de fazer a novela. Mas aí tomei a minha rasteira total. A coisa veio forte, e veio de um jeito que foi muito difícil para mim. E me pegou mesmo e aí dancei.


Fantástico - E demorou para você aceitar que, sim, você tinha um vício, que precisava parar para se cuidar?

Fábio Assunção - Demorou, demorou. E, aliás, acho que isso é o primeiro passo para lutar contra isso: é você assumir que você tem um problema e pedir ajuda. Acho que não tem que ter essa vergonha.

Fantástico - Você sentia medo do que as pessoas pudessem achar?

Fábio Assunção - Pô, totalmente. Sentia medo de ser julgado, de ser criticado, de até ser visto como uma referência negativa. Esses medos todos fazem com que você só aumente o seu problema. Acho que ano passado o que aconteceu, de certa forma, foi maravilhoso, porque quando tive a minha doença exposta, pude ficar livre. Falei: "bom, agora que todo mundo sabe eu vou assumir isso então", eu tirei um peso das costas. Fiquei livre para poder fazer o que tinha que fazer.

Fantástico - Aí você decidiu virar a página. Como foi esse tratamento?

Fábio Assunção - Olha, esse tipo de tratamento é como se você atravessasse um deserto. Um momento de solidão, é difícil. Mas nada é mais difícil que viver com droga, então qualquer tratamento é mais fácil do que a vida que você estava tendo.

Fantástico - Quanto tempo você ficou lá?

Fábio Assunção - Cinco meses. Fiquei quatro meses numa clinica muito fechada, e depois terminei meu tratamento no último mês, final, numa outra clinica onde podia receber visita, onde podia falar com meu filho todo dia pelo telefone. Tenho um filho, João, de 6 anos, que é um encanto na minha vida, entendeu? Que é uma pessoa que não fingi para ele que nada estava acontecendo. Ele via que eu não estava bem. Disse para ele que estava indo para uma clinica para aprender a dormir, a acordar e a comer na hora certa. E ele entendeu.

Fantástico - Acho que a pergunta que todo mundo se fez é por que o Fábio Assunção, esse cara bonito, bem sucedido, famoso, querido por tantas pessoas acabou sendo atraído por drogas? Você tem essa resposta?

Fábio Assunção - Tenho. Acho que o espírito da gente não está muito interessado se você tem tudo, ou se você não tem tudo, se você faz sucesso. Fui brincar com uma coisa que não tinha dimensão de quão perigosa é. Porque eu acho que a gente tem um lado às vezes autodestrutivo, entendeu? Me coloquei em risco várias vezes, risco de saúde, risco de vida, risco de ter problemas legais. Me sinto abençoado porque, quando eu estive na clinica, conheci pessoas que tem sequelas, pessoas que acabaram se envolvendo em acidentes, coisas que não se pode mais reverter. Então acho que passei por essa tempestade e me sinto muito bem.


Fantástico - E quem deu mais força para você nesse desafio de largar o vicio?

Fábio Assunção - Bom, a Karina, totalmente.

Fantástico - Sua namorada?

Fábio Assunção - É. Não tem nem o que dizer assim, não arredou o pé um minuto.

Fantástico - Karina que inclusive está acompanhando a entrevista hoje aqui.

Fábio Assunção - Meus pais nessa época da clínica se aproximaram muito de mim.

Fantástico - Você hoje se sente completamente curado?

Fábio Assunção - Não! De jeito nenhum e não quero me sentir. Porque acho que esse lado, esse lado da doença eu não posso fingir que isso não existe, esse diabinho, não posso achar que ele não existe. Tenho que ter respeito por ele. Mas estou encantado de como a recuperação é uma coisa genial. Eu hoje poder marcar os meus compromissos e estar lá, isso me dá uma sensação de vitória. Estou conseguindo!

Fantástico - O que significa para você estar voltando para a TV esta semana?

Fábio Assunção - Significa prazer! Prazer de estar voltando a trabalhar. Mesmo com tudo isso que aconteceu, estou voltando muito positivo, trabalhando com pessoas que confiam em mim. Isso é um valor que não tem preço.

Fantástico - Agora, para encerrar, pode mandar uma mensagem para os telespectadores que acompanharam a sua história, que torceram por você, que torceram pela sua recuperação?

Fábio Assunção - Espero que o que estou construindo nesse momento seja bom para quem está precisando, entendeu. Às vezes tem umas pessoas na rua, umas pessoas mais velhas, que vem me dar um puxão de orelha. É serio, levo umas broncas, tem umas senhoras que vem me dar bronca: “Menino, você volta direito”. E é um carinho que não é exagerado, ninguém vem chorando, não. É uma coisa sempre positiva, divertida. Natural, os puxões de orelha que eu levei, Foi muito bom, está sendo muito bom.



( SOU FÃ DE CARTEIRINHA E CRACHÁ DO FÁBIO )




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