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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Morte de suspeito na prisão motivou protesto em SP

DANIELA DO CANTO E RICARDO VALOTA - Agencia Estado


SÃO PAULO - O protesto realizado pelos moradores da comunidade Vila Reis, na zona leste de São Paulo, na madrugada de hoje, foi motivado pela morte de Sérgio dos Santos, encontrado enforcado dentro de uma cela depois de ser preso pela acusação de tráfico de drogas. Os cerca de 150 manifestantes fizeram uma barricada com uma caçamba de lixo e entulho na Vila Jacuí e lançaram um coquetel molotov contra a delegacia do bairro. Um ônibus foi queimado e outros cinco, depredados.



O protesto terminou às 2h30 da manhã com a chegada da Tropa de Choque da polícia, que dispersou os moradores. Santos, de 39 anos e conhecido como Sapinho, foi preso por policiais militares na porta de casa, no final da tarde de ontem. Segundo a Polícia Militar (PM), com ele foram encontrados cocaína e R$ 270. Familiares do suspeito afirmaram que ele já teria passado dez anos na cadeia por roubo. Levado a uma cela no 63º Distrito Policial (Vila Jacuí), Santos foi encontrado morto, segundo a corporação, enforcado com o cadarço do próprio sapato.



Conforme a polícia, Santos teria cometido suicídio. Porém, os familiares e os moradores da comunidade não acreditaram na versão, o que motivou o protesto. Os manifestantes atearam fogo num ônibus que estava estacionado no ponto final - o coletivo faz a linha 2460 (Cemitério da Saudade /Parque Dom Pedro). Testemunhas contaram que dois adultos em uma moto e um grupo de adolescentes a pé abordaram o cobrador, anunciaram um roubo e em seguida atearam fogo no veículo.



O cobrador, o motorista e a passageira que estavam dentro do ônibus conseguiram fugir correndo. Antes da chegada dos bombeiros, o fogo se alastrou por uma árvore, atingiu a guarita do ponto e uma casa em frente. O fiscal da cabine também conseguiu fugir. "Tive de tirar o carro da garagem com medo de uma explosão", contou o correspondente bancário Fábio dos Santos, de 23 anos, um dos moradores da casa atingida pelas chamas. Segundo a São Paulo Transportes (SPTrans), outros cinco ônibus foram depredados, mas não houve vítimas em nenhuma das ações.



Barricada



Depois de atearem fogo no ônibus, os manifestantes fizeram uma barricada na Avenida Maria Santana, montada com lixo e entulho incendiados, e lançaram vários coquetéis molotov na direção da PM. Segundo policiais civis, um coquetel molotov também foi lançado contra o 63º DP. O artefato explodiu em um matagal na parte de trás da delegacia e não chegou a danificar o prédio nem a ferir ninguém. Cerca de cinco minutos antes da Tropa de Choque dispersar o tumulto, a polícia deu tiros de advertência para cima.

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