da Ansa, em Roma
A deputada italiana Margherita Boniver, membro da coalizão Povo da Liberdade, do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, criticou nesta sexta-feira o pedido de perdão feito pelo ex-ativista Cesare Battisti em uma carta lida ontem no Congresso brasileiro pelo senador José Nery (PSOL-PA).
"Impressiona-me a atitude de Cesare Battisti, que chega ao paradoxo de apelar à Itália cristã. Além do pudor, Battisti perdeu evidentemente também a memória", disse a parlamentar.
Margherita ironizou a atitude do ex-ativista, que no texto pediu aos cidadãos italianos que apelassem 'a seu lado cristão' para perdoar os atos cometidos por ele durante o período em que aderiu à luta armada.
"Se, como espero, for extraditado para a Itália, [Battisti] deverá cumprir a sua pena nas prisões italianas, e não nas do Vaticano", afirmou a deputada.
Na carta, intitulada 'Por que eu?', Battisti se defende das acusações das autoridades italianas, que pedem sua extradição, com o argumento de que sua militância política se deu em um momento da história "escrita a sangue, suor e lágrimas".
Ele diz ainda que "o perdão é um ato de nobreza" e reitera que, embora seja considerado "um inimigo" da Itália, "até os inimigos se perdoam".
O ex-membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo, condenado à prisão perpétua em seu país por quatro assassinatos ocorridos no fim da década de 1970, tornou-se pivô de uma crise diplomática entre Brasil e Itália após ter recebido do ministro da Justiça, Tarso Genro, o status de refugiado político, no dia 13 de janeiro. O caso tramita agora no Supremo Tribunal Federal.
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