da Folha Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia desde segunda-feira (16) que a Embraer anunciaria uma grande demissão no seu quadro de pessoal, revela Leonardo Souza e Kennedy Alencar em reportagem da Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).
Nesta quinta-feira (19), quando a empresa de aviação oficializou o corte de 4.200 funcionários, Lula se disse indignado com as demissões e comunicou que convocaria uma reunião com ministros para tentar reverter as demissões.
As demissões na Embraer foram antecipadas pelo presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do governo.
Segundo Coutinho, a Embraer depende muito do mercado externo e se encontra em situação complicada por conta da crise internacional. No encontro, ele ressaltou que haveria "expressivas demissões". Na própria segunda-feira, Coutinho informou a Lula sobre as demissões na Embraer.
Procurado pela Folha, o BNDES, por meio da assessoria, disse que Coutinho não se manifestaria sobre o assunto. O Palácio do Planalto também não se manifestou sobre o caso.
Efeitos da crise
A Embraer demitiu na quinta cerca de 4.200 funcionários --o equivalente a aproximadamente 20% do efetivo de 21.362 empregados. A direção da empresa justificou que a decisão era resultado das dificuldades decorrentes da crise financeira internacional.
A Embraer também revisou suas estimativas para 2009. A empresa calcula entregar 242 aeronaves no período (ante 270 na previsão anterior), com uma receita prevista de US$ 5,5 bilhões (ante US$ 6,3 bilhões). Por conta da redução da estimativa de receita, a empresa refez sua previsão de investimentos para US$ 350 milhões neste ano (ante R$ 450 milhões).
A Força Sindical e o Conlutas, em conjunto com os sindicatos dos metalúrgicos de São José dos Campos, Botucatu e Gavião Peixoto, irão entrar na Justiça contra as demissões na Embraer, por considerá-las ilegais. Para os sindicalistas, a dispensa "aconteceu de forma unilateral, sem abertura de negociação com os legítimos representantes dos trabalhadores."
Lula deve se encontrar nesta semana com diretores da Embraer para conversar sobre o motivo das demissões na empresa.
MENTIROSO, CÍNICO COMO SEMPRE:
Lula quer explicações da Embraer sobre as 4.000 demissões
da Folha Online
da Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai chamar diretores da Embraer para explicarem o motivo das demissões na empresa. A fabricante de aeronaves anunciou nesta quinta-feira (19) que mais de 4.000 empregados serão dispensados.
Em reunião no Palácio do Planalto, em Brasília, o presidente se disse indignado com as demissões, sobretudo porque o governo ajudou a capitalizar a Embraer, atualmente a terceira maior exportadora do país e terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo.
Segundo o presidente da CUT (Central Única de Trabalhadores), Artur Henrique, Lula demonstrou sua indignação porque a empresa teve "uma capitalização importante por meio dos instrumentos do governo [como o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social]".
"Lula vai chamar a empresa para conversar, alguns ministros para conversar. Esperamos que tenha reversão nesse processo de demissão", disse Henrique, que compareceu à reunião em Brasília.
José Lopez Feijó, membro da executiva da CUT, disse que "o presidente se mostrou absolutamente indignado e falou que é inadmissível que empresas que têm se capitalizado com políticas muitas vezes desenvolvidas pelo governo tomem como primeira medida de dificuldade a atitude de demitir".
De acordo com fontes do Palácio do Planalto, ainda não há data para a reunião com a direção da Embraer.
Crise financeira
Nesta quinta, a fabricante brasileira de aeronaves informou que, em consequência da crise financeira internacional, vai demitir 20% de seus 21.362 empregados e revisou para baixo as previsões de produção e investimentos para 2009.
"Como decorrência da crise sem precedentes que afeta a economia global, em particular o setor de transporte aéreo, tornou-se inevitável efetivar uma revisão de sua base de custos e de seu efetivo de pessoal, adequando-os à nova realidade de demanda por aeronaves comerciais e executivas", afirmou a empresa, terceira maior exportadora do país, por meio de comunicado.
As demissões se concentram na mão-de-obra operacional, administrativa e lideranças, incluindo a "eliminação de um nível hierárquico de sua estrutura gerencial".
Para 2009, a empresa estima entregar 242 aeronaves no período (ante 270 na previsão anterior), com uma receita prevista de US$ 5,5 bilhões (ante US$ 6,3 bilhões). Por conta da redução da estimativa de receita, a empresa refez sua previsão de investimentos para US$ 350 milhões neste ano (ante R$ 450 milhões).
A Embraer informou que, apesar de ter sede no Brasil, depende fundamentalmente do mercado externo e do desempenho da economia global --mais de 90% de suas receitas são provenientes de exportações--, e que não se beneficia do aquecimento do mercado doméstico brasileiro.
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